"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

julho 30, 2012

Patrimônio de Andressa é 13 vezes o de Cachoeira


Na lista das fortunas em nome de integrantes do bando do bicheiro Carlinhos Cachoeira, o que chama atenção é o patrimônio “franciscano” do próprio bicheiro:
1,5 milhão de reais resumido em um terreno em Goiânia.

A ex-mulher de Cachoeira Andrea Aprigio tem 16,3 milhões de reais em patrimônios,
e a atual mulher, Andressa Mendonça, tem 20 milhões de reais resumidos em uma fazenda.


Já os três irmãos “Almeida Ramos” de Cachoeira, tem fortunas distribuídas em quantias bem diferentes:
Paulo (8,1 milhões de reais),
Marco Antonio (2,7 milhões de reais)
e Reginaldo (17,1 milhões de reais).

Adriano Aprigio, ex-cunhado de Cachoeira fecha a lista das maiores fortunas com 9,4 milhões de reais.

O patrimônio completo do bando de Cachoeira, segundo a PF apurou,
envolve 36 fazendas e chácaras,
58 apartamentos,
treze casas,
dezoito prédios e salas comerciais,
74 terrenos,
51 veículos de passeio,
32 motos,
quatro caminhões,
21 empresas
e 3 415 cabeças de gado.

O valor estimado de todos esses bens somados é de cerca de 167 milhões de reais.

Via Lauro Jardim/Veja

EM REPÚBLICA TORPE... ÓCIO REMUNERADO ! ‘O trabalho do ministro do Trabalho’,O COÇA SACO !

Carlos Daudt Brizola, para a surpresa de muitos, é o ministro do Trabalho. Sua passagem pelo ministério ─ hoje sem a mínima importância, ficou seis meses sem titular e ninguém notou ─ é a de um adepto radical de Paul Lafargue, o autor do clássico “O Direito à Preguiça”.

Tomou posse no dia 3 de maio, quinta-feira.

No dia seguinte teve um compromisso, às 10h.

Reapareceu após quatro dias.
Mas, de acordo com sua agenda oficial, seu expediente foi restrito:
duas atividades pela manhã, não mais que duas horas.

No dia 9, compareceu ao ministério, outra vez só pela manhã, para uma palestra.

Na quinta, não mudou a rotina:
um compromisso.

No dia posterior, mais ociosidade:
uma atividade, no final da tarde.

Em seguida, três dias de folga.
Reapareceu no dia 15, uma terça, para um evento às 10h30.
Mais nada.

O mais bizarro é que o ministro desapareceu um mês ─ um mês!
Será que quis gozar das férias?
Já?

Só voltou no dia 14 de junho.
Estava na Suíça, que ninguém é de ferro.

Aí, como um homem de hábitos arraigados, tirou mais quatro dias de descanso.

Em 19 de junho, uma terça, Daudt Brizola resolveu compensar a ociosidade.
Marcou três audiências:
das 15 às 18 horas, trabalhando três horas.

Na quarta foi assistir a Rio+20.

Na quinta, folga.

Na sexta participou de um evento, pela manhã, no Rio, onde mora.

Pesquisando sua agenda, achei que ele finalmente iria assumir o trabalho no ministério do Trabalho. Sou um ingênuo.
Submergiu mais cinco dias.
Ressurgiu no dia 27.

E aí, workaholic, trabalhou três horas pela manhã, duas e meia à tarde.

No dia posterior, repetiu a dose.

Na sexta-feira, veio a São Paulo e em seis horas visitou quatro centrais sindicais.

Em junho, trabalhou oito dias.
Só em um deles a jornada se aproximou das oito horas diárias.

Em julho, Daudt Brizola só começou trabalhar na terça-feira:
ele não gosta das segundas-feiras.
Mas nada muito estafante:
90 minutos pela manhã, começando às 10h.
À tarde, a mesma jornada, a partir das 16h.

Na quarta, cinco horas.

Na quinta, descansou pela manhã, almoçou tranquilo e só começou seu expediente às 14h30.
Foi embora três horas depois.

Na sexta, só compareceu ao ministério à tarde, por 60 minutos.
Às 15h, estava liberado.
Afinal, tem o happy hour.

Na segunda semana de julho, como um Stakhanov, resolveu ser um herói do trabalho.

Registrou atividades de segunda a sexta.
Claro que com o espírito macunaímico:
em dois dias só teve um compromisso.

Parecia, apenas parecia, que finalmente o ministro do Trabalho iria trabalhar.
Mais uma vez acabei me equivocando.
Como de hábito, deixou a segunda de lado.

Só apareceu na terça, à tarde, reservando 60 minutos para a labuta.

Na quarta, mais três horas de expediente.

No dia seguinte, o ministro sumiu.

Só voltou seis dias depois, e somente à tarde.
E voltou a se evadir do dia 25 ─ é devoto de São Cristovão?

Paro por aqui.
Não vale a pena cansar o leitor da Folha com as ausências ao trabalho do ministro.
Será que a presidente não tem conhecimento do absenteísmo do ministro?
Com tanta greve, o que ele fez?

E o que diria Leonel Brizola ─ que trabalhou e estudou com enorme dificuldade, se formou engenheiro em um curso noturno, quando era deputado estadual ─ vendo um neto tão pouco afeito ao labor?

Em tempo: Brizola Neto é o irmão, não ele.

MARCO ANTONIO VILLA

OS ONZE "PILOTOS" DO SUPREMO III : A hora e a vez do mensalão

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Na próxima quinta-feira, o Supremo Tribunal Federal inicia o maior julgamento da sua história. Da decisão dos 11 ministros depende o destino dos 38 réus do mensalão, o gigantesco esquema de desvio de dinheiro público para alimentar uma rede de falcatruas.

É hora de virar a página da corrupção que assola o país desde a ascensão do PT.

As 50 mil páginas dos 300 volumes que compõem o processo estão repletas de provas de que o partido de Lula, Dilma e José Dirceu surrupiou dinheiro dos cofres públicos para financiar um festival de crimes que vão de formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva a peculato, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta.

Em reportagem no domingo, O Globo estimou em "pelo menos" R$ 101,6 milhões o montante desviado pelo PT para comprar apoio de parlamentares, corromper servidores públicos, lesar o erário, driblar o fisco - enfim, praticar atos corruptos - a fim de perpetuar-se no poder após a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva.

A cifra resulta de apurações feitas por investigadores da Polícia Federal, do Ministério Público Federal e do Tribunal de Contas da União, mas pode ser ainda maior.

Segundo a Folha de S.Paulo, o mensalão teria mobilizado R$ 141 milhões em dois anos, somando empréstimos bancários e recursos desviados de contratos com o setor público.

A defesa dos mensaleiros argumenta que não houve pagamento de mesada a parlamentares para votar com o governo petista nos idos de 2003 a 2005. A realidade é que existiu não apenas isso, como também coisa muito pior:
a montagem de uma rede para corromper o poder público, parasitá-lo, carcomer as estruturas da República.
O mensalão é isto.

"A palavra 'mensalão' dá a impressão de uma fila de pessoas que, ao fim do mês, vai receber alguma coisa. Nada a ver com isso. Ali tem peculato, corrupção ativa, corrupção passiva, formação de quadrilha e os crimes fiscal e financeiro", resume o ex-procurador-geral da República Antônio Fernando de Souza, autor da denúncia.

Ele assegura, em entrevista a O Globo publicada hoje, que há elementos de sobra para condenar os principais envolvidos no esquema, como José Dirceu e Marcos Valério: "Eram provas, não eram apenas indícios, que foram corroboradas depois com laudos periciais".

Um dos laudos foi feito pela Polícia Federal e comprova o uso de dinheiro do contribuinte para irrigar os dutos da corrupção, como os saques de R$ 4,6 milhões realizados em Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro que tiveram como fonte recursos que a empresa DNA, de Valério, recebeu do fundo Visanet para prestar serviços de publicidade ao Banco do Brasil.

Outros R$ 7,2 milhões saíram da SMP&B, também do publicitário.

O mensalão é a mãe de todos os escândalos de corrupção que se seguiram no governo Lula, e se estenderam também à gestão de Dilma Rousseff. Seu DNA está presente, por exemplo, no recém-descoberto esquema de desvio de dinheiro no Banco do Nordeste, usando os mesmos estratagemas espúrios.

"Pelo número e importância das pessoas envolvidas, pela instância máxima do julgamento (STF) e pela grande cobertura da imprensa, pode-se dizer que se trata da mais importante denúncia de irregularidade da história da República", define o historiador José Murilo de Carvalho.

"Acho que não tem nada parecido na história do Brasil", corrobora a cientista política Maria Celina d'Araújo, da PUC do Rio.

"Trata-se da mais grave agressão aos valores democráticos que se possa conceber", descreveu a Procuradoria-Geral da República na peça acusatória, apresentada em 2007.

O mensalão foi "o mais atrevido e escandaloso esquema de corrupção e de desvio de dinheiro público flagrado no Brasil", segundo o procurador Roberto Gurgel, a quem caberá sustentar a denúncia da PGR no Supremo a partir do próximo dia 2.

Com esforço de milhões de cidadãos, o Brasil vem dando, ao longo das últimas décadas, passos importantes rumo à sua modernização, provendo melhores e mais dignas condições de vida à sua população.

Julgar o mensalão irá significar mais um passo importante nesta caminhada. Se já restauramos a democracia, estabilizamos a economia e reduzimos a pobreza, a hora, agora, é de extirpar a corrupção, que a tudo dizima.

Fonte: Instituto Teotônio Vilela
A hora e a vez do mensalão

E NO brasil maravilha da "GERENTONA" II : Reservas do País caíram US$ 212 mi na sexta, diz BC


As reservas internacionais caíram US$ 212 milhões na última sexta-feira, informa o Banco Central (BC).

Com a diminuição, o montante passou de US$ 375,650 bilhões para US$ 375,438 bilhões no conceito de liquidez internacional. A retração reflete, entre outros aspectos, a oscilação do valor de mercado dos ativos que compõem as reservas internacionais, como os títulos da dívida dos Estados Unidos e outros países.

FERNANDO NAKAGAWA

E NO brasil maravilha da "gerentona" : Inflação do aluguel acelera em julho, subindo 1,34%. Em 12 meses, IGP-M avança 6,67%

O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) a chamada inflação do aluguel, pois guia os reajustes de moradia mostrou aceleração em julho, subindo 1,34%, frente à alta de 0,66% registrada em julho, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta segunda-feira.

Em 12 meses, o IGP-M avançou 6,67% e a taxa acumulada no ano é de 4,57%.

A inflação pelo IGP-M veio maior do que os economistas do mercado financeiro previam. Segundo mediana de projeções coletadas pela agência de notícias Reuters, eles projetava alta de 1,23%.

Dentre os subíndices que compõem o IGP-M, o Índice de Preços ao Produtor Amplo-Mercado (IPA-M) que avalia a inflação do atacado e tem peso de 60% no índice teve alta de 1,81%. Os preços dos Bens Finais avançaram 1,04%, ante 0,19% anteriormente.

Contribuiu para este movimento o subgrupo combustíveis, cuja taxa de variação passou de -0,28% para 5,14%.

No segmento Bens Intermediários, houve aceleração para 1,34%, ante 1,20% em junho.
A principal contribuição partiu do subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, que passou de 0,38% para 3,65%. O índice de Matérias-Primas Brutas apresentou variação de 3,31%, contra 0,76% no mês anterior.

Os itens que mais influenciaram foram soja em grão (4,30% para 14,89%),
milho em grão (-3,95 para 6,74%)
e café em grão (-2% para 2,36%).

Há uma pressão forte exercida pelos produtos agrícola, como a soja e o milho, que estão sendo afetados pela seca nos Estados Unidos. O tomate também teve uma alta forte, influenciada por fatores climáticos no Brasil.

Mas isso não significa que essa alta chegará ao varejo:
os preços agrícolas no atacado são muito mais sensíveis avaliou o economista Luiz Roberto Cunha, da PUC-Rio.


Segundo Cunha, o preço dos combustíveis também teve participação importante na alta do IGP-M em julho, influenciada pelo reajuste de 6% sobre o diesel desde o dia 16. O economista prevê que essas influências continuarão pressionando as próximas divulgações de índices de inflação da FGV.

Ele calcula que o próximo IGP-DI venha ainda acima do 1,34% registrado pelo IGP-M, mas espera que a força dos preços agrícolas comece a ceder a tempo de entregar um IGP-10 abaixo de 0,70%. Cunha estima que o IGP-M fechará o ano acima de 7%.


Preços no varejo avançam 0,25%

O Índice de Preços ao Consumidor-Mercado (IPC-M), que acompanha os preços no varejo, avançou 0,25%. A principal contribuição para o acréscimo foi do grupo Alimentação, que passou de 0,61% para 1,06%. Nesta classe de despesa, destacou-se o comportamento do item hortaliças e legumes, cuja taxa de variação passou de 7,53% para 15,39%.

Também foram registrados acréscimos nas taxas de variação de Transportes (-0,78% para -0,39%),
Educação, Leitura e Recreação (-0,07% para 0,27%),
Comunicação (-0,03% para 0,17%)
e Habitação (0,17% para 0,18%).

Por sua vez, o Índice Nacional de Custo da Construção-Mercado (INCC-M) registrou elevação de 0,85 por cento, desacelerando ante alta de 1,31 por cento na apuração de junho.

O índice relativo a Materiais, Equipamentos e Serviços registrou variação de 0,63 por cento, ante 0,30 por cento no mês anterior.

O custo da mão de obra subiu 1,05% em julho, ante 2,28% em junho.

ÁGUA FORA DA BACIA :Após ter tentado oferecer vantagens indevidas a juiz. Mulher de Cachoeira terá que pagar R$ 100 mil de fiança para não ser presa.


Andressa Mendonça, mulher do contraventor Carlinhos Cachoeira, terá de pagar fiança de R$ 100 mil, após ter tentado oferecer vantagens indevidas ao juiz federal Alderico Rocha Santos, da 11ª Vara Federal de Goiânia, para obter decisão favorável ao marido.

Santos é o juiz que está conduzindo o processo contra o bicheiro e mais sete réus, por corrupção e formação de quadrilha armada, aberto após investigações da Operação Monte Carlo.

De acordo com informações da Polícia Federal concedidas nesta segunda-feira, Andressa, já foi liberada e terá um prazo maior para recolher essa multa. Além disso, a PF definiu que ela não poderá ter qualquer contato com envolvidos na operação Monte Carlo, que levou à prisão de Cachoeira, inclusive com o marido.

Mais cedo, Andressa foi levada para prestar esclarecimentos à Polícia Federal. Os agentes da PF cumpriram mandado de busca e apreensão em sua casa, antes de encaminhá-la ao depoimento.

Na última quarta-feira, o Ministério Público Federal pediu à Polícia Federal que abra inquérito para apurar o suposto uso de Andressa como laranja de Carlinhos Cachoeira .
Documentos apreendidos na Operação Monte Carlo indicam que Cachoeira negociou a compra de uma fazenda de R$ 20 milhões entre Luziânia e Santa Maria, a cem quilômetros de Brasília, e passou para o nome da namorada.

A CPI do Cachoeira também já marcou a data para o depoimento da atual mulher do bicheiro Carlinhos Cachoeira e da ex-esposa do contraventor, Andréa Aprígio, na comissão que investiga as relações de Carlos Augusto Ramos com políticos e empresários. Ambas vão se apresentar à CPI no próximo dia 7 de agosto.

Atualização

Após chantagear o juiz Alderico da Rocha Santos, responsável pela investigação da operação Monte Carlo, Andressa Mendonça, mulher de Carlinhos Cachoeira, foi detida nesta segunda-feira pela Polícia Federal para prestar esclarecimentos e logo depois liberada.

Segundo a assessoria de imprensa da Justiça Federal de Goiás, Andressa foi até o gabinete de Santos na última quinta-feira, um dia após Cachoeira prestar depoimento em Goiânia, e disse que tinha conhecimento de um dossiê contra o magistrado e que poderia evitar sua divulgação pela mídia desde que o marido fosse solto.

O juiz denunciou a ameaça e nesta segunda, e a Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão na residência de Andressa e a deteve para prestar depoimento. Na casa da mulher de Cachoeira foram apreendidos dois computadores e dois tablets, segundo a assessoria da PF em Goiás. Cachoeira está preso desde fevereiro em Brasília, acusado de comandar uma rede de jogos ilegais.

No final da manhã desta segunda ela foi liberada, mas deverá pagar fiança de 100 mil reais e está impedida de manter contato com qualquer pessoa que tenha sido denunciada pela operação Monte Carlo da Polícia Federal.

Essa investigação, que desbaratou o grupo de Cachoeira que explorava jogos ilegalmente, deu origem a CPI do Cachoeira no Congresso, que investiga a relação dele com agentes públicos e privados.

Andressa terá três dias para pagar a fiança e não poderá mais visitar o marido no presídio da Papuda, em Brasília, onde Cachoeira está preso.

Ela também foi convocada para prestar depoimento à CPI na próxima semana.

OS ONZE "PILOTOS" DO SUPREMO II : Um julgamento para além do mensalão

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O Supremo Tribunal Federal (STF) deixou de ser um templo inatingível, habitado por senhores circunspectos, alérgicos a jornalistas e que só se pronunciavam "nos autos".

É provável que esta dessacralização da mais alta Corte brasileira tenha relação com a maior exposição pública que o tribunal passou a ter na redemocratização, diante do grande número de demandas derivadas do próprio processo de consolidação de liberdades e direitos garantidos pela Constituição de 88.

Porém, poucas vezes na História, o STF terá atraído tanto as atenções como a partir desta semana, quando está previsto o início do julgamento do processo do mensalão. O caso mobiliza em grandes proporções a paixão político-ideológica, de petistas e de opositores.

Os 38 réus são acusados pela Procuradoria-Geral da República (o Ministério Público Federal) de constituírem uma "organização criminosa" para, na primeira gestão Lula, desviar dinheiro privado e público a um esquema de compra financeira de apoio parlamentar ao governo.

Denunciado por um dos beneficiários desta "organização", o ainda deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), o mensalão, nome de batismo dado também por Jefferson, envolve militantes do PT, parlamentares do partido e também do PTB e do PMDB.

O enredo da trama tem de tudo ou quase tudo em matéria de corrupção:
há um banco (Rural), desvio de dinheiro público de estatal (BB/Visanet) e uma lavanderia para tentar legalizar recursos desviados (Marcos Valério e suas agências de publicidade).

E, segundo o MP, um "chefe":
o ex-ministro e ex-deputado José Dirceu.

E um nome não citado nos autos, mas que paira sobre todo o processo e será de alguma maneira atingido, de forma positiva ou negativa, a depender do desfecho, pelos veredictos: Luiz Inácio Lula da Silva.

São diversos os crimes imputados pelo MP aos acusados. Há peculato, gestão fraudulenta, lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva. No entanto, mais importante que a tipificação de delitos é a inevitável implicação político-institucional do processo.

Os ingredientes são fortes.
À margem do envolvimento direto e indireto de personagens com claras aspirações na vida pública, há a questão de se é possível um julgamento com base exclusivamente nos autos de um processo com tantas conotações extrajurídicas.

É um desafio para os 11 ministros do Supremo.

A Corte não tem mais qualquer semelhança a um monastério distante de tudo e todos, mas a maioria já demonstrou saber exercitar a equidistância para decidir com equilíbrio em meio às diversas pressões desencadeadas em julgamentos importantes. Foi assim na revogação da Lei de Imprensa, um entulho autoritário.

Bem como, em outro plano, na liberação do aborto de fetos anencefálicos. Ou na confirmação da constitucionalidade da Lei da Ficha Limpa. Nestas demandas, foram contrariados, em diversas medidas, interesses da Igreja, do Congresso e de áreas do Executivo.

Um grande ponto de interrogação, porém, persistirá. Não se sabe em que medida influenciará cada magistrado o sentido mais profundo da atuação daquela "organização", contrário ao estado de direito democrático.

No pano de fundo do julgamento do mensalão estão a democracia e o respeito à Constituição. E, por isso mesmo, a própria consolidação do papel vital do Supremo na estabilização institucional do Brasil.

O Globo

brasil SEGUE "MUDANDO" COM A GERENTONA/FRENÉTICA/EXTRAORDINÁRIA : Brasil era exportador, passou a importador .

Especialista afirma que novas refinarias foram projetadas para produzir mais diesel que gasolina. De fornecedor de gasolina e etanol para o mercado externo, o Brasil virou cliente.

“Continuaremos nessa posição pelos próximos 3 ou 4 anos, quando as novas refinarias entram em operação”, diz o diretor doCentro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires.


O problema é que as novas unidades foram planejadas para produzir mais diesel do que gasolina. Na Refinaria Abreu Lima, que deve começar a funcionar em novembro de 2014, 65% da capacidade será direcionada à produção de óleo diesel.

O Comperj –que não tem data para entrar em operação – foi desenhado para produzir diesel, querosene, nafta e coque. Para o gerente de abastecimento do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustível (IBP), Ernani Filgueiras, é possível que, diante do cenário de escassez, o complexo petroquímico produza gasolina numa segunda fase.

A ideia da Petrobrás, segundo especialistas, era usar as novas unidades para outros combustíveis e deixar as antigas refinarias para produção de gasolina.Mas a estatal foi pega no contrapé.

“Não há planejamento no mundo que dê conta de um cenário que tinha 100 novas unidades de produção de etanol com alta produtividade e de repente para tudo”,diz uma fonte do governo. O fato, avaliam especialistas, é que a estatal apostou que o biocombustível atenderia a demanda.

“Além disso, refino sempre foi visto como investimento de baixa retorno pelos analistas”, diz o diretor da consultoria Gas Energy, Carlos Alberto Lopes.

Mas ele discorda do mercado:
“Quem tem matéria-prima tem de fazer o refino. A Exxon, por exemplo, é toda integrada.” O executivo lembra que desde a década de 80 a Petrobrás não constrói uma nova refinaria no País.

Para reduzir a dependência de gasolina importada, o governo já ensaiou elevar a mistura de etanol na gasolina, de 20% para 25%. Apesar de exigir aumento na importação do biocombustível, haveria alívio nas contas da Petrobrás, que compra gasolina mais cara no exterior e vende mais barato no Brasil.

O rombo no caixa da estatal tem sido preocupante.


Renée Pereira O Estado de S. Paulo

E no brasil maravilha da carinhosa(MENTE) : Brasil ainda tem 1 milhão sem escola

São apenas cinco letras, mas rabiscá-las é um tremendo desafio. Com um caderno sobre as pernas, Mário, de 11 anos, quase desenha seu nome, a única palavra que sabe escrever, manuseando o lápis sem intimidade. O nome é fictício, a história, real.

A deslumbrante paisagem que se vê da casa do menino, que só entrou para a escola há cerca de um mês, revela um problema que ainda persiste mesmo nos estados mais ricos. O franzino Mário vive seu drama particular no Morro do Vidigal, em São Conrado, debruçado sobre os bairros de maior renda do Rio.

Os números do Censo do IBGE mostram que, apesar de o problema ser mais grave nas regiões Norte e Nordeste, nenhum estado conseguiu até hoje incluir todas as crianças de 6 a 14 anos na escola. Esta população de não estudantes representa 3% do total da faixa etária.

Pode parecer um percentual pequeno, mas é grave quando se considera que é quase um milhão de crianças que ainda não têm garantido um de seus direitos mais básicos, previsto pela Constituição de 1988:
estudar.

Se a esse grupo forem incorporados as crianças de 4 e 5 anos e os jovens de 15 a 17 (que passam a fazer parte da faixa etária de escolaridade obrigatória a partir de 2016), o número aumenta para 3,8 milhões, ou 8% do total.

Tabulações feitas pelo GLOBO nos microdados do Censo mostram que o problema é maior entre os mais pobres e crianças com algum tipo de deficiência. Os números também revelam que a maioria (62%) das crianças que não estudam dos 6 aos 14 chegou um dia a frequentar a escola, mas abandonou os estudos.

O problema é ainda mais grave se consideradas as faixas etárias de 4 e 5 anos e de 15 a 17, que desde 2009 passaram a ser também obrigatórias, mas com prazo para adequação dos sistemas até 2016.

As razões mais citadas por especialistas para isso são falta de interesse, repetência, gravidez precoce e necessidade de trabalhar.

Mas há situações difíceis de entender. Como a de Mário (nome fictício). No Morro do Vidigal, há uma creche municipal e uma escola, a poucos metros da casa dele. Tímido, ele é um menino saudável, apto a aprender e que não esconde de ninguém que queria muito, muito estudar.

- Agora eu estou feliz - sorri e mais não diz o menino, que não conhece sequer o "i", uma das vogais de seu nome (o verdadeiro também tem a letra). Ele revela apenas o que pretende fazer com os conhecimentos que começa a adquirir com seu primeiro professor. - Quero ler jornal e gibi.

Ex-representante da Unesco no Brasil e doutor em Educação pela Universidade de Stanford, o assessor internacional para a área de educação, Jorge Werthein, diz que o primeiro passo, nada fácil, é identificar essas crianças e adolescentes.

- O Brasil é um país de contrastes. Há estados importantes com uma grande periferia urbana e muitas desigualdades econômicas. Há estados com uma área rural significativa que sofrem com a falta de escolas. Num país continental, é uma tarefa árdua chegar a essas crianças e adolescentes por estado, por capital, por região metropolitana. Mas é preciso achá-los e depois convencê-los a ingressar ou a voltar para a escola - diz.

- Depois, nós temos que repensar a escola para que ela seja um espaço não apenas prazeroso, mas em que os alunos sintam que estão aprendendo. Uma escola ruim em qualquer lugar do mundo expulsa os alunos, com repetências e abandono. Deixa para eles a mensagem de que não são capazes, o que marca de forma brutal meninos e meninas - completa Werthein.

- Houve uma evolução inegável nos últimos dez anos. Mas ainda há muita criança fora da escola, situação agravada pelas desigualdades. Entre 4 e 5 anos, há 83% estudando no Sudeste, o que ainda é ruim, mas pior é haver só 69% dentro de sala de aula no Norte - afirma Andrea Bergamaschi, do movimento Todos pela Educação.

- Para reverter este quadro, precisamos de políticas públicas cirúrgicas, específicas para cada situação.

Carla Rocha/Antônio Gois
O Globo

OS ONZE "PILOTOS" DO SUPREMO ! HORA DA VERDADE? OU O "ONZE DE SETEMBRO" DO NOSSO SUPREMO...

Já valeu!

No país da jabuticaba e do jeitinho, do esperto que leva vantagem em tudo e da impunidade que beneficia os mais influentes e endinheirados, dá gosto ver 38 notáveis do governo passado enfrentando anos de incerteza quanto ao seu futuro próximo.

Na condição de réus são acusados pelos crimes de formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva, peculato, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta.

Acabarão condenados?

Convenhamos: foram condenados, embora possam ser absolvidos pela Justiça.

Lembra-se de Fernando Collor?

Acusado de corrupção, renunciou ao cargo de presidente para escapar do impeachment no Senado. Ignorou-se sua carta-renúncia. Decisão política, meus caros!

O mandato de Collor foi cassado por larga margem de votos. Mais tarde, o Supremo Tribunal Federal (STF) o absolveu por falta de provas de que prevaricou.

Mudou a situação de Collor? Ele passou a ser apontado como uma triste inocente vítima de escandalosa injustiça?

Collor pode se reeleger senador em seu Estado quantas vezes queira ou quantas os alagoanos desejem. E ser tratado pelos poderes da República com as mesuras reservadas a todo ex-presidente.

Pouco importa. Daí não passará.

Está escrito com tinta irremovível na memória coletiva que ele deixou roubar antes e durante o seu governo. E que desfrutou do roubo. Isso é suficiente para impedi-lo de sonhar com a recuperação da sua imagem.

Mesura nada tem a ver com respeito. Tem a ver com protocolo. Collor é um morto-vivo, um fantasma que vaga pelos corredores do Senado.

As prerrogativas dele são iguais às dos seus colegas. Nem por isso Collor é igual a eles. Faz parte de um passado que desejamos envergonhadamente esquecer.

O "caçador de marajás" foi uma fraude. Hipnotizou a maioria dos brasileiros ansiosos por mudanças. Os candidatos da mudança foram para o segundo turno. Collor derrotou Lula.

Por que Lula, que considerou "prática inaceitável" o suborno de parlamentares, confessou sentir-se traído por antigos companheiros e foi à televisão pedir desculpas?; por que ele, agora, se refere ao "mensalão" como uma farsa montada com o único propósito de derrubá-lo?
O que o fez mudar de lado?
Não vale responder que Lula é uma "metamorfose ambulante". E que se reconhece como tal.

A verdade - ou algo parecido: o julgamento dos mensaleiros é também o julgamento de Lula e do PT. Lula quer ser lembrado como o "pai dos pobres". Não como o chefe dos mensaleiros. Nem dos aloprados. Nem...

O julgamento marcado para começar nesta quinta-feira não revelará o PT que temos por que esse já sabemos qual é.

Revelará o STF que temos.
Um STF capaz de ignorar o clamor popular pela condenação dos acusados - e assim afirmar sua independência. Ou um STF capaz de ouvir o clamor - e assim dar o basta mais forte à impunidade.


Da redemocratização do país para cá, dois dos três poderes da República se viram expostos a sucessivas avaliações da sociedade – o Executivo e o Legislativo. Esse último foi reprovado todas as vezes.

Chegou a hora do Judiciário, o poder mais refratário a qualquer tipo de exame. O mais fechado. O mais autocrático.

Oremos por ele!

Hora da verdade/Transcrito/Original de :
Ricardo Noblat

brasilva E O "JOGO DA CORPORAÇÃO" DA ERA CACHAÇA NA REPÚBLICA DE TORPES


Texto guardado em sigilo há mais de seis anos revela alterações no relatório final da CPI dos Correios, que investigou o mensalão, para omitir menções ao filho mais velho do ex-presidente Lula.

O documento, ao qual a Folha teve acesso, foi redigido pela equipe do deputado ACM Neto (DEM-BA), sub-relator da CPI dos Correios para o tema fundos de pensão.

ACM Neto confirmou à Folha que se trata do texto original. Do texto enviado ao relator Osmar Serraglio (PMDB-PR), foram suprimidas menções a Fábio Luís, o Lulinha, e ao fato de a empresa investigada Gamecorp pertencer a ele. Serraglio tinha poderes para alterar o texto do sub-relator.

Chama atenção que só tenham sido suprimidos trechos que citavam Lulinha ou eram críticos a ele e a Lula.

Fábio Luís foi investigado porque a Telemar (atual Oi) investiu R$ 5 milhões na Gamecorp em 2005, um ano após ter sido criada por Lulinha, com capital de R$ 10 mil. Dois fundos de pensão investigados pela CPI tinham participação na Telemar, que recebera aporte do BNDES.

Foram suprimidos trechos como “por envolver, naturalmente, como beneficiário, o filho do presidente da República”. Ficou de fora um parágrafo inteiro que criticava o Ministério da Fazenda e juntas comerciais de diversos Estados que não responderam aos pedidos da CPI por informações sobre a Gamecorp.

A Fazenda, segundo o texto de ACM Neto, respondeu que repassar essas informações “poria em risco os interesses legítimos da empresa”.


O presidente da CPI, senador Delcídio Amaral (PT-MS), disse à Folha que conversou com Lula diversas vezes e que houve pressão “de todos os lados”, mas silenciou sobre a origem da ordem para retirar o nome de Lulinha. Serraglio confirma as pressões do Planalto. “Essas informações chegavam para gente, ‘ou vocês retiram ou nós vamos criar dificuldades para aprovar’”, disse.

“Tinham pessoas mais próximas [do Planalto] que acompanhavam, o Carlos Abicalil (PT-MT), o Jorge Bittar (PT-RJ), era a tropa da frente.”

Para Delcídio e Serraglio, se o nome de Lulinha tivesse sido mantido, o relatório não teria sido aprovado. Mencionar Lulinha seria o mesmo que citar o presidente. A CPI não quebrou o sigilo da Gamecorp.

Andreza Matais e Rubens Valente/Folha