"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

julho 13, 2011

Ibovespa sente a crise europeia e cai 14,7% no ano e vai aos 59.704 pontos, primeira vez desde maio de 2010


O gráfico abaixo mostra os efeitos da crise euopeia sobre a bolsa brasileira. No ano, a queda chega a 14,7%, e hoje pela primeira vez desde maio de 2010 o fechamento ficou abaixo de 60 mil, aos 59.704 pontos.

Desde 4 de novembro, quando bateu o recorde de 72.995 pontos, a queda chega a 18,2%.

Pesou no final do pregão o relatório da Moodys que rebaixou a dívida irlandesa para grau especulativo. A agência disse que a proposta de reestruturação da dívida grega aumenta a desconfiança sobre Irlanda e Portugal porque a ideia poderá se estender também para os dois países.

As agências de risco entendem que reestruturar a dívida é dar calote porque o pagamento não acontecerá nos prazos acordados.

Ibovespa


Alvaro Gribel/O Globo

NAS NUVENS : A AGÊNCIA(ANTT) É TERRESTRE JÁ A PESQUISA DE R$ 55,2 milhões ... ????

Mesmo em Brasília, onde gastos com transportes nunca são modestos, chama a atenção o custo de uma pesquisa que a Agência Nacional de Transportes Terrestres encomendou à Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).

Foram R$ 55,2 milhões para um estudo sobre o transporte interestadual de passageiros. Com esse dinheiro, seria possível adquirir 250 ônibus zero-quilômetro.

Vamos combinar/Época

A EUFORIA, A CRISE MUNDIAL E A AUSÊNCIA DE PRECAUÇÃO.


Uma crise financeira mundial pode ser considerada um câncer cujas metástases se manifestam por muito tempo, se não for estirpado o núcleo e suas infiltrações. O presidente Lula considerou-a, inicialmente, produtora de simples "marolinha" no Atlântico Sul.

Posteriormente, foi obrigado a levá-la a sério, porém tão logo o Federal Reserve (Fed, banco central americano) socorreu o sistema bancário americano, assumiu que o câncer havia sido debelado. A presidente Dilma parece ter a mesma postura e o Brasil continua sem salvaguardas (sequer são discutidas) contra as metástases.

Na zona do euro, a doença progride de forma inexorável. Irlanda, Grécia e Portugal já foram indicados para uma "Unidade de Tratamento Intensivo (UTI)". A progressão já ameaçou a Espanha e, agora, a Itália parece estar sendo atingida.

Toda a Europa está amedrontada e perplexa em relação ao modo de enfrentar a crise; França, Alemanha e Grã Bretanha apresentam propostas pouco convergentes.

No Brasil, persiste uma euforia quase ininteligível. Sofremos com a crise e, apesar da recuperação parcial, não conseguimos sequer igualar-nos ao desempenho da Argentina, que cresceu mais que o Brasil. Cada vez mais assumimos a configuração econômica de país exportador de alimentos e matérias primas. Ressurgiu o discurso de "Brasil celeiro do mundo", que se nutrirá exportando alimentos para saciar a fome do mundo.

Essa autodenominação é retórica, pois existem milhões de famílias brasileiras com fome e péssima qualidade de vida. O Brasil deveria se preocupar, em primeiro lugar, com a boa alimentação dos brasileiros. Seria uma medida elementar restaurar o imposto de exportação sobre alimentos; com esse imposto, poderíamos desfrutar dos altos preços internacionais e praticar internamente preços em real menores, favorecendo os consumidores nacionais.

Hoje, 80% da população é urbana e compra alimentos referenciados a taxa cambial do dólar. O governo brasileiro não tem mais estoques reguladores de suprimento interno de alimentos; quem deles dispõe são empresas que, quando monopólicas, desfrutam de vantagens excessivas. Aliás, essa é a razão do Banco Central praticar a política de juros elevados, pois dessa forma atrai capitais especulativos do exterior e valoriza o real.

Apesar da recuperação parcial, não conseguimos igualar-nos ao resultado da Argentina, que cresceu mais que o Brasil

A curto prazo, na âncora cambial repousa a política anti-inflacionária. A valorização sustentada do real reduz o preço dos produtos importados e evita (na ausência do imposto de exportação) o encarecimento excessivo dos produtos brasileiros exportados. É extremamente perversa a repercussão da hipervalorização do real sobre a atividade econômica interna.

Empresas que dominam fatias de mercado e que, antes, produziam internamente, passam a importar produtos do exterior. Há destruição de elos das cadeias produtivas, e de empregos. De vagões ferroviários até lápis e borracha escolar, são hoje milhares de produtos importados que o Brasil produzia e domina a tecnologia.

Há um silêncio sobre o s custos, a longo prazo, desse padrão de política anti-inflacionária. As reservas internacionais brasileiras crescem, porém o Banco Central (BC), gestor dessas reservas, as constitui emitindo Títulos de dívida do Tesouro. O povo brasileiro paga a taxa Selic por essa dívida e o BC recebe uma ínfima remuneração da reserva que aplica em papéis do Tesouro americano.

Esse é um buraco sem fundo, que recolhe impostos e paga juros. Parcela significativa dos impostos e contribuições se alimentam do superávit primário e, sendo insuficientes, engendram novas emissões de títulos de dívida do Tesouro brasileiro.

Em tempo: são mantidas as indexações das principais tarifas de serviços públicos e, indiretamente, via sistema bancário, há uma proteção (pelo menos parcial) do caixa das empresas. Os bancos remuneram os depósitos à vista com parcela dos juros que recebem dos Títulos de dívida pública.

Simultaneamente a essa "política anti-inflacionária", que mutila o investimento público e orienta as empresas para especulações financeiras, as famílias são induzidas a se endividarem a longo prazo não para comprar a moradia, mas com eletrodomésticos, móveis, veículos, etc.

Em uma economia pouco dinâmica, que admite a destruição de empregos e sacrifica o crescimento econômico em nome da estabilização, o endividamento familiar cria uma perigosa bolha cuja manifestação mais evidente é a inadimplência das famílias. Em junho o recorde na taxa de inadimplência reproduziu o cenário de nove anos atrás.

A crescente inadimplência familiar é, em curto prazo, o efeito combinado da alta da taxa de juros com a elevação do IOF. Em longo prazo, a estagnação e o medíocre crescimento continuarão a produzir inadimplência e assistiremos a consolidação de duas tendências inquietantes: pela primeira, nossa juventude sem esperança lança seu olhar para o resto do mundo e emigra; pela segunda, uns poucos grupos brasileiros bem sucedidos passarão a adquirir empresas em outros países.

A defesa do nível de atividade da economia, mediante um modelo "Casas Bahia", não é sustentável a longo prazo. Após um longo período, em que a frota de veículos cresceu 9% ao ano e foi implantado o congestionamento como padrão urbano brasileiro, com elevação de acidentes rodoviários, no momento os pátios das montadoras estão lotados e serão concedidas férias coletivas.

É difícil imaginar o Brasil exportando crescentemente veículos; é visível o aumento de carros importados do exterior.

É assustadora a ausência de discussão sobre salvaguardas e sobre a retomada de um padrão de desenvolvimento nacional que gere empregos e renda para os jovens.

Carlos Francisco Theodoro Machado Ribeiro de Lessa é professor emérito de economia brasileira e ex-reitor da UFRJ. Foi presidente do BNDES; escreve mensalmente às quartas-feiras.

COPA DA BARGANHA.

Insatisfeito com a presidente Dilma Rousseff, o PR da Câmara conseguiu um espaço para atrapalhar os planos do governo, caso as relações se compliquem ainda mais.

A Comissão de Orçamento aprovou um requerimento de criação de um grupo de fiscalização dos gastos da Copa do Mundo e das Olimpíadas. O assunto vinha sendo discutido havia semanas e somente ontem, por pressão da sigla, a proposta foi aprovada.

A ideia é que o grupo tenha acesso semanalmente a dados sobre a execução das obras, detalhes de repasses feitos pelas empreiteiras e mantenha diálogo constante com o Tribunal de Contas da União (TCU). "Nossa ideia é acompanhar bem de perto esse assunto e exercer nosso papel de fiscais", comenta o autor do requerimento, Wellington Roberto (PR-PB).

"Esses gastos precisam ser acompanhados de perto. Ainda mais depois da aprovação desse Regime Diferenciado de Contratações, que tem alguns trechos que me preocupam muito", completa Edson Giroto (PR-MS).

A pressão do PR pela aprovação do grupo de trabalho — apesar de já existir um Comitê de Fiscalização e Controle Orçamentário dentro da comissão — foi interpretada por governistas como uma estratégia para aumentar o espaço e a importância da legenda no parlamento.

A ideia no entanto, desagradou o PSDB, que teme a redução das atribuições do comitê já existente, que é comandado pelo deputado Vaz de Lima (PSDB-SP). O tucano vinha se preparando para intensificar o controle desses gastos e reagiu à manobra do PR.

A discussão sobre o assunto foi feita em um clima tenso, que teve troca de acusações e bate-boca entre integrantes dos partidos. A oposição tentou obstruir a sessão, mas foi derrotada pela maioria.

Izabelle Torres Correio Braziliense

O DINHEIRODUTO DO BNDES .

A veemente rejeição da proposta de megafusão entre o Grupo Pão de Açúcar e os Supermercados Carrefour pelo sócio preferencial, o grupo francês Casino, joga novo foco de luz na atuação do BNDES, especialmente no açodamento com que havia aprovado e recomendado o projeto.

Baseado em avaliação de cinco bancos e consultorias de peso (Santander, Goldman Sachs, Messier-Maris, Rothschild e Merril Lynch), o Grupo Casino torpedeou, nesta terça-feira, a iniciativa do presidente do Grupo Pão de Açúcar, Abilio Diniz.

A partir do relato do correspondente Andrei Netto, ficamos sabendo que o Conselho de Administração do Grupo Casino definiu o projeto da megafusão como "contrário aos interesses dos acionistas, baseado numa estratégia errada e em estimativas de sinergias fortemente superdimensionadas".

Depois de proclamar sucessivamente que o negócio é "de interesse nacional", "bom para todos" e "bom para o Pão de Açúcar", o empresário Abilio Diniz teve de ouvir dos membros do Conselho de Administração do sócio francês, reunidos em Paris, que sua proposta não é boa nem mesmo para o Pão de Açúcar.

Ficou dito, também, que um investimento em ações do Carrefour é "arriscado, em razão das dúvidas expressas pelos mercados sobre sua estratégia".

Apoiado apenas em uma sigla de luz própria relativamente baixa, a do BTG Pactual, especializado em hospitalização de empresas em fase terminal, Abilio tentou arrastar o BNDES para a sua parada.
Seu vice-presidente, João Carlos Ferraz, acorreu pressuroso, reconhecendo imediatamente nesse arranjo um interesse estratégico e uma fonte de criação de valor – ambos duvidosos.


E aparentemente estaria disposto a despejar mais de R$ 4 bilhões em vitamina pública no projeto, não fosse a inesperada (para eles) reação da sociedade contra a chancela oficial de uma disputa entre grupos privados pelo controle acionário de uma rede de varejo.

Felizmente, evocando "seu compromisso com a estrita observância das leis e dos contratos, baseado em rigorosos princípios de ética", o BNDES avisou oficialmente que ficaria de fora do negócio, enquanto esse não obtivesse o entendimento entre seus acionistas.

E, não obstante a obstinação do agora isolado empresário Abilio Diniz em manter de pé seu plano, o desfecho da reunião de Paris mostra que esse acordo ficou difícil.

Mas o provável fracasso da armação não absolve o BNDES, cuja atuação começa a ser cada vez mais contestada.
O mesmo serve para o governo federal, que sustenta a máquina de favorecimentos com verbas não orçamentárias, graças ao uso do dinheiroduto instalado em ligação direta entre o BNDES e o Tesouro.


Também não absolve o Banco Central.
O BNDES pode alcançar, em 2011, a marca de R$ 300 bilhões em financiamentos a seus eleitos ao longo dos anos, subsidiados, bem abaixo dos juros primários (Selic). Assim, boicota a política monetária, que deve agir principalmente sobre canais de crédito.

Porém, até agora, o Banco Central foi incapaz de denunciar os rombos provocados pelo BNDES no sistema vascular do plano de metas de inflação.

O provável desmanche do projeto da megafusão também não absolve a oposição, que não está sendo capaz de denunciar o mau uso do BNDES, neste governo e no anterior. Essa é uma oposição sem discurso e que, hoje, não passa de um enorme apagão político

Celso Ming/ESTADÃO

TRISTEZA DE CROCODILO E CONFUSÃO MENTAL : "PRESIDENTA?" FICA "TRISTE" QUANDO ACONTECE ALGUMA COISA RUIM NO (DES)"GOVERNO".


A presidente Dilma Rousseff reconheceu hoje em Francisco Beltrão, sudoeste do Paraná, que "tem dias em que eu fico triste" com as coisas que acontecem no governo. Ela dizia dos momentos de alegria e de tristeza no governo.

Os momentos de alegria, ela se referia ao fato do neto estar engatinhando, mas sobre os momentos de tristeza que vem vivendo "quando acontece alguma coisa errada no governo", mas não deu maiores detalhes,
mesmo quando o reporter de uma rádio local insistiu para que ela falasse mais sobre esses momentos tristes.

ENGANANDO TROUXAS, AOS TRANCOS E BARRANCOS VERBAIS :

- Uai, quando as coisas... quando acontece alguma coisa errada no governo, eu fico triste - respondeu a presidente, que ainda completou:

Fico (triste).

Todo mundo pode perceber que a gente, num governo, tem muitas dificuldades. Agora, eu acho que hoje o Brasil dá mais motivo de alegria do que de tristeza, quando a gente percebe que o Brasil é outro país.

É outro país, e até a gente sente isso quando você vai para o exterior e vê a reação das pessoas ao que é o Brasil. O Brasil hoje é um país... é uma das poucas economias do mundo que está crescendo.

Você tem hoje uma crise, na Europa, que está em tudo quanto é jornal, não é? Não é só a Grécia. Agora estão falando que está a Itália, também, ameaçada de ter problemas sérios. Mas não é só isso. Você vê os Estados Unidos. Os Estados Unidos... estava todo o mundo esperando que eles gerassem 180 mil empregos nesse mês que passou. Geraram 18 mil empregos.

E nós não. Nós estamos mantendo uma taxa de geração de emprego elevada: mais de 250 mil empregos nós temos gerado. E vamos gerar... espero fechar este ano com algo muito... com uma geração muito expressiva: acima de 1,8 milhão, que é o cálculo.

Eu estou até sendo conservadora, porque tem gente falando que pode dar mais. Então, eu acho que o Brasil é mais objeto de alegria do que de tristeza.


(opais@oglobo.com.br)

FINANCIAL TIMES : MODELO "LULISTA" PODE ESTAR NO LIMITE.


O jornal britânico Financial Times publicou uma reportagem na qual afirma que o modelo “lulista” de desenvolvimento econômico pode estar atingindo seu limite.

O periódico já havia alertado para risco de bolha no Brasil em uma reportagem e também em editorial.

Medidas que permitiram expansão do consumo e do crédito no Brasil durante o governo Luiz Inácio Lula da Silva agora geram inflação e risco de bolha, diz o diário. A reportagem aponta como soluções de longo prazo o aumento dos investimentos e mais austeridade nos gastos públicos.

Na reportagem, o “FT” tenta explicar de que forma o modelo lulista gerou melhorias, quais as conseqüências negativas e que ajustes são necessário. “O modelo Lula é incompleto”, disse Arminio Fraga ao jornal britânico.

Abaixo, uma seleção dos pontos apresentados na reportagem de página inteira do “Financial Times”, citando algumas medidas do governo Lula que geraram desenvolvimento mas, também, desequilíbrios.

O que Lula fez

. Colocou técnicos no Banco Central e no Ministério da Fazenda para manter a estabilidade macroeconômica;

. Lançou o programa Bolsa Família

. Aumentou o salário mínimo “bruscamente”

. Reformou a legislação de falências, o que tornou mais fácil para os bancos emprestar dinheiro e praticamente dobrou o volume de crédito para o setor privado desde 2007.

Essas medidas, diz o “FT”, geraram as bases para a expansão da classe média e ajudam a explicar o “crescimento econômico em taxas asiáticas” no último ano do mandato (7,5%).

Os desequilíbrios gerados

. O real se fortaleceu 46% em dois anos e meio;

. Devido ao aumento das importações, o déficit nas transações do Brasil com o resto do mundo já representa 2,3% do PIB (Produto Interno Bruto);

. Inflação ao consumidor atingiu o teto da meta estipulada pelo próprio governo, de 6,5% em 12 meses, “em parte devido ao rápido crescimento da economia e dos empréstimos”.

. O Banco Central elevou a taxa básica de juros para 12,25% ao ano, o que atrai mais capital externo para o país e faz o real se valorizar mais;

. Consumidores usam um quarto da sua renda para pagar dívida (nos EUA, essa proporção é de 16%);

. Inadimplência subiu 22% entre janeiro e julho, maior alta em nove anos, segundo a Serasa.

Radar Econômico/Estadão

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A luz amarela da bolsa agora virou vermelha.

Quando o atual movimento de queda do mercado começou, acendeu-se uma luz amarela na cabeça de analistas e investidores quanto ao destino dos ativos.

Ontem, essa luz amarela de atenção passou a ser vermelha, de total preocupação.
No Brasil, essa deterioração no sentimento do mercado se deu principalmente com o fato de o Índice Bovespa perder os 60 mil pontos.


Não que esse número signifique algo relevante dentro de uma análise gráfica.
No entanto, é um nível psicológico importante e que, quando perdido, acaba deflagrando certo movimento de pânico entre os investidores e uma onda de vendas das ações.


Pão de Açúcar volta para o nível de antes do anúncio da oferta

Exatamente o que aconteceu ontem.
Até o meio da tarde, o Índice Bovespa rondou o nível dos 60 mil pontos, mas sempre acima disso - pouco, mas acima. A partir do momento que essa pontuação ficou para trás, foi uma questão de tempo para as ordens de vendas se avolumarem e, consequentemente, a queda dos papéis.

Como resultado, o Ibovespa fechou em baixa de 0,86%, aos 59.704 pontos. É a primeira vez desde o dia 25 de maio do ano passado que o índice encerra os negócios abaixo dos 60 mil pontos.


O medo dos analistas é que, se o indicador firmar os dois pés na casa dos 50 mil pontos nos próximos dias, o chão seja o limite para esse movimento de baixa.

Apesar de os fundamentos econômicos brasileiros mostrarem que essa queda pode ser uma boa oportunidade de compra de ações, nada impede que novas deteriorações do cenário internacional façam o mercado cair ainda mais.

Até porque, num momento de pânico, a maioria dos investidores esquece qualquer fundamento e se sente mais tranquilo em seguir a manada.


Mais uma vez foi a Europa que levou o mercado ontem a sentir o gosto amargo das perdas. A agência de classificação de risco Moody"s rebaixou a nota da Irlanda de Baa3 para Ba1.

A proposta de associação entre Pão de Açúcar e Carrefour sofreu um revés importante ontem. Com a recusa do Casino, sócio do Abílio Diniz no Pão de Açúcar, o BNDES e o BTG Pactual resolveram desistir do negócio.

As ações preferenciais (PN, sem voto) do Pão de Açúcar fecharam em queda de 1,96%, aos R$ 65, voltando para o nível que estavam em 27 de junho, no dia anterior ao anúncio da oferta.

Daniele Camba Valor Econômico

EVOLUÇÃO : CARAS PINTADAS/CARAS DE PAU/MERCENÁRIOS CHAPA BRANCA.

Empresas como a Petrobras, governo de Goiás e prefeitura apoiam evento de R$4 milhões; Lula deve comparecer

Com expectativa de receber cerca de 10 mil universitários, e ao custo estimado de R$4 milhões, começa hoje em Goiânia o 52º Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), que será o maior encontro realizado pela entidade até hoje. Entre os patrocinadores estão empresas estatais, como a Petrobras.


Antiga aliada do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que deverá comparecer ao evento, a UNE também apoiou a eleição de Dilma Rousseff no segundo turno da disputa presidencial de 2010. Para a realização do encontro, a entidade conta ainda com o apoio do governo de Goiás (PSDB) e da Prefeitura de Goiânia (PT), além da arrecadação com as taxas de inscrição dos estudantes.

No encerramento do congresso, domingo, cerca de seis mil delegados escolherão o sucessor do presidente da UNE, Augusto Chagas, que não concorrerá à reeleição. Na programação do evento, a UNE anunciou a presença de Lula ao lado do ministro da Educação, Fernando Haddad, amanhã, no encontro com alunos beneficiados pelo ProUni, criado em 2004.

Segundo Chagas, a entidade aproveitou a proximidade com Lula para encaminhar reivindicações históricas. É o caso do ProUni e da alteração no crédito educativo, que foi flexibilizado e acabou com a exigência do fiador para a concessão do financiamento.

- A oportunidade do diálogo com Lula permitiu apresentar nossas propostas, atendidas pelo presidente - disse Chagas.

Chagas afirmou que o congresso tem o apoio de várias estatais, mas que somente após a abertura do evento terá a noção de quantas dessas empresas são patrocinadoras, e o montante destinada por cada uma:
- Tem estatais apoiando. Alguns desses apoios ainda estão se concretizando. Vamos publicizar essas informações quando estiver tudo fechado.

Para alojar os estudantes, o governo estadual cedeu 12 ginásios e escolas. A prefeitura contribuiu com banheiros químicos, além de ambulâncias do Samu para emergências.

O congresso inclui temas como a "o impacto dos agrotóxicos", além de atos em defesa da Comissão da Verdade, sobre violações na ditatura, e pela destinação de 10% do PIB para a educação. Os ministros José Eduardo Cardozo (Justiça) e Maria do Rosário (Direitos Humanos) são esperados no evento.