"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

fevereiro 17, 2014

brasil DOS PETRALHAS : Balança comercial tem déficit de US$ 2,041 bilhões nas duas primeiras semanas de fevereiro. No ano o comércio exterior acumula um saldo negativo de US$ 6,099 bilhões



A desvalorização do peso em relação ao dólar e a manutenção de medidas protecionistas pela Argentina afetaram as exportações brasileiras para o país vizinho e se refletiram no saldo da balança comercial brasileira nas duas primeiras semanas de fevereiro. A balança registrou um déficit de US$ 2,041 bilhões, com exportações de US$ 7,214 bilhões e importações de US$ 9,255 bilhões no período.


 Segundo fontes do governo e do setor privado, uma das causas do saldo negativo no comércio exterior — que no ano acumula um valor recorde de US$ 6,099 bilhões para o período — é a queda das vendas de material de transporte, incluindo automóveis, ônibus e tratores, para o mercado argentino.

Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) mostram que, em janeiro deste ano, as vendas de material de transporte para a Argentina caíram 23,04% ante o mesmo mês do ano passado. Nas duas primeiras semanas de fevereiro, a redução foi ainda maior, de 23,9% frente a fevereiro de 2013.

Esses produtos são os principais itens da pauta de exportações para a Argentina. Em 2013, o Brasil vendeu US$ 4,8 bilhões em automóveis para o mercado argentino, US$ 1,8 bilhão em autopeças e US$ 1,3 bilhão em veículos de carga.

Segundo o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, as dificuldades para a liberação de material de transporte importado do Brasil pelo governo argentino e o próprio câmbio são os problemas atuais. No entanto, a situação poderá ficar pior, se realmente o pagamento aos exportadores brasileiros começar a atrasar, o que deve se refletir na balança a partir do próximo mês de abril.

— Ainda não deu tempo de verificarmos o atraso ( dos pagamentos) na balança comercial — disse Castro.
O detalhamento da balança de fevereiro, com o intercâmbio por país, só será conhecido no início de março, ou seja, após o fechamento deste mês. De forma geral, a situação do comércio exterior brasileiro é preocupante, pois o desaquecimento da economia mundial e a queda das cotações da commodities continuam afetando a balança.
Os dados divulgados ontem pelo MDIC apontam que, nas duas primeiras semanas de fevereiro, a média diária exportada, de US$ 721,4 milhões, caiu 16,5% em relação a fevereiro de 2013. Além de automóveis, as maiores retrações ocorreram, principalmente, com petróleo em bruto, milho em grão, algodão, minério de ferro, café, carnes suína e de frango, calçados, motores e geradores elétricos, açúcar em bruto, semimanufaturados de ferro e aço, celulose e ouro.

Já a média diária importada, de US$ 925,5 milhões, sofreu uma pequena queda de 1%, devido à diminuição dos gastos com adubos e fertilizantes, cereais e produtos de moagem, automóveis, autopeças, equipamentos mecânicos, borracha e produtos farmacêuticos.

Na primeira semana do mês, as importações superaram as exportações em US$ 1,703 bilhão. Na segunda semana, o saldo negativo foi bem menor, de US$ 338 milhões.
Eliane Oliveira (Email)
O Globo 

HERANÇA MALDITA ! O CACHACEIRO PARLAPATÃO O ASQUEROSO E O GOLPE DA "PRESIDENTA" DE RABEIRA GERENTONA FRENÉTICA/EXTARORDINÁRIA DESAVERGONHADA DOS OTÁRIOS : O Brasil vai ficando para trás



A economia brasileira encontra-se em estado de quase letargia. E isso não é de agora. Já há algum tempo temos crescido menos que países com características similares à nossa. É como se, numa corrida de longa distância, estejamos ficando cada vez mais para trás.Na sexta-feira, saiu a primeira prévia do comportamento da economia brasileira em 2013. Segundo o IBC-Br, calculado pelo Banco Central, o PIB do país caiu 0,17% entre outubro e dezembro, depois de já ter recuado 0,21% entre julho e setembro. No ano, houve expansão de 2,52%.

Tecnicamente, pelos números do BC, o país terá atravessado uma recessão no segundo semestre de 2013, com dois trimestres seguidos de PIB negativo. Mas a maior parte dos analistas é cautelosa em chancelar esta avaliação, uma vez que o IBC-Br costuma destoar dos números oficiais do IBGE, que só serão conhecidos no próximo dia 27.

De todo modo, é voz corrente que setores importantes da economia vão muito mal, em especial a indústria. Os números finais do segmento em 2013 já foram conhecidos, com alta de apenas 1,2% no ano, insuficiente para compensar sequer metade da queda registrada em 2012 (2,5%). O parque industrial brasileiro segue, portanto, enferrujando.


O comércio também perdeu vigor. Também na semana passada, o IBGE informou que o setor cresceu 4,3% em 2013. Parece bom? Não foi. Trata-se do pior desempenho em dez anos. Na comparação com 2012, o ritmo de alta da atividade comercial – que funcionou como motor importante da economia nos últimos anos – caiu praticamente à metade.

Se o fim de 2013 não foi nem um pouco alvissareiro, as perspectivas para os meses vindouros têm se mostrado menos ainda. Alguns fatores – internos e externos – colaboram para isso. Aqui, temos a seca e a onda de calor, que afetaram a produção agrícola, encareceram a energia e levaram fábricas a parar de produzir para lucrar com a venda de eletricidade.

Lá fora, há a debacle da Argentina, país para onde se dirige 8% das nossas exportações. Há quem estime que as vendas brasileiras para o vizinho cairão cerca de 20% neste ano em função das dificuldades econômicas crescentes do lado de lá da fronteira, afetando ainda mais nossa já combalida balança comercial.


Além disso, há o desfecho imprevisível do enxugamento monetário americano, que tende a detonar uma fuga de capitais dos mercados emergentes – um dos quais, o Brasil, foi classificado pelo Fed, o banco central dos EUA, como o segundo mais frágil do mundo. Tem ainda as dúvidas sobre o ritmo de expansão chinês.Tudo considerado, as previsões para o crescimento da economia brasileira vão murchando a cada dia. 

Depois da divulgação do IBC-Br, dos resultados finais da indústria e do comércio em 2013 e das estimativas sobre os efeitos da seca na economia, a maior parte dos prognósticos aponta para uma alta de apenas 1,5% em 2014. Em razão do calor, há quem fale em expansão de apenas 1%, segundo a edição de hoje d’O Globo.

Se a maior parte dos prognósticos se confirmar, e considerando que o PIB tenha tido alta de 2,5% no ano passado, Dilma Rousseff terá produzido crescimento médio abaixo de 2% ao longo de seu mandato. Entre todos os presidente da República, apenas Floriano Peixoto e Fernando Collor de Mello conseguiram algo tão ruim – e ambos em condições particularmente bem mais desfavoráveis.

Mas o Brasil não vai mal apenas em comparação consigo mesmo. Vai pior ainda quando cotejado a economias com características similares à nossa. Estamos sempre na rabeira dos rankings, perdendo até para países cujos mercados são bem menos expressivos que o brasileiro. Assim tem sido desde o início da gestão Dilma.
Em 2011, em toda a América Latina, o Brasil só cresceu mais que El Salvador. Em 2012, superou apenas o Paraguai. Em 2013, só se saiu melhor que El Salvador, México e Venezuela, conforme estimativas da Cepal. Em 2014, a previsão – também da Cepal – é de que o Brasil só cresça mais que a Venezuela.
Resta claro que a presidente Dilma Rousseff não merece críticas apenas pelos resultados recentes produzidos pela nefasta condução que ela e sua equipe fazem da nossa economia. Em todo o seu mandato, o desempenho é sofrível. Visto desta maneira, o conjunto da obra é digno de imediata reprovação, antes que continuemos a cair e passemos a ser os lanternas do crescimento no continente.


Este e outros textos analíticos sobre a conjuntura política e econômica estão disponíveis na página do Instituto Teotônio Vilela

OS FARSANTES E A EMBUSTEIRA 1,99 DESAVERGONHADA SEGUEM MUDANDO O BRASIL : Após 13 anos de saldo positivo, país deve ter déficit comercial em 2014

Após 13 anos de superávits anuais ininterruptos, a balança comercial brasileira caminha para um déficit em 2014. A principal razão desse cenário pouco promissor é a falta de controle sobre 65,3% do total de exportações, o equivalente a US$ 158 bilhões de tudo que foi vendido no exterior em 2013. São as chamadas commodities, cujos preços são formulados de acordo com os humores do mercado internacional. A conta inclui itens como soja, minério de ferro, celulose, suco de laranja, etanol, óleos combustíveis, gasolina, café e açúcar, entre outros.

A vulnerabilidade do país às oscilações internacionais de preços já era evidente no ano passado. O saldo da balança comercial, de US$ 2,56 bilhões, foi o pior desde 2000. O desempenho só não foi pior em razão de uma manobra contábil, com a inclusão na conta de exportações de sete plataformas vendidas a empresas estrangeiras e alugadas para a Petrobras. Na prática, elas nunca deixaram o país.


Problemas com vizinhos
Especialistas e técnicos do governo acreditam que os preços das commodities continuarão caindo este ano, devido à possibilidade de desaceleração do consumo na China e à recuperação da economia americana. Para piorar, a indústria está à mercê da concorrência chinesa e de outros asiáticos, não só no mercado interno, mas em outros países. “Há pouco o que se fazer para melhorar esse cenário”, disse o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro.

Assim como já ocorre com a Venezuela, a Argentina ameaça atrasar pagamentos, desestimulando exportações para aquele país, principalmente de pequenas e médias empresas, que não têm fôlego para esperar meses pelo dinheiro. Ao mesmo tempo, crescem as importações de bens de consumo, entre os quais alimentos, automóveis, calçados e móveis. A avaliação geral é que o governo está apático. “Essa apatia pode estar ocorrendo porque o governo espera algum efeito da desvalorização cambial que ocorreu na segunda metade de 2013. Outro fator é que estamos em ano eleitoral”, disse o economista Fábio Silveira, da GO Consultores.

Até semana passada, havia queda generalizada nas cotações de commodities. Os preços do milho e do café, por exemplo, caíram 32,5% e 28,2%, respectivamente, ante fevereiro de 2013. O óleo de soja apresentou redução de 29,4% e do frango, 15,1%. Essas variações precisam ser compensadas pelo aumento do volume embarcado desses produtos, para que o valor exportado não caia, diz o presidente da AEB. A situação fica ainda pior, porque o Brasil precisa conviver com vizinhos problemáticos: Argentina e Venezuela, terceiro e sétimo parceiros comerciais, foram responsáveis pela compra, no ano passado, de quase US$ 25 bilhões em produtos brasileiros. A Venezuela mantém um câmbio artificial desde a época do então presidente Hugo Chávez, que morreu no ano passado.

Eliane Oliveira/Globo