"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

fevereiro 02, 2012

SE LIGA, BRASIL.


A Fifa cobra celeridade do Brasil no andamento das obras para a Copa de 2014 e aproveitou, ontem, a contagem regressiva para o início do seu tradicional evento-teste — a Copa das Confederações de 2013, de 15 a 30 de junho —, como mais um despertador para o país sede das duas competições.

Ontem, a entidade máxima do futebol acionou o alarme de 500 dias (499 a contar de hoje) para o pontapé inicial da nona edição do simulado para o Mundial, no Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília.

A ferramenta utilizada para pressionar ainda mais o Brasil foi o lançamento da logomarca da Copa das Confederações. Bem mais bonito e criativo do que o da Copa do Mundo, o ícone faz referência a um sabiá-laranjeira.

A ave nativa da fauna brasileira foi declarada em 3 de outubro de 2002 "o centro de interesse para as festividades do Dia da Ave".

Comum na América do Sul, o animal tem têm um canto melodioso durante a época de reprodução e apresenta como diferencial a cor de ferrugem no ventre.

Batizada pelo site oficial da Fifa de "Festival de Campeões", a Copa das Confederações vai reunir no Brasil oito seleções. Cinco já estão classificadas: o anfitrião Brasil, a atual campeã mundial Espanha, além dos vencedores da Copa América (Uruguai), da Copa Ouro (México) e da Copa da Ásia (Japão).

Os representantes da Oceania e da Europa vão ser conhecidos no meio deste ano. A tabela será conhecida em 1º de dezembro, em São Paulo, mas ficará com uma lacuna.

O enviado da África só terá nome a pouco mais de 100 dias do início do torneio, na Copa Africana de Nações de 2013.

"Para nós, do Comitê Organizador Local (COL), a Copa das Confederações da Fifa é muito mais do que um torneio preparatório para a Copa do Mundo da Fifa", comentou no site oficial do torneio o ídolo Ronaldo, o Fenômeno, membro do Conselho de Administração do COL.

"Estamos empenhados em preparar uma grande festa no ano que vem, um verdadeiro festival de campeões", assegurou.

Além de Brasília, Fortaleza, Belo Horizonte e Rio de Janeiro receberão partidas da competição. Recife e Salvador estão de sobreaviso e dependem do andamento da obra para também entrar na tabela.

"Acho que teremos aqui, no Brasil, o grupo de seleções mais forte desde a criação do torneio", opina Ronaldo. "Será uma grande oportunidade para os torcedores brasileiros assistirem a um futebol de alto nível nos novos estádios e mostrarem ao mundo um pouco da nossa hospitalidade", afirmou Ronaldo.

Correio

Petrobras : Vazamento de óleo é investigado

A Polícia Federal e o Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo abriram ontem inquéritos para investigar o vazamento de óleo no Campo de Carioca Nordeste, operado pela Petrobras na Bacia de Santos, a 250 km do município de Ilhabela, no litoral norte do estado.

Segundo a Marinha, a mancha de óleo atinge 70 quilômetros quadrados de mar. Na PF, as investigações ficarão a cargo da Delegacia de Repressão a Crimes Ambientais e Patrimônio Histórico, que terá 30 dias para apurar o caso.

Já no MPF, a Procuradoria em São José dos Campos instaurou inquérito civil público para apurar as causas do primeiro vazamento de óleo do pré-sal e pode preparar ações judiciais e extrajudiciais. O Ibama também notificou ontem a Petrobras a apresentar, em um prazo de cinco dias, um relatório consolidado sobre a resposta que foi dada ao vazamento.

Segundo o instituto, a depender das informações apresentadas, a empresa poderá receber sanções. O caso está com o procurador Angelo Augusto Costa, que requisitou documentos e informações a diversos órgãos.

Um sobrevoo na região, realizado por técnicos do Ibama e da Marinha, comprovaram a existência de uma mancha pouco espessa e descontínua, com aparência de frisos prateados, a cerca de cinco quilômetros do navio-plataforma FPWSO Dynamic Producer.

Na avaliação do instituto, dada a distância e as condições oceanográficas no local, o petróleo não deve chegar no litoral.

Gabrielli minimiza vazamento

O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli minimizou, em Salvador, os efeitos do vazamento. Ele, que deixa o comando da estatal no dia 13, chegou a dizer que não houve vazamento:
Houve uma ruptura da tubulação que liga o poço à superfície e as causas primárias não foram identificadas, levam algum tempo disse.

Ele preferiu exaltar a eficiência dos sistemas de prevenção e contenção, que funcionaram perfeitamente.

Todo o poço está sob controle e não há nenhum risco de perda de controle. (A camada) pré-sal está abaixo do fundo do mar, e o que está nessa área está absolutamente sob controle.

O que está entre o fundo do mar e a superfície é onde está o tubo que se partiu por razões físicas disse Gabrielli, negando que os papéis da empresa se desvalorizaram por causa do acidente.


A Petrobras retificou a estimativa do volume vazado e informou que 26 mil litros de óleo cru foram liberados ao mar, elevando a previsão anterior de 25 mil litros.

Em nota, a estatal informou que três embarcações recolhedoras de óleo percorreram ontem à tarde o local e que, até o momento, foram recolhidos 15 metros cúbicos de água oleosa, que serão tratados. Toda a atuação da empresa está sendo monitorada pelo Ibama e pela Cetesb, órgão ambiental paulista.

Em meio ao problema ambiental, ficou pronto, finalmente, o Plano Nacional de Contingência (PNC) contra grandes vazamentos de petróleo no mar brasileiro. No entanto, falta decidir de onde sairão os recursos para sua implantação.

O PNC estabelece o modo de atuação dos diferentes entes envolvidos em um vazamento como Agência Nacional do Petróleo (ANP), Ibama, Marinha e a própria empresa em casos de grandes vazamentos.

Com um plano definido, haverá parâmetros prévios para que o impacto no ambiente seja o menor possível.

Segundo a Secretaria de Petróleo, Gás Natural e Combustíveis Renováveis do Ministério de Minas e Energia, há uma negociação em curso com o Ministério do Planejamento para se buscar a fonte mais adequada para custear a implementação do plano.

Em nota enviada ao GLOBO, o MME afirma que, ainda que o plano não tenha sido formalmente publicado, a ANP, a Marinha e o Ibama, que participaram ativamente de sua construção, vêm adotando as diretrizes nele contidas de maneira integral, de sorte que a ausência da publicação não impede a ação coordenada do governo.

A criação de um Plano Nacional de Contingência brasileiro é prevista desde 2000, quando um vazamento da Petrobras que atingiu a Baía da Guanabara mobilizou políticos em torno da aprovação da Lei 9.966.

A responsabilidade pela elaboração do PNC foi transferida do Ministério do Meio Ambiente para o de Minas e Energia, que preparou o texto final para submetê-lo à Casa Civil.

O megavazamento da BP no Golfo do México em 2010 e o vazamento da Chevron no Rio no ano passado ampliaram a pressão pelo plano.

PDVSA perde prazo de refinaria

A coordenadora da campanha de clima e energia da ONG Greenpeace, Leandra Gonçalves, afirmou ontem que a necessidade de adotar medidas de prevenção e de segurança mais rígidas em casos de vazamento de petróleo é inegável e urgente.

Hoje, temos 105 sondas trabalhando em toda a costa brasileira, idênticas à utilizada pela Chevron, perfurando a mais de 4 mil metros de profundidade e sob uma lâmina de água superior a mil metros. Nessas condições, a capacidade de controle de um vazamento é muito mais difícil, escreveu no blog do Greenpeace.

Até ontem, a Petrobras não tinha recebido qualquer comunicado da estatal venezuelana PDVSA sobre a decisão em relação à sua participação no projeto da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.

O prazo para a venezuelana apresentar garantias ao BNDES (que não comenta o assunto) acabou no dia 31. Gabrielli disse que espera que a PDVSA apresente garantias, mas disse que a Petrobras pode fazer a refinaria sozinha.

O Globo

"PARA O BRASIL SEGUIR MUDANDO" COM A MAMULENGA E "GERENTONA" DE NADA E COISA NENHUMA : DESBALANCEADA! ROMBO NA BALANÇA , US$ 1,29 bilhão.

O comércio exterior brasileiro estreou 2012 produzindo um rombo na balança comercial como não se via há 39 anos em meses de janeiro.
O mau resultado representa a outra face de uma moeda conhecida:
o enfraquecimento da indústria nacional. As perspectivas são cada vez mais sombrias.


Em janeiro, o déficit comercial foi de US$ 1,29 bilhão, o maior para o mês desde 1973 e o primeiro resultado negativo na balança brasileira em dois anos. Com isso, inaugura-se um ano em que o desempenho do comércio internacional do país certamente será cadente.

Estima-se que o Brasil só conseguirá produzir um pequeno superávit em 2012 - se conseguir. Os cálculos variam, mas indicam que o saldo pode cair a apenas US$ 3 bilhões, no prever da Associação de Comércio Exterior Brasileiro (AEB).

Será uma reversão expressiva ante os US$ 29,8 bilhões de saldo de 2011 e, mais ainda, ante os US$ 40 bilhões registrados em 2007.


As transações comerciais brasileiras com o exterior estão cada vez mais dependentes de produtos básicos. No geral, as matérias-primas já somam 62% das exportações nacionais.

Mais que isso, dentro das cadeias dos produtos mais importantes da nossa pauta vende-se cada vez mais os itens de menor valor agregado. Por exemplo, comercializa-se mais soja em grão do que óleo e farelo; mais açúcar em bruto do que refinado.


Além disso, a dependência em relação à China é crescente e cavalar: do saldo obtido no ano passado, 39% deveram-se ao país asiático. E do que segue para lá, nada menos que 84% são commodities e matérias-primas.
Somos hoje, em termos comerciais, a colônia e eles, a metrópole.


Neste janeiro, como os chineses diminuíram suas compras de minério de ferro, o resultado da balança brasileira despencou, indicando quão o nosso desempenho externo está ligado a Pequim. Também pesou a crise que assola a União Europeia, que neste início de ano comprou 25% menos do Brasil do que em janeiro de 2011.

A outra face da moeda do desbalanceado comércio exterior brasileiro é o enfraquecimento da produção industrial nacional, que cada vez mais perde espaço para concorrentes estrangeiros.

No ano passado, a participação dos produtos importados no consumo interno de bens industriais atingiu recorde de 22,8%, mostra o
Valor Econômico.
Ou seja, praticamente uma de cada quatro peças consumidas nos processos produtivos internos veio de fora. Há nove anos, apenas uma em cada dez (11,1%, para ser mais preciso) era importada, segundo cálculos da LCA Consultores.

Em alguns segmentos, a penetração externa é ainda mais contundente. Nos têxteis, por exemplo, um quarto do consumo interno é atendido por concorrentes estrangeiros. Em 2011, enquanto a fabricação local diminuiu 15%, o volume importado pelo setor cresceu 8,8%.

Consequência direta é que 15 mil a 20 mil postos de trabalho foram fechados nas tecelagens.


A indústria brasileira padece de males conhecidos, como altos custos de financiamento, logística deficiente e câmbio desfavorável, para falar apenas dos mais gritantes.

Neste ambiente, não surpreende que o nível de produção atual do setor seja praticamente o mesmo de setembro de 2008, quando eclodiu a crise mundial que ainda não se dissipou.


"Todo o desempenho ao longo desses mais de três anos só nos fez recuperar o patamar alcançado então. O PIB deve ter acumulado um crescimento de cerca de 10% no período, mas a indústria parou", escreveu Antonio Corrêa de Lacerda ontem na Folha de S.Paulo.

Diante de resultados tão feios, o governo federal voltou a prometer medidas para melhorar o desempenho exportador brasileiro. Fala-se, mais uma vez, em ampliação de financiamento, simplificação de trâmites e incentivos para que empresas de menor porte exportem. Nenhuma novidade, portanto.

Não é de hoje que promessas desta natureza vêm sendo reiteradas, mas quase nada produziram de relevante até agora. Um dos exemplos mais emblemáticos é a dita "política industrial" batizada de Brasil Maior.

Por ora, sequer os setores que seriam beneficiados pelo programa com reduções tributárias receberam o que o Planalto prometeu. O máximo que se produziu foram indesejáveis barreiras protecionistas tópicas.


A regressão da indústria nacional tem impactos negativos diretos sobre a obtenção de divisas para o país e, mais importante, sobre a geração de valor e a criação de empregos de melhor qualidade.

O recuo do setor já vem se dando há bastante tempo a olhos vistos. As oportunidades para agir estão acabando.


Fonte: Instituto Teotônio Vilela
Balança desbalanceada