"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

outubro 31, 2013

JEITO 1,99 DE "GUVERNÁ" ! brasil maravilha DOS FARSANTES E SUA "CONTABILIDADE CRIATIVA" : Fundos de trabalhadores socorrem o Tesouro


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As dificuldades do Tesouro Nacional parecem ser bem maiores do que permitia supor a "contabilidade criativa" das autoridades fazendárias, como se constata pela última decisão do órgão. O Tesouro resolveu pagar a prazo - e só em parte - uma dívida de R$ 9 bilhões acumulada com o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Dívida decorrente da multa adicional de 10% cobrada dos empregadores nas demissões não justificadas de trabalhadores com carteira assinada e dos subsídios para os mutuários do programa de habitação social Minha Casa, Minha Vida. 

A parte relativa à multa do fundo é de R$ 4,5 bilhões, mas só R$ 900 milhões voltarão ao FGTS, entre abril e dezembro, em módicas parcelas de R$ 100 milhões cada uma. Nada se sabe sobre a devolução da diferença de R$ 3,6 bilhões entregue ao Tesouro e não repassada ao FGTS nem sobre o que será pago em 2014.

Trata-se, evidentemente, de uma apropriação indevida, só explicável porque o governo quer gastar o máximo possível imediatamente, enquanto se endivida onde puder - inclusive em fundos de trabalhadores. E não é um caso de interesse por um fundo isoladamente.

Alegando problemas de fluxo de caixa, o Tesouro usou, em setembro, R$ 1,2 bilhão do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) para pagar os gastos com o abono salarial. Os recursos estavam aplicados no mercado financeiro, explicou o presidente do Conselho Deliberativo do FAT (Codefat), Quintino Marques Severo. O governo argumenta que teria havido aumentos nos gastos com o seguro-desemprego e o abono salarial, mas os sindicatos discordam. O motivo é que o FAT não foi compensado das desonerações do PIS, disse o representante da Força Sindical no Codefat, Sérgio Luiz Leite.

Finalmente, há o custo das desonerações sobre a folha de salários, concedidas pela Fazenda às expensas da Previdência. Neste ano, esse custo é estimado em R$ 16 bilhões, mas é reembolsado com atraso de muitos meses pelo Tesouro - em setembro, o repasse do Tesouro ao INSS foi de apenas R$ 979,3 milhões. Não importa que a Previdência tenha apresentado, no mês passado, um desequilíbrio de R$ 11,8 bilhões e, nos últimos 12 meses, de quase R$ 50 bilhões, porque as despesas, principalmente com as aposentadorias rurais, são maiores que as receitas. 


O Tesouro, em síntese, gasta por conta de um futuro que apresentará a fatura, com certeza.

O Estado de São Paulo

NA MARÉ BAIXA É QUE SE VÊ QUEM NADA PELADO II : Contas públicas têm maior rombo para o mês de setembro em 11 anos. O setor público ampliou o déficit primário de agosto de R$ 432 milhões para R$ 9 bilhões. A INCOMPETENTA CONTINUA "MUDANDO" O brasil.



O setor público consolidado apresentou déficit primário de R$ 9,048 bilhões em setembro, informou o Banco Central. Este foi o pior resultado para o mês da série histórica do BC, iniciada em dezembro de 2001. A última vez que o saldo tinha ficado negativo em setembro foi em 2009, quando a conta fechou deficitária em R$ 5,418 bilhões. O pior resultado da série histórica foi no último mês de 2008, quando o rombo ficou em R$ 20,951 bilhões.

Em agosto, o resultado já havia sido negativo em R$ 432 milhões. Em setembro do ano passado, houve superávit de R$ 1,594 bilhão. O resultado, abatido pelo mau desempenho das contas com a Previdência, foi muito pior que o esperado por analistas. O pagamento do 13º salário de aposentados e pensionistas pesou nesta conta e, como avançou sobre setembro, continuou refletindo negativamente, elevando o rombo da Previdência e o déficit fiscal no mês.

A meta cheia de superávit primário para este ano era de R$ 155,9 bilhões, cerca de 3,1% do PIB, mas foi reduzida diante da economia fraca e da elevada renúncia tributária decorrente das desonerações.
 
O chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, salientou que o superávit primário acumulado no ano, de R$ 44,965 bilhões, é o menor registrado pela instituição desde 2009 para o período, quando somou R$ 38,6 bilhões de janeiro a setembro. Em 12 meses, o superávit primário acumula um saldo de R$ 74,1 bilhões ou o equivalente a 1,58% do Produto Interno Bruto (PIB). Esta variação, de acordo com Maciel, é a menor desde novembro de 2009, quando ficou em 1,33% do PIB.

O técnico salientou que houve uma queda nas despesas com juros de agosto para setembro, quando passou de R$ 21,871 bilhões para R$ 13,848 bilhões. "Em setembro do ano passado também tinha sido baixo", comparou. Na ocasião, o gasto com essa conta ficou em R$ 13,844 bilhões. No acumulado do ano, os gastos com pagamento de juros somaram R$ 177,2 bilhões, a conta mais alta desde 2001, quando ficou em R$ 177,5 bilhões. Em 12 meses, essa conta já soma R$ 229,6 bilhões (4,91% do PIB).

Em relação ao resultado nominal, Maciel comentou que o saldo negativo de R$ 22,9 bilhões é o mais elevado para mês de setembro da série histórica. No acumulado do ano, o déficit de R$ 132,24 bilhões também é o mais elevado da série e, em 12 meses, o porcentual do PIB (3,33%) é o mais alto desde novembro de 2009 (4,1%).

Recuperação. Maciel afirmou o déficit primário de setembro tende a ser compensado por superávits nos próximos meses. "Temos perspectiva de receitas extraordinárias do Refis e entrada de recursos com o leilão de Libra", afirmou. "E também há perspectivas favoráveis com receitas de dividendos, como disse mais cedo o secretário (do Tesouro Nacional Arno Augustin)."

Maciel ainda que os resultados de Estados e municípios melhoraram este mês e há perspectiva de que sejam melhores até o final do ano. "Há expectativa positiva para alcançar os R$ 73 bilhões até o final do ano", afirmou, se referindo à meta do governo central. Maciel acrescentou que o resultado de setembro tem fatores que já estavam presentes ao longo do ano, como o impacto das desonerações (R$ 58 bilhões no ano), do reajuste do salário mínimo e da Previdência. "Mas tivemos no mês fatores pontuais que já foram elencados na divulgação do Tesouro."

O esforço fiscal do mês passado foi composto por um déficit de R$ 10,760 bilhões do Governo Central (Tesouro, Banco Central e INSS). Os governos regionais (Estados e municípios) contribuíram com R$ 1,740 bilhão no mês. Enquanto os Estados registraram um superávit de R$ 1,479 bilhão, os municípios tiveram superávit de R$ 271 milhões. Já as empresas estatais registraram déficit primário de R$ 38 milhões.


Governo central. Mais cedo, o Tesouro divulgou os dados sobre o governo central, que entra na conta do esforço fiscal do setor público como um todo. Normalmente, os dois indicadores não são divulgados no mesmo dia. Para o economista-chefe da corretora Tullett Prebon, Fernando Montero, o governo resolveu divulgar os dados fiscais ruins para reduzir o impacto negativo na imprensa. (Com Reuters)

Célia Froufe e Eduardo Cucolo, da Agência Estado 

NA MARÉ BAIXA É QUE SE VÊ QUEM NADA PELADO : SEGUNDO MÊS CONSECUTIVO ! "GUVERNU" Central DA GERENTONA 1,99 tem déficit de R$ 10,473 bi em setembro.


 
As contas do governo central apresentaram no mês de setembro um déficit de R$ 10,473 bilhões, o pior resultado desde dezembro de 2008, quando foi de R$ 19,994 bilhões. Também foi o pior setembro em 17 anos. É o segundo mês consecutivo com o pior resultado para o mês da série histórica. O resultado ficou abaixo do piso das estimativas de 18 instituições financeiras consultadas pelo AE Projeções, que iam de déficit de R$ 4,8 bilhões a um superávit de R$ 2,0 bilhões.

Até setembro, o governo central - que reúne as contas do Tesouro Nacional, Banco Central e a Previdência Social - acumula um superávit primário de R$ 27,943 bilhões, apresentando uma queda de 49% em relação ao mesmo período do ano passado.

Os dados mostram que o Tesouro, em setembro, apresentou superávit de apenas R$ 1,321 bilhão, acumulando saldo positivo de R$ 76,113 bilhões no ano. Por outro lado, a Previdência apresentou déficit primário de R$ 11,763 bilhões no mês passado e no ano até agosto teve resultado negativo de R$ 47,613 bilhões. As contas do Banco Central tiveram déficit primário de R$ 31 milhões. No acumulado do ano, o resultado é déficit de R$ 556,8 milhões.

De acordo com dados divulgados nesta quinta-feira, 31, pelo Tesouro, o esforço fiscal do governo central caiu de 1,69% do Produto Interno Bruto (PIB) de janeiro a setembro de 2012 para 0,80% do PIB no mesmo período deste ano.

No período de 12 meses até setembro, o superávit do governo central é equivalente a 1,3% do PIB, ou R$ 61,4 bilhões. A meta até o final do ano do governo central é de R$ 73 bilhões.

Mercado Financeiro
O mercado financeiro foi surpreendido pelo tamanho do déficit primário das contas do governo central em setembro. Já se esperava um resultado ruim, mas o déficit ficou além do estimado. Muitos analistas estão neste momento investigando mais detalhadamente as razões do resultado. "O resultado foi desastroso, ficamos surpresos. Ainda estamos investigando as causas", disse Felipe Salto, da Consultoria Tendências.

O economista-chefe da corretora Tullett Prebon, Fernando Montero, também avaliou como muito ruim o resultado, mostrando a deterioração das contas públicas. Para ele, o governo resolveu divulgar os dados fiscais ruins do Tesouro e Banco Central no mesmo dia para reduzir o impacto negativo na imprensa. Ele destaca que a meta quadrimestral (até agosto) ficou descumprida.

O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, disse que o déficit de R$ 10,473 bilhões pode ser explicado por "algumas especificidades". Ele informou que, no mês passado, foi repassado R$ 1,5 bilhão para os municípios, movimento que não ocorrerá nos próximos meses. Citou também as transferências de R$ 2,050 bilhões para a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE). Augustin disse que a tendência é de que estes repasses diminuam nos próximos meses.

O secretário ainda falou que contribuiu para o resultado negativo de setembro a concentração do pagamento de abonos salariais este ano em um número menor de meses que no ano passado. "De janeiro a setembro foram pagos R$ 11,258 bilhões, R$ 2,272 bilhões a mais que em 2012, quando foram pagos R$ 8,985 bilhões", justificou. Segundo ele, o pagamento do abono ocorreu em cinco meses no ano passado e foi reduzido para quatro meses este ano.

Augustin lembrou ainda que existe um fenômeno recorrente para meses de setembro, que é o pagamento pela Previdência de parte do 13º salário, elevando o déficit na Previdência neste mês. "Em dezembro terá um movimento contrário", destacou. Augustin lembrou que os meses de setembro são tradicionalmente ruins. "Tradicionalmente, além de não ser positivo, houve especificidades este ano", justificou.

ADRIANA FERNANDES E RENATA VERÍSSIMO - Agencia Estado

Cidadão Eike 2013 II ! AQUELE QUERIDINHO DO brasil maravilha DA CANALHA QUE LIA(LÊ?) OS JORNAIS DE 2015 : Ação da OGX vale menos do que chiclete


Com a recuperação judicial anunciada pela OGX, suas ações cotadas na Bovespa passaram a valer menos que um chiclete; meros R$ 0,17. Do fechamento anterior do mercado ao de ontem, a desvalorização dos papéis da empresa foi de 26,1%,

Essa derrocada da empresa torna o pregão de hoje histórico: será o último no qual a petroleira de Eike Batista participará da composição do Ibovespa, índice que mede a evolução dos negócios na bolsa de valores. A OGX se despede ainda de outros nove índices, menos negociados, como confirmou a BM&FBovespa na noite de ontem.

Conforme já estava previsto, as ações da OGX ficam suspensas, mas apenas no início do pregão, durante uma hora desde às 10h. Até às 16h, quem quiser vender ou comprar seus papéis estará liberado.

Depois, em processo com duração mínima de uma hora, no fechamento do mercado, em "procedimento especial de negociação", será determinado o "preço de retirada" da OGX do Ibovespa.

Na sexta-feira, portanto, os índices que hoje contam com as cotações da petroleira de Eike Batista seguem sem a empresa. Mas, apesar da recuperação judicial, a OGX "continuará a ser negociada normalmente", segundo a bolsa.

Este é o primeiro caso do tipo nos mais de 45 anos do índice Ibovespa. Das 73 empresas listadas pelo índice, a OGX detém ainda a sexta maior movimentação nos negócios na bolsa. Fica atrás somente de Petrobrás, Vale, Itaú Unibanco, Bradesco e Banco do Brasil.

Sem choro nem vela. Para William Ed Júnior, coordenador do Centro de Estudos em Finanças da Fundação Getúlio Vargas (FGV), não há muito o que lamentar: o mercado só tem a ganhar com a saída da OGX do principal índice da bolsa. "Esse sobe e desce da OGX só atrapalha quem investe em fundos indexados ao Ibovespa", diz.

Sobre as grandes perdas e as consequências da saída das ações da OGX de, ao todo, dez índices, Ed Júnior não vê motivos para reclamação. E medidas só poderiam ser tomadas pela Comissão de Valores Mobiliários (ÇVM), segundo ele, em caso de comprovação de fraude o que não houve. Quem achar que vale o custo, que pague bom advogado. "A OGX prometeu, quem acreditou que arque com o prejuízo."

Histórico. Desde o maior valor de mercado alcançado pela OGX, em outubro de 2010, foram perdidos R$ 74,7 bilhões; Trata-se de depreciação de 99,3%, A empresa tinha ontem valor de R$ 550,1 milhões, de acordo com a Economática.

Quando a OGX abriu seu capital na bolsa (IPO, na sigla em inglês), em 12 de junho de 2008, cada ação valia R$ 11,31. A partir de então, em meio a uma série de anúncios promissores feitos ao mercado e projetos com grandes incentivos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), os papéis alcançaram ritmo forte de valorização.

Houve um dia, por exemplo, em que as ações da empresa valiam pouco mais que um bom chocolate suíço. No seu valor máximo, obtido em 15 de outubro de 2010, custavam R$ 23,27.

À época, a OGX anunciava descobertas e mais descobertas de reservas de petróleo. Um ano antes, por exemplo, revisou em 60% sua estimativa de produção, de 6,8 bilhões de barris para 10,9 bilhões.

Mas nem tudo correu exatamente como o prometido ao público. E, após algumas oscilações na bolsa ao longo do tempo, a OGX entrou de vez em queda livre neste ano.


 
Tombo.

O primeiro grande tombo veio em julho. Aconteceu sob o impacto do anúncio feito no dia 1.° daquele mês de que não havia dinheiro em caixa para desenvolver alguma tecnologia capaz de explorar o petróleo dos campos de Tubarão Tigre, Tubarão Gato e Tubarão Areia, na Bacia de Campos.

Assim como o patrimônio da OGX despencou, Eike Batista também tem visto seu dinheiro ir embora. De maior bilionário do Brasil e 7.º homem mais rico do mundo, ele passou a ser "somente" milionário, em setembro deste ano. Sua fortuna pessoal, de US$ 30 bilhões em 2012, caiu para menos de US$ 900 milhões - aponta o último ranking produzido pela revista Forbes.


Gustavo Santos Ferreira O Estado de S. Paulo

Cidadão Eike 2013 ! AQUELE QUERIDINHO DO brasil maravilha DA CANALHA QUE LIA(LÊ?) OS JORNAIS DE 2015



Rosebud (botão de rosa) é a chave que explica a criação e o esfacelamento do império do Cidadão Kane – na vida real, presume-se, o magnata norte-americano William Hearst, falecido em 1951.

Diploma de idiota pode ser a expressão que ajuda a explicar a meteórica construção e o desmonte do império do cidadão Eike Batista.

O Cidadão Kane é o filme genial lançado em 1941, dirigido e estrelado por Orson Welles, marco da história do cinema mundial. Rosebud, só no incêndio final fica claro, é a marca do trenó com que o menino Charles Kane brincava no momento crucial em que se separou irremediavelmente de sua mãe, trauma nunca resolvido que tentou superar com a fantástica acumulação de riquezas e de poder.

Eike nunca escondeu de ninguém que um dos momentos decisivos de sua vida aconteceu quando comunicou à família a aquisição de concessões de minas de ouro no Pará. Foi quando o pai, Eliezer Batista, um dos grandes presidentes da Companhia Vale do Rio Doce e ministro de Minas e Energia no período João Goulart, deu um tapa retumbante na mesa da sala de jantar, riscou uma moldura imaginária no ar contra a parede de fundo, e perguntou diante da esposa, de Eike e dos outros seis filhos: "Você quer tirar diploma de idiota?".

A partir daí, as coisas na vida de Eike parecem ter-se passado de forma a provar para o pai, para si mesmo, para o País e para o mundo, que não era e jamais seria um idiota, o que de fato nunca foi. "Meus projetos são à prova de idiota", declarou ele em 2012, relata a comentarista do jornal O Globo Míriam Leitão.

Nesta quarta-feira, a petroleira do grupo, a OGX, entrou com pedido de recuperação judicial. Aconteça o que acontecer, a história do império fará inevitavelmente parte dos estudos de caso nos cursos superiores de Administração de Empresas. E haverá lições a tirar de uma impressionante roda-viva que girou em torno de projetos mirabolantes, avaliações apressadas, seduções sistemáticas de mercados, banqueiros e políticos, de capitalizações gigantescas de empresas e negócios construídos, em grande parte de vento, quase sempre com recursos dos outros.

Mais ainda há a cobrar do governo do PT, que se lançou a exibir feitos e grandes acordos com representantes da chamada burguesia nacional. Foi o governo que catapultou Eike Batista a candidato a campeão da atividade econômica e grande exemplo a seguir pelo empresariado brasileiro. Depois o alimentou com recursos subsidiados do BNDES e empurrou a Petrobrás para o seu colo, supostamente para parcerias com a OGX, que seriam irrevogáveis e desastrosas fossem elas levadas a cabo.

Como a sociedade e o País mergulharam de cabeça nesse jogo é outra narrativa rica em ensinamentos, embora episódios parecidos com esse sejam permanentemente revisitados desde as gigantescas pirâmides financeiras feitas com bulbos de tulipa ocorridas na Holanda do século 17.


Mas a grande história pode ser outra. Parece ter a ver com buracos negros interiores que precisam ser preenchidos com massas cósmicas que em seguida desaparecem misteriosamente. Ou reaparecem no outro lado do universo.
O ser humano e a sociedade não são, por acaso, feitos desse tipo de material?

Celso Ming 

NO brasil maravilha dos FARSANTES DA REPÚBLICA TORPE... BERLINDA : SEGURO DE VIDA DE 180 MIL SERVIDORES ESTÁ POR UM FIO

Não bastasse a dor de cabeça com os planos de saúde, os servidores têm agora de lidar com problemas financeiros e de gestão de operadoras de seguros de vida. Responsável por uma carteira de 300 mil beneficiários, dos quais pelo menos 180 mil são funcionários públicos, a Federal Seguros corre o risco de sair do mercado ainda neste ano.

Com um rombo que já chegou a R$ 73 milhões (hoje, está um pouco menor), segundo a Superintendência de Seguros Privados (Susep), a empresa pode ter a liquidação extrajudicial decretada, caso não apresente até novembro um plano de recuperação convincente.

A informação é do titular da Susep, Luciano Santanna, que falou ontem sobre o assunto em uma audiência pública na Câmara dos Deputados.

A Federal Seguros possui uma relação estreita com o funcionalismo público. Pertencente ao governo entre 1969 e 1983, a companhia foi privatizada e adquirida, por meio de licitação pública, pelo grupo Carmo Indústria e Comércio S.A. Apesar de não atender somente servidores, a categoria representa hoje mais de 60% da carteira, uma herança da época em que a empresa pertencia ao Instituto de Previdência dos Servidores do Estado (Ipase), hoje Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

O diretor executivo da Federal Seguros, Luiz Eduardo Fidalgo, explica que a origem da dificuldade financeira está, principalmente, em dois pontos. Primeiro, segundo ele, a seguradora tem um crédito de R$ 80 milhões no INSS, referente ao pagamento de dívidas que antecedem a privatização. “Nós levamos à Susep a contabilização dos livros caixa da empresa de 1983 até hoje. O débito apresentado, independentemente do tipo de juro que consta no contrato de privatização (de 1% ao mês), tem esse valor”, alegou.

“Com R$ 80 milhões eu teria mais do que o suficiente para cobrir tudo o que está no laudo”, completou Fidalgo. O caso, segundo Luciano Santanna, é contestado pelo INSS e já foi apresentado à Justiça. Atualmente, a situação é estudada pela Advocacia-Geral da União (AGU), segundo o presidente da Susep. O instituto foi procurado, mas não se manifestou até o fechamento desta edição.

A outra causa apontada por Fidalgo é o fato de o governo não estar ressarcindo os valores referentes ao seguro do Sistema Financeiro da Habitação (SFH) de concessões feitas há mais de 30 anos. Garantido por lei, o benefício
deveria ser usado para cobrir casos de morte ou invalidez do mutuário e de danos no imóvel. Para essas situações, existe o Fundo de Compensações de Variações Salariais (FCVS), que é responsável por reembolsar as seguradoras. “É um seguro público. Esses prêmios nunca foram retidos pela empresa, e o governo não está devolvendo a ninguém”, protestou o diretor da Federal.

Segundo ele, cerca de R$ 20 milhões deveriam ter sido restituídos. O superintendente da Susep explica que o ressarcimento foi interrompido depois de denúncias de irregularidades em relação a esse tipo de seguro. “Momentaneamente, suspenderam-se as remunerações até que se consigam combater as fraudes no sistema”, pontuou.


Reclamações
Com problemas financeiros de toda sorte e graves falhas de gerenciamento, a Federal começou a acumular reclamações de consumidores e processos na Justiça, o que levou a Susep a intervir e a instaurar o regime de direção fiscal na seguradora em setembro de 2012. Funcionário de uma usina no estado de Goiás, Ítalo Melo Silva, 26 anos, aguarda há sete anos pela indenização do seguro de vida da mãe, servidora da Secretaria de Saúde do Estado de Goiás.

“Ela teve a taxa do benefício descontada na folha de pagamento durante 23 anos, mas, até hoje, não recebi um centavo”, reclamou Ítalo. Sem perspectivas de ser reembolsado, ele recorreu à Justiça. A indenização, avaliada por ele em R$ 297 mil, poderia ajudá-lo a terminar a construção da casa própria e a reformar a residência onde mora com os avós, em Itumbiara (GO). “Na hora em que mais precisamos, não podemos contar com o dinheiro”, lamentou.

Os recursos também ajudariam no tratamento do avô de Ítalo, de 86 anos, que foi diagnosticado com câncer de pele e, só em medicamento, gasta R$ 500 ao mês. A renda familiar, de aproximadamente R$ 3 mil, mal cobre os custos dos três, avaliados em R$ 2,5 mil. “Há meses que gastamos mais. Meus avós não têm plano de saúde. Quando precisam ir ao médico, só uma consulta chega a R$ 300”, afirmou.


Liquidação
Apesar da intervenção, a situação da Federal Seguros ainda não está boa. Segundo o último balanço da companhia divulgado pela Susep, referente a junho de 2013, as dívidas eram 37% maiores que o capital — o patrimônio líquido dela é de R$ 80, 9 milhões e o passivo, de R$ 111 milhões. Por isso, conforme Santanna, a intervenção já está na fase final: ou a Federal aponta uma solução para a dívida ou aliena uma parte “para uma empresa que possa fazer os aportes necessários para a continuação da seguradora”.
A liquidação, segundo ele, é o último passo. 

“Vários processos de liquidação estão correndo na Susep há 10 anos. 
Não é simples conduzi-los. Além disso, uma liquidação não é boa para o consumidor, que vai demorar muito a receber o dinheiro, e se receber”, pontuou.

Em relação aos beneficiários, o diretor da seguradora reconhece que há atrasos, mas enfatiza que a empresa não deixou de pagar ninguém. “A questão é que a Federal cumpre obrigações, mas atrasa os pagamentos. Em nenhuma fiscalização da Susep foi registrado que ela (a seguradora) fraudou ou fez uso indevido de alguma conta. Foram registrados lapsos de inexistência de capital nas contas porque muitos bens foram penhorados”, afirmou. “O atraso gera problemas, processos judiciais, o que faz com que a dívida fique ainda maior”, completou.
 BÁRBARA NASCIMENTO/Correio Braziliense