"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

novembro 01, 2013

I N C O M P E T E N T A. OU : UMA CASA NO VERMELHO


Imagine uma casa em que as contas fecham sempre no vermelho, onde os gastos só crescem, a poupança é pequenininha e os investimentos na melhoria do recinto acontecem a conta-gotas. Transposta para uma dimensão multibilionária, esta é hoje a situação do Brasil, por obra e graça da gestão da presidente Dilma Rousseff.

A piora vem já de alguns anos e não parece caminhar para uma reversão no horizonte visível. Pelo contrário. O comportamento das contas públicas é cada vez mais decepcionante. Esta, sim, será uma herança maldita e tanto que a petista legará a seu sucessor, daqui a pouco mais de um ano.

Ontem, foi divulgado o resultado fiscal do governo em setembro. Os adjetivos empregados pela imprensa nas notícias de hoje é suficiente para dar conta de quão ruim foi o desempenho.

Foi "surpreendentemente negativo", segundo O Estado de S.Paulo; um "péssimo resultado", de acordo com o Valor Econômico, e "um rombo exemplar", na síntese de Miriam Leitão n'O Globo. Os números confirmam a dureza dos vernáculos.

O déficit registrado no período foi de R$ 9 bilhões, no pior resultado já alcançado num mês de setembro em toda a série histórica do Banco Central e o maior rombo em quase cinco anos - ou, mais precisamente, desde dezembro de 2008, auge da crise financeira global. Em agosto, as contas públicas também já haviam fechado no vermelho.

Em relação ao acumulado em 2012 até setembro, o superávit já caiu pela metade neste ano. Se comparado a dois anos atrás, a redução chega a 63%. "A queda do superávit primário não é algo conjuntural, ele é estrutural e não será passível de reversão nos próximos dois anos", diagnostica Mansueto Almeida no Estadão. "Está abandonada a meta de superávit de 2,3% do PIB e a degradação fiscal é mais acelerada do que se previa no próprio governo", informa Claudia Safatle no Valor.

O governo gasta muito e gasta muito mal. Enquanto as chamadas despesas primárias cresceram R$ 79 bilhões no ano até agora, os investimentos públicos aumentaram apenas R$ 1,3 bilhões, ou o equivalente a somente 2,9%. O PAC é uma sombra quase invisível perto da montanha de gastos correntes que a máquina petista promove.

As despesas do governo crescem num ritmo bem maior do que as receitas: 13% e 8%, respectivamente. Mais uma vez, a meta de superávit não será alcançada: no acumulado em nove meses, o superávit é de R$ 45 bilhões e o governo teria de economizar R$ 66 bilhões no último trimestre para atingir o alvo. Sem bruxaria, impossível. Expurgadas as maquiagens contábeis, será a quarta ocasião em que isso acontecerá num intervalo de cinco anos.

O descontrole nas contas significa menos poupança e deverá exigir mais aumentos de juros para enxugar a quantidade de dinheiro em circulação e evitar que mais gasolina respingue na fogueira da inflação. Neste ambiente, parece favas contadas o rebaixamento da classificação de risco dos títulos brasileiros no início do ano que vem.

Parte do rombo atual deve-se a medidas que o governo tomou de maneira voluntarista, para dizer o mínimo, e irresponsável, para dizer o certo. Os subsídios para a redução das contas de energia elétrica estão custando caro (foram R$ 2 bilhões em setembro), as desonerações tributárias já abocanharam quase R$ 60 bilhões no ano e as transferências para os municípios - feitas justamente para compensar as isenções de impostos - comeram outro tanto (R$ 1,5 bilhão no mês).

O Banco Central vê um quadro "desafiador" e, à guisa de resposta, o ministro da Fazenda saca da algibeira medidas paliativas e improvisadas - como as mudanças nas regras de concessão de seguro-desemprego e do abono salarial, prometidas há mais de dois anos e jamais implementadas - para tentar diminuir o rombo e acalmar o mercado.

O governo age como um endividado que vive em regime da mão para a boca. Receitas extraordinárias, como os R$ 15 bilhões obtidos com o leilão de Libra, ajudarão a evitar um desastre maior na governança fiscal. Pagamentos de dívidas renegociadas junto à Receita devem somar mais um naco. Mas serão insuficientes para alterar o quadro geral.

Uma dona de casa que administra tão mal as finanças de sua casa provavelmente já estaria há muito tempo na rua da amargura. A porta de saída será a serventia que o eleitorado oferecerá a Dilma no ano que vem pela forma perdulária como ela trata o dinheiro dos brasileiros.

Permitir que as finanças do governo galopem pelo descontrole é a forma mais evidente de demonstrar desrespeito pelo sacrifício dos cidadãos, que labutam e pagam impostos para ver o governo devolver-lhes quase nada na forma de serviços de saúde, educação, transporte e segurança. Comportamento irresponsável com as contas públicas casa com desdém pela melhoria das condições de vida dos brasileiros.

ITV

BRASIL REAL !SEM MARQUETINGUE E TV A GERENTONA DE NADA E COISA NENHUMA 1,99 SEGUE "MUDANDO " O brasil: Brasil cai em lista de investimento estrangeiro

O número de empresas estrangeiras querendo investir no Brasil ou comprando companhias nacionais sofreu uma importante queda e a economia brasileira perdeu espaço entre as que mais atraem investimentos no mundo. Um levantamento divulgado pela ONU revela que, no primeiro semestre do ano, o Brasil foi a oitava economia que mais recebeu investimento no mundo. Em 2012, o País ocupava a 6 a posição.

Segundo os dados oficiais, empresas estrangeiras reduziram em 58% o volume de dinheiro em fusões e aquisições no Brasil entre 2012 e o primeiro semestre de 2013, uma das maiores quedas em todo o mundo.

No ano passado, o Brasil havia sido o país mais atraente para aquisições, atraindo US$ 11 bilhões no primeiro semestre. Neste ano, esse volume caiu para apenas US$ 4,7 bilhões. No mesmo período, o volume de empresas estrangeiras comprando companhias no México deu um salto recorde, passando de US$ 1 bilhão para mais de US$17 bilhões.

Em média, aquisições registraram uma alta de 83% no mundo e mais de 120% nos emergentes. Além de perder espaço para o México, o Brasil viu as multinacionais se direcionando para a Rússia, China e Cingapura.

Outra queda importante foi registrada em novos projetos, como a abertura de fábricas. Os investimentos nesse segmento no Brasil caíram de US$ 15,2 bilhões em 2012 para US$ 12,2 bilhões, uma redução de 20%.

No primeiro semestre de 2012, o Brasil recebeu US$ 29,7 bilhões em investimentos. Na segunda parte do ano, o volume chegou a US$ 35,5 bilhões. Agora, essa montante volta a cair para US$ 30 bilhões.

O valor final só não é menor graças aos empréstimos que as sedes das multinacionais já com investimentos no Brasil estão realizando para suas filiais no País. Esse volume teria dobrado em 2013. Mas isso não impediu que Rússia e Canadá tomassem o lugar do Brasil no ranking mundial.

Emergentes. 
Em termos gerais, a ONU aponta que os investimentos diretos no mundo aumentaram em apenas 4% no primeiro semestre do ano, para um total de US$ 745 bilhões. No ano, o volume deve se equiparar ao investimento registrado em 2012, com um crescimento estagnado. A recuperação lenta da Europa e a desaceleração dos emergentes seriam alguns dos motivos e uma retomada dos fluxos de investimentos ocorreria apenas em 2014.

Mas o resultado só não é pior porque o fluxo para os emergentes continuou subindo e a proporção de investimentos indo para economias em desenvolvimento bate um recorde. De cada dez dólares investidos, seis vão hoje para os emergentes, em 2013, a expansão foi de 9%.

No primeiro semestre do ano, os países ricos viram uma contração nos investimentos. Na Europa, a queda foi de 20%, com reduções na França e Alemanha. Na América do Norte, a compra de empresas locais por chineses e asiáticos salvou em parte o resultado semestral, mesmo com a queda nos EUA.
A canadenses Nexen foi comprada pela chinesa CNOOC por US$ 19 bilhões, enquanto a chinesa Shuanghui comprou a americana Smithfield por US$ 4,8 bilhões. 

Mas o Reino Unido observou uma alta e hoje é quem mais recebe investimentos no mundo, com um total de US$ 75 bilhões. Em parte essa liderança vem da transação de US$ 46 bilhões entre a Glencore e a Xtrata. 

Já nos emergentes, a Ásia corresponde a metade de todo o investimento recebido e a China é o segundo maior destino de investimentos, com US$ 67 bilhões. Os EUA estão apenas na terceira posição. Neste ano, outro destaque foi a Rússia com o maior destino para investimentos em 2012 o quinto mais popular, com US$ 56 bilhões.

Na América Latina, a expansão foi de 35%, levada pela alta no México e Peru. Mas se apenas a América do Sul for considerada, o fluxo registrou uma queda de 8%. A estagnação da expansão brasileira e a queda do Chile foram dois dos principais motivos.


Em queda
Empresas estrangeiras reduziram em 58% o volume de dinheiro em fusões e aquisições no Brasil entre 2012 e 0 primeiro semestre de 2013, um dos maiores recuos do mundo

Jamil Chade O Estado de S. Paulo

"A VORTA DU TUMATI" ! SOB "CONTROLE" : Alimento e aluguel puxam inflação


O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) atingiu 0,55%, no fechamento de outubro, com alta de 0,06 ponto percentual em relação à última apuração (0,49%) e 0,17 ponto percentual acima do índice registrado na primeira semana do mês (0,38%). No ano, a taxa acumula alta de 4,20% e, em 12 meses, 5,36%.

A pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostra que seis dos oito grupos apurados tiveram aumento maior do que o registrado na terceira prévia do mês. O índice mais alto foi constatado no item alimentação que subiu de 0,79% para 0,93% com destaque para as hortaliças e legumes com elevação de 0,91% ante uma queda de 4,34%.

Ocorreram acréscimos também em saúde e cuidados pessoais (de 0,43% para 0,57%), 
despesas diversas (de 0,14% para 0,25%), 
comunicação (de 0,38% para 0,47%), 
habitação (de 0,57% para 0,58%) 
e educação, leitura e recreação (de 0,49% para 0,50%).

Os cinco itens que mais influenciaram o aumento do IPC-S foram: 
tomate (de 15,82% para 24,76%), 
o aluguel residencial (de 0,77% para 0,80%), 
refeições em bares e restaurantes (de 0,62% para 0,44%), 
plano seguro-saúde (de 0,67% para 0,67%) 
e tangerina (de 22,19% para 34,80%).
Vale citar o comportamento dos itens: 
medicamentos em geral (0,08% para 0,27%), 
alimentos para animais domésticos (0,90% para 1,89%), 
tarifa de telefone móvel (0,82% para 1,10%), 
aluguel residencial (0,77% para 0,80%) 
e show musical (0,78% para 1,47%), respectivamente.

O impacto desses aumentos, no entanto, foram minimizados pelo recuo de 0,01% em transporte ante uma alta de 0,02%. Nesse grupo, os serviços de oficina subiram de 1,04% para 0,51%, e a gasolina teve queda de 0,63% ante um recuo de 0,70%. Além disso, na classe vestuário houve um decréscimo com a taxa passando de 0,75% para 0,72% sob o efeito, principalmente, dos calçados (de 0,43% para 0,23%).
Jornal do Brasil