"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

julho 21, 2011

UMA CONSTRUÇÃO DE "COLEGIADO" ? Pagot constrói casa de R$ 2,5 milhões em Cuiabá


A multiplicação de escândalos que envolvem sua gestão no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) não inibe planos pessoais de Luiz Antonio Pagot para um futuro muito confortável.
Em Cuiabá (MT), onde reside, ele constrói uma mansão de três andares.


São 614 metros quadrados de área distribuídos em três pavimentos, com três suítes, salas de estar e de jantar e áreas de lazer, afora espaçoso jardim. O valor do casarão, depois de pronto, criou polêmica na cidade.
Pelas contas do próprio Pagot, o imóvel vai valer R$ 700 mil.

Corretores imobiliários, no entanto, estimam em R$ 2,5 milhões, aproximadamente, o valor da moradia, porque está localizada em um bairro que deverá receber amplos investimentos e projetos de melhorias para breve.


"Os dois terrenos bem como os gastos relativos às despesas da construção estão no imposto de renda de dr. Pagot", informou João Gabriel Pagot, sobrinho e advogado do chefe do Dnit.
"Em nenhum momento ele (Pagot) escondeu a construção. Não há nada oculto."


João Gabriel rechaça suspeitas de que Pagot teria obtido informações confidenciais sobre projetos da prefeitura que poderão valorizar o bairro.

"Dr. Pagot adquiriu os dois terrenos em 30 de dezembro de 2003, portanto muito antes de antes de assumir a direção do Dnit. A versão de que ele se valeu de dados privilegiados não corresponde."

AE

"GASTOS" MILIONÁRIOS COM TERCEIRIZAÇÃO PARA : "FISCALIZAR OBRAS E CONSULTORIA NA ELEBAORAÇÃO DE PROJETOS".

dinheiro
Confira os recursos empregados pelo Dnit com terceirizações para fiscalizar obras e prestar consultoria na elaboração de projetos:

2011
R$ 72,3 milhões

2010
R$ 55,6 milhões

2009
R$ 60,3 milhões

2008
R$ 14,4 milhões

2007
R$ 52,8 milhões

TOTAL
R$ 255,4 milhões

Fonte: Transparência Pública do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit)

A REPÚBLICA DA RAPINAGEM, COVIL DOS GRAVATAS VERMELHA E COLARINHO ENCARDIDO.


A divulgação do esquema do Ministério dos Transportes reconduziu um tema às manchetes. Trata-se da corrupção. O assalto aos cofres públicos é como o diabo. Não tira férias. E, à semelhança do demo, está infiltrado em toda a administração pública.

União, estados e municípios abrigam gatunos profissionais.

Com costas quentes, recebem cargos que lhes asseguram crachá de autoridade, carro, motorista e livre trânsito pelos meandros do poder. Eles não deixam por menos. Abusam.

Escolhem as pastas com os maiores orçamentos. Tubarões abocanham Educação, Saúde, Transportes, Previdência. Bagres e bagrinhos se contentam com as demais. Uns e outros fazem a festa.

Promovem licitações dirigidas, superfaturam obras, contratam o mesmo serviço várias vezes, mudam a destinação dos recursos. Etc. Etc. Etc.
O preço da farra?
Segundo a Advocacia-Geral da União (AGU), varia de R$ 45 bilhões a R$ 70 bilhões anuais.


Em português claro: os brasileiros trabalham cinco meses por ano para pagar impostos. A montanha de dinheiro, em vez de ser devolvida à sociedade em forma de educação, saúde, transporte e segurança, encontra outro destino.

Engorda patrimônio e contas bancárias de corruptos.
Os colarinhos encardidos embolsam mais, muito mais que reais, dólares e euros — embolsam o futuro ou a vida de milhões de adultos e crianças.


O Código Penal classifica os crimes segundo o perigo que representam.
No topo do ranking, estão os hediondos.
Entre eles, tortura,
estupro,
latrocínio,
homicídio qualificado,
extorsão mediante sequestro.
Minha proposta:
acrescentar o de corrupção — sem direito a benefícios.


Os ladrões do erário tiram comida da boca de crianças, furtam aposentadorias dos idosos e remédios que salvam vidas, roubam oportunidades de afastar jovens da criminalidade, de formar cidadãos, de promover a ascensão social.

Pra quê?
Primeiras-Damas municipais de Alagoas respondem.
Elas trocavam verba da merenda por uísque, bonecas, compras em supermercados e ração pra cachorro.

Dad Squarisi Correio Braziliense