"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

novembro 11, 2013

INCOMPETENTA 1,99 E EMBUSTEIRA : Irresponsabilidade fiscal

A situação das contas públicas do país vai de mal a pior. 
O principal ativo deste jogo está em falta no mercado:
credibilidade do governo. 


A gestão petista jogou toda a sua no lixo, ao pôr em descrédito as metas de superávit fiscal, seguidamente revistas para baixo. 

Tal comportamento equivale a torrar sem dó o dinheiro do contribuinte. 
Nas últimas semanas, a situação fiscal do Brasil tornou-se alvo da preocupação de financistas globais, analistas de mercado e comentaristas de governo.
Este pode parecer um assunto meio esotérico e de interesse limitado a quem tem dinheiro para aplicar ou para empreender.

Mas não:
a má gestão das contas públicas penaliza a todos, indistintamente, e de forma mais vigorosa os mais pobres.


Uma das consequências imediatas do descalabro fiscal é faltar dinheiro para aplicar onde é mais necessário. Daí a penúria dos nossos investimentos públicos em infraestrutura, em melhorias urbanas, em saneamento, saúde e educação. Outro efeito danoso é sobre o endividamento do governo e o custo do dinheiro - e, consequentemente, sobre o custo de vida.

Ou seja, o desarranjo de agora pode resultar em mais inflação mais à frente.
Neste ano até setembro, o governo gastou R$ 79 bilhões a mais do que no mesmo período de 2012. Quando se analisa onde foi parar o dinheiro, constata-se que parte dele se perdeu nos escaninhos da burocracia, consumidos em custeio.

Outro naco, pelo menos, alimentou programas sociais.
Mas quase nada foi usado em investimentos.
Parte considerável foi gasta para tapar rombos deixados por decisões atabalhoadas tomadas pelo governo. As desonerações tributárias, por exemplo, vão morder R$ 80 bilhões neste ano e sabe-se lá quanto mais em 2014.

Alguém sabe que resultado prático elas produziram para a população, seja na forma de mais bem-estar, mais oportunidades de emprego e ou de geração de renda?

A truculenta intervenção patrocinada pelo governo petista no setor elétrico, detonada há pouco mais de um ano, também cobra seu preço. Apenas em setembro, R$ 2 bilhões tiveram de ser gastos para indenizar as empresas, mas muito mais ainda será torrado. Não é que a redução nas contas de energia fosse errada - não é - mas havia formas menos atrapalhadas de realizá-la.

Sem saber ao certo o que está fazendo, o governo parece ter abandonado de vez qualquer compromisso de atingir um resultado fiscal crível neste ano.
A meta formal para 2013 era de 3,1% do PIB, mas com o passar dos meses o número tornou-se mera ficção. Em junho, o governo jurou que faria um superávit de 2,3% do PIB. Agora volta, de novo, atrás. 


Segundo informa hoje a Folha de S.Paulo, o compromisso assumido com pompa por Guido Mantega e chancelado por Dilma Rousseff deve cair por terra nos próximos dias. O governo federal pretende eximir-se de compensar uma eventual frustração do esforço fiscal feito por estados e municípios.

O superávit do ano deve cair ainda mais.

Já há até projeto de lei tramitando no Congresso livrando o Tesouro de garantir a meta mínima de estados e municípios. Aprovado, significará que o governo Dilma passará a perseguir uma nova meta de superávit.

Será a quinta definida para este ano.

A Lei de Diretrizes Orçamentárias, de abril do ano passado, previa superávit de R$ 156 bilhões. Desde então, o valor foi sendo seguidamente revisto para baixo, até chega aos R$ 111 bilhões atualmente previstos. Mas nem assim a meta deve ser alcançada: até setembro, só R$ 45 bilhões foram poupados.

Vale relembrar o que Mantega afirmou quando assumiu, cinco meses atrás, o compromisso com a atual meta:
"É bastante sólida a ideia de que nós vamos fazer 2,3% de superávit primário. Podem cravar a informação. Isso é uma meta firme do governo", disse ele em junho à Folha.


Como se vê, tudo que é sólido desmancha no ar...
Não se deve esquecer também que, há pouco menos de um mês, o governo patrocinou um leilão malfeito que terminou sem concorrência cujo principal intuito era arrecadar R$ 15 bilhões para garantir o resultado fiscal do ano.

Na brincadeira, foi embora cerca de metade das reservas provadas de petróleo do país. É o patrimônio dos brasileiros sendo corroído pela irresponsabilidade - que não é apenas fiscal - da turma do PT.


itv

E NO brasil maravilha dos FARSANTES... O vilão da inflação é também o da estagnação

Esqueçam o tomate, a carne e as passagens aéreas. Não falem mal das leguminosas, dos hortigranjeiros ou dos salões de beleza. 

O vilão da inflação nunca será encontrado na lista de bens e serviços comprados pelos consumidores. A imagem usada pela imprensa é mera repetição de uma velha metáfora criada lá pelos anos 80 ou pouco antes Ninguém deve entender literalmente essa figura de linguagem. O vilão existe, sim, mas é de outro tipo. É o mesmo da estagnação econômica, da irresponsabilidade fiscal e da erosão das contas externas. Em uma palavra, é o governo, embora esse nome pareça um tanto inadequado para designar a presidente Dilma Rousseff e a trupe espalhada por 39 ministérios, uma porção de estatais e outros órgãos da administração indireta. 

Não há nada de bom nesse número, nem se pode - ao contrário da afirmação do ministro - considerá-lo normal para esta época do ano. 

Só se pode falar de normalidade em outro sentido: 
esgotado o efeito dos truques com as tarifas de transporte e as contas da energia, o recrudescimento da alta de preços foi absolutamente natural. Que mais poderia ocorrer, quando há um desajuste inegável entre a demanda, principalmente de consumo, e a capacidade de oferta da indústria nacional? 

Esse desajuste, é bom lembrar, é alimentado principalmente pela política oficial, marcada pela gastança e pelos estímulos ao consumo e reforçada pela expansão do crédito. Sem esses fatores, nenhum aumento do preço do tomate ou da carne bovina produziria um impacto tão amplo sobre todos os mercados. Além disso, o efeito da depreciação cambial seria muito menos sensível, como tem sido em outras economias emergentes. 

Aquelas, como a da Índia, com problemas graves de inflação, têm também, como o Brasil, sérios desajustes fiscais e limitações importantes do lado da oferta. O efeito da demanda é também evidente na evolução dos preços dos serviços, com alta de 0,52% em outubro e 8,74% em 12 meses. 

No caso dos bens, o aumento de preços tem sido atenuado, em parte, pela importação crescente, mas essa é uma solução inviável quando se trata de aluguel residencial, conserto de automóvel, consultas médicas ou serviços de manicures, para citar só alguns itens de uma lista muito ampla de atividades. 

 O mesmo desequilíbrio entre a demanda crescente e a capacidade de oferta muito limitada reflete-se também no déficit comercial de US$ 1,83 bilhão acumulado de janeiro a outubro. Nesse período, o valor exportado, US$ 200,47 bilhões, foi 1,4% menor que o de um ano antes, pela média dos dias úteis, e o gasto com importação, US$ 202,3 bilhões, 8,8% maior.

 O aumento das compras de petróleo e derivados - diferença de US$ 6,64 bilhões de um ano para outro - foi um fator importante, mas o total da importação foi determinado principalmente por outros fatores. A elevação de US$ 17,29 bilhões na despesa com bens estrangeiros refletiu acima de tudo os desajustes internos e especialmente a perda de eficiência da economia nacional. Não há como disfarçar a redução da produtividade e do poder de competição, resultante principalmente de uma coleção de falhas da política econômica. 

A agropecuária ainda é produtiva em grau suficiente para compensar os problemas sistêmicos da economia brasileira e conquistar espaços no mercado internacional. A maior parte da indústria tem sido incapaz de vencer esses obstáculos. Os mais comentados são as deficiências de infraestrutura e a tributação irracional, mas a lista é ampla e um dos mais importantes, embora nem sempre lembrado, é o despreparo da mão de obra. 

 Há pouco tempo a Confederação Nacional da Indústria divulgou pesquisa sobre a escassez de trabalhadores qualificados para o setor de transformação. Outra sondagem, nesta semana, tomou o quadro ainda mais dramático: 74% das empresas de constução consultadas indicaram dificuldades para encontrar pessoal aproveitável. 

Quase todo esse grupo -94% - reclamou da escassez de trabalhadores preparados até para serviços básicos, como os de pedreiro e ajudante. 

Em outros tempos, a construção exercia, entre outras, a função estratégica de absorver pessoal de baixa qualificação. Isso mudou. As construtoras progrediram tecnologicamente e a educação ficou para trás, principalmente nos níveis fundamental e médio. Pessoas um pouco mais atentas apontaram a má escolha do objetivo, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu cuidar prioritariamente do acesso a faculdades/por meio de bolsas, cotas e maior oferta de vagas. 

O País paga caro, hoje, por essa decisão obviamente demagógica e eleitoreira. Ninguém deve esperar grandes avanços na política educacional em curto prazo. No Rio Grande do Sul, nesta sexta-feira, a presidente Dilma Rousseff repetiu, como se fosse algo muito bom, uma ameaça muito ouvida nos últimos tempos: por meio dos recursos do petróleo, a educação será transformada no "caminho fundamental" do desenvolvimento. 

Essa é uma assustadora conversa mole. O Brasil precisa de educação há muito tempo, é preciso cuidar do assunto imediatamente e há recursos mais que suficientes para isso. Apostar no hipotético dinheiro do pré-sal equivale a encontrar mais uma desculpa vergonhosa para nada fazer de sério pela educação. 

Rolf Kuntz / O Estado de S. Paulo

A era do rebelde chapa-branca

Vivemos um momento histórico de uma vulgaridade, obscurantismo e insipidez sem precedentes que, por várias razões entrelaçadas, propiciou a eclosão de um personagem patético, insólito, abundante e que ficará marcado como a expressão máxima deste triste período:
o rebelde chapa-branca.

Sim! É ele o protagonista em todas as rodinhas, redes sociais, botequins, universidades e passeatas. Revela-se por duas características inseparáveis:
revoltado contra o sistema e, ao mesmo tempo, chancelado por ele.

Vamos a alguns exemplos.

O MST é subvencionado pelo governo, tem o respaldo do governo e, no entanto, não para de reclamar, invadir e destruir terras produtivas. No rap, há um sem-número de rebeldes chapa-branca, mas seu ícone são os Racionais.

Fazem campanha para o governo, sobem nos palanques, têm o beneplácito da mídia oficial bancada pelo governo e, mesmo assim, são revoltadíssimos contra o sistema!

No seu último videoclipe, Marighella, eles aparecem prontos para assaltar a Rádio Nacional, numa reconstituição de época, exibindo inúmeros trabucos de grosso calibre e conclamando à luta armada, incorporando aquela mímica marrenta um tanto canastrona que lhes é peculiar.

O detalhe é que eles estão no poder.
Eles são o poder.
Eles são a situação.

No aniversário da morte do nosso Che Guevara tupiniquim, a Comissão da Verdade comemorou a data com solenidade e deferência. Marighella pode ter arrancado a perna de uns, matado outros e lutado para implementar uma ditadura sanguinolenta no Brasil, mas os rebeldes chapa-branca chancelam a festa, impõem a farsa com mão de ferro e ai de quem piar.

Na semana passada, o tal Procure Saber implodiu com a defecção do rei, deixando desnorteados Caetano Veloso, Gilberto Gil e Chico Buarque — rebeldes chapa-branca de longa data. O Gil acabou no comando do Ministério da Cultura, onde foi aninhando sua cria, o Fora do Eixo, que tem como ponta de lança Pablo Capilé, um rapaz que afirma ser contra o direito autoral, contra o autor, contra o livro e é pupilo de Zé Dirceu.

Tira dos artistas para entregar de mão beijada aos magnatas das redes sociais como o Google, o YouTube e o Facebook. Isso porque não estamos ainda perguntando para onde foi toda a grana que ele recebeu através das leis de incentivo à cultura. É um típico rebelde chapa-branca.

Mas o Caetano acha “muderno” esse retrocesso estúpido e desonesto.
O Chico, lá da França, assina carta de apoio ao Genoíno.
São os nossos coronéis chapa-branca solando de cavaquinho.

Temos de ressaltar também a performance fulminante da presidente do Procure Saber, esta sim uma rottweiler de incontestável pedigree, Paula Lavigne. Descontrolada, vem cometendo lambança atrás de lambança, incluindo um ataque covarde à colunista da Folha de S.PauloMônica Bergamo.
 E o que dizer de sua performance no Saia Justa com a Barbara Gancia?

Há um mês, ela invadiu o meu Twitter, acompanhada por uma centena de integrantes da seita black bloc, me chamando de nazista, ex-músico, ex-Lobão, amante da ditadura, decadente (tem gente me chamando de decadente há uns trinta anos). Depois de algumas trocas de gentilezas, fui obrigado a bloqueá-la.

Uma das características dos rebeldes chapa-branca é o uso da técnica do espantalho:
criam uma figura caricatural, colocam frases fora de contexto (quando não inventadas) em sua boca e tentam fazer acreditar que essa figura patética é você! Um vodu de psicopata.

Uma jornalista chapa-branca de uma revista bancada pelo governo declarou, num momento de búdica inspiração, que é a favor de fuzilamento para determinados casos (quais seriam?). É o tipo de comportamento visto com simpatia e condescendência pelo rebelde chapa-branca, pois a visão assimétrica do mundo, com um peso para duas medidas, é outra marca registrada dele.

Estou inaugurando com muito orgulho e entusiasmo minha coluna em VEJA. Não é fortuito o nosso encontro, assim como não é por acaso que se percebe a sociedade civil começando a se organizar para repensar a nossa condição atual.

Tentarei tratar dessa miséria que nos assola como se estivesse praticando um novo esporte:
 épater la gauche. 
Essa turma está imprimindo o ridículo em sua própria história. 
E desse vexame não escapará. 

Lobão/Veja

O JEITO EMBUSTEIRO DE "GUVERNÁ" DA GERENTONA DE NADA E COISA NENHUMA : Governo deve afrouxar de novo meta fiscal (PELA QUINTA VEZ NO ANO)

Após sucessivos fracassos nas estimativas de gastos e receitas, o governo Dilma Rousseff já abre caminho para apresentar sua quinta meta fiscal para este ano.

Declarações das autoridades e movimentos no Congresso sinalizam que será necessário estabelecer um objetivo ainda menos ambicioso que o atual -uma poupança de R$ 111 bilhões a ser atingida em conjunto por União, Estados e municípios.

A equipe do ministro da Fazenda, Guido Mantega, começa a indicar que não será possível compensar, com um esforço extra do governo federal, o descumprimento do saldo de R$ 38 bilhões esperado de governadores e prefeitos.

Afinal, o desempenho do próprio Tesouro Nacional no ano, segundo os resultados obtidos até setembro, ainda está muito longe dos R$ 73 bilhões prometidos.

Nos primeiros nove meses do ano, o governo economizou R$ 27 bilhões da arrecadação de impostos e outras receitas para abater a dívida pública, a metade do já modesto esforço fiscal feito no período correspondente de 2012.

Já Estados e municípios pouparam R$ 18,5 bilhões,

R$ 2 bilhões abaixo do resultado de 2012. Tudo somado, restou a tarefa impensável de cumprir 60% da meta neste último trimestre do ano.

Não por acaso, voltou a tramitar no Congresso um projeto apresentado em abril que desobriga o Tesouro de garantir a meta mínima estabelecida para o ano, cobrindo os resultados abaixo do esperado de Estados e municípios.INFLAÇÃO E 

DÍVIDA

O governo Dilma afrouxou o controle de gastos a partir do ano passado, na tentativa de estimular o consumo, os investimentos e, consequentemente, o crescimento da economia do país.

Neste ano, porém, a situação das contas públicas passou a preocupar analistas domésticos e estrangeiros em razão de seu peso na escalada da inflação e, mais recentemente, no crescimento da dívida total do governo.

A Fazenda e o Planejamento tentaram, mas não conseguiram responder com medidas factíveis à piora das expectativas do mercado, o que explica a sucessão de metas fixadas e abandonadas para o resultado fiscal.

De início, a Lei de Diretrizes Orçamentárias, proposta em abril do ano passado, estabeleceu uma meta integral de R$ 156 bilhões, com possibilidade de abatimento de R$ 45 bilhões para investimentos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).

Já no projeto de Orçamento enviado ao Congresso em agosto de 2012, previa-se utilizar uma fatia de R$ 25 bilhões do abatimento.

Entre abril e maio últimos, o governo ampliou para R$ 65 bilhões a autorização para abatimentos e apresentou um projeto que tornava opcional a cobertura dos resultados insuficientes de Estados e municípios.

Depois da má recepção obtida pela política fiscal, o governo anunciou em julho uma meta hoje oficialmente em vigor. Nas últimas semanas, porém, o projeto do primeiro semestre voltou à fila de votações do Congresso.