"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

julho 06, 2011

NASCIMENTO, O MAGNO, VOLTA AO SENADO PARA "DEFENDER SUA HONRA", SEGUNDO O LIDER DO PR MAGNO MALTA. NA REPUBLICA TORPE MALTAS TEM "HONRA".

Artistas cínicos...
Com a carta de demissão do ministro dos Transportes em mãos, o líder do PR, Magno Malta (ES), anunciou nesta tarde que Alfredo Nascimento (PR-AM) vai reassumir o mandato no Senado para "defender sua honra".

Ele adiantou que o partido não discutirá um novo nome para o ministério de forma precipitada. "(A escolha) não será de forma ofegante e atabalhoada, não vamos colocar qualquer um a qualquer preço."

Com a volta de Nascimento ao Senado, o PR passa a ser a quarta maior bancada da Casa, com sete senadores, ficando atrás do PMDB, PT e PSDB.

Além do ex-ministro e de Malta, integram a bancada do PR no Senado Blairo Maggi (MT), Antonio Russo (MS), Clésio Andrade (MG) e Vicentinho Alves (TO). O PT perde um senador - João Pedro (AM) -, que era suplente de Nascimento, e passa a contar com 13 titulares.

Segundo Malta, a bancada de senadores do PR aguardará um segundo convite da presidente Dilma Rousseff e das ministras da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, para comparecer ao Planalto a fim de discutir a sucessão de Nascimento.

Ele acrescentou que o PR continuará fiel à base aliada do governo, independentemente de continuar no comando da pasta dos Transportes.

"O PR é da base do governo desde o início do governo Lula e vai continuar no governo Dilma."

"NUNCAANTESNAHISTORIADESTEPAÍS" : ESCÂNDALOS EM TEMPO INTEGRAL.

Quando Antonio Palocci pediu demissão da Casa Civil, no início de junho, o governo tentou tomar as rédeas da situação e engrenar uma agenda positiva para virar a página.

Passado exato um mês da saída do ministro, a gestão Dilma Rousseff continua envolta em escândalos e denúncias em série. Não consegue engatar a segunda - que dirá um segundo mandato...

Nestes últimos 30 dias, o governo teve de ocupar-se em tempo integral em explicar mais uma sucessão de malfeitos. Não houve uma única iniciativa oficial neste período que pudesse ser classificada como positiva; a pauta manteve-se sempre negativa. Não é qualquer factoide que suplanta a realidade.

Teve aloprado abrindo a boca para dizer que ministro de Estado negociou "missões heroicas" no submundo do crime para usar no jogo baixo da política. Teve esforço desesperado dos governistas para impor sigilo a tudo o que interessa à sociedade - do custo das obras que seus impostos custeiam aos registros da História que protagonizou.

Teve grosso dinheiro público sendo gasto em proveito de bilionários e nebulosos negócios privados.

Ou seja, mal completou seus primeiros seis meses de governo, Dilma meteu-se num mar de turbulências inédito para presidentes da República eleitos pelo voto popular. Nada hoje indica que poderá vir a encontrar calmaria mais à frente.

Nada permite que ela diga, também, que esteja sendo surpreendida por fatos gerados por uma estrutura carcomida pela corrupção. Dilma é sócia, gestora e partícipe do estado das coisas que hoje reina no poder central.

O cambaleante Alfredo Nascimento, por exemplo, ocupa desde 2004 o mesmo Ministério dos Transportes em que irregularidades tornaram-se regra. Afastou-se apenas temporariamente para disputar as eleições do ano passado e foi reconduzido em janeiro por Dilma, por determinação de Lula.

Não é crível que não saiba o que lá acontece cotidianamente.

Hoje, mais um escândalo envolvendo Nascimento vem a público. Informa O Globo que o Ministério Público Federal está investigando suposto enriquecimento ilícito de Gustavo Morais Pereira, arquiteto de 27 anos filho do ministro.

"Dois anos após ser criada com um capital social de R$ 60 mil, a Forma Construções, uma das empresas de Gustavo, amealhou um patrimônio de mais de R$ 50 milhões, um crescimento de 86.500%", diz a reportagem.

Com longo histórico de descalabros à frente da pasta, cabe perguntar que efeitos terá a suspensão, por meros 30 dias, de novas licitações, determinada ontem pelo governo. Provavelmente, nenhum. Há toda uma herança de descontrole instalada lá.

A suspensão atinge obras e serviços do Dnit e da Valec no valor de R$ 2,25 bilhões. Entre elas, estão melhorias nas rodovias federais de Mato Grosso, estado do exonerado-mas-não-tanto presidente do Dnit; instalação de postos de pesagem que se arrasta desde 2007; e contratação de consultorias para fazer estudos já prontos.

Os dutos por onde escorrem os "pedágios" cobrados pelo PT e seus aliados são, porém, muito mais grossos. Apenas o Dnit executa atualmente 1.080 contratos de obras, volume que soma investimentos totais de R$ 41 bilhões.

Só os 4% a 5% cobrados pelos "republicanos" encastelados nos Transportes já dariam uma fábula de dinheiro...

O Dnit é um mero microcosmo da administração federal. O Valor Econômico mostra que todas as 250 grandes obras realizadas no país tiveram aumento de preço de pelo menos 45% em relação ao orçamento original.

O levantamento foi feito pela Comissão de Serviços de Infraestrutura do Senado, presidida pela senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO).

O principal facilitador para tão generosos aumentos - feitos por meios de aditivos contratuais permitidos por lei - seria a deficiência dos projetos básicos que precedem a contratação das obras.

Se já é ruim hoje, imagine como vai ficar após a aprovação do Regime Diferenciado (ou seria "Desesperado"?) de Contratações?

Pelo novo modelo - que deve ir a votação final hoje no Senado e o governo quer agora disseminar por todas as obras públicas do país, a começar por todos os aeroportos - nem o projeto básico será mais necessário para a licitação.
Bastará um pré-projeto de engenharia, basicamente um esboço.

Deveria ser o contrário:
as obras só deveriam sair após a elaboração do projeto executivo, mais detalhado, rigoroso e próximo da realidade.

Toda esta situação justifica, com sobras, a instalação de uma CPI para investigar o que acontece no Dnit, algo que o senador tucano Mário Couto tenta desde o ano passado.

Um governo que vive de escândalos em tempo integral deve muitas explicações à sociedade, sem apelar para pirotecnias.

Fonte: ITV

EX-GUERRILHEIRA,BUROCRATA,"GERENTONA" IMPLACÁVEL,FRENÉTICA/EXTRAORDINÁRIA...: GRITAR NÃO RESOLVE!

Nossa Constituição foi preparada para atender à tendência parlamentarista de seus autores. Mas na última hora, por obra e graça de um espírito pelintra baixado do Planalto na gestão Sarney, tornou-se presidencialista a muque, instituindo um sistema de governo de coalizão que atormenta os chefes do Poder Executivo e trai a vontade do cidadão.

Eleito duas vezes seguidas logo no primeiro turno, montado no alazão do Plano Real, que promoveu a maior revolução social da História do Brasil, o tucano Fernando Henrique Cardoso - é verdade - compôs um complicado bloco de apoio que não sabotou em nenhum instante sua autoridade de chefe de governo.

Mas também é fato que, ao longo de seu segundo mandato, o desgaste a que foi submetido o tornou alvo favorito dos adversários oposicionistas e companhia incômoda dos aliados.

Malandro, manhoso e esperto, o petista Luiz Inácio Lula da Silva entrou para a galeria dos grandes conciliadores de nossa História rompendo com a intransigência de origem de seus partidários para acolher à sombra do poder a rafameia da politicalha nacional, que tanto execrava antes.
Tudo em nome da governabilidade.

Até hoje não parecem suficientemente claras as intenções do ex-presidente ao indicar Dilma Rousseff para o posto-chave da chefia da Casa Civil e, em seguida, fazê-la sucessora. Sejam quais tenham sido, é certo que não foi pelas semelhanças entre seus estilos.

Lula, negociador habilidoso, treinado na luta sindical, e Dilma, ex-guerrilheira e burocrata com fama de "gerentona" implacável, têm abordagens opostas em relação aos políticos.

O ex sempre proclamou seu desapreço, beirando a náusea, por ademanes e maracutaias (o termo é de sua preferência) da política clássica, com suas chalaças, negaças e traições, mas praticou-os como poucos o fizeram "antes na História deste país".

(...)
Sem vocação para irmã Dulce, ela atravessou o primeiro semestre de sua gestão entre tapas dirigidos a aliados recalcitrantes e beijos destinados a antigos desafetos de sua grei e demônios de suas crenças.

O presidencialismo de ocasião e coalizão propicia a prática da fritura depois do banho-maria, que faria o florentino Maquiavel corar.
Nunca Lula apunhalou sem antes anestesiar a vítima com muita saliva. Dilma revela preferência pelo tranco como método de persuasão.
(...)
Não parecia ainda ter sido absorvida a cusparada do ministro da Defesa quando nova crise surgiu com notícias de reclamações intramuros de Dilma contra seu ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, presidente nacional do PR, um partidinho aliado.
(...)
Chegou a ser anunciado que os quatro principais burocratas envolvidos no escândalo tinham sido demitidos, mas isso não foi confirmado: um tirou férias e de outro não se sabe bem.
Um vexame
!
Vexame maior foi que a cabeça do presidente da sigla aliada foi mantida sobre o pescoço, com o bônus do apoio público da própria Dilma, que se limitou a determinar que Alfredo Nascimento apure as denúncias com rigor, seguindo a praxe lulista de dar ao réu poderes de juiz sobre si mesmo.

Se Lula lambia o local da ferida antes de apunhalar, Dilma grita, mas nem sempre demite. Ou seja, a dependência dos votos das bancadas situacionistas nos embates do Congresso mantém a presidente refém dos interesses subalternos dos aliados.

Isso é trágico para o Estado Democrático de Direito, pois Dilma foi eleita pela maioria do eleitorado para exercer plenamente o Poder Executivo e isso não ocorre pelas dificuldades da chamada governabilidade.

Pode-se argumentar que, tendo herdado essa situação de dois governantes habilidosos, sem contar com idêntica prática em manhas e mumunhas, o máximo que ela pode fazer é tentar forçar um pedido de demissão pela técnica mal-educada da humilhação testemunhada.

Se a prática prospera, o espírito republicano tenderá a definhar até morrer, se é que ainda não morreu.
Ou Dilma reage e resolve, ou poderá naufragar e levar junto a estabilidade.

José Nêumanne

Íntegra/Original :

Gritar sem demitir só humilha, não resolve

MANDA QUEM PODE, OBEDECE QUEM TEM JUIZO, "PRESIDENTA"?"Não aceito ser afastado. Ou a presidente me exonera ou me mantém no cargo definitivamente"


Contrariando resolução da presidente Dilma Rousseff
, que determinara o afastamento dos quatro servidores envolvidos nas denúncias de cobrança de propina no Ministério dos Transportes, os afilhados políticos de integrantes do PR continuam em ação.


Ao contrário do que foi anunciado, o diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antonio Pagot, encontrou uma forma para não ser afastado da direção do órgão.
Pagot se recusou a abandonar o cargo e resolveu tirar férias até 5 de agosto.

Anteontem, apesar do escândalo, despachou normalmente na sede do Dnit e, na reunião com o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, e o senador Blairo Maggi (PR-MT), seu padrinho político, disse que não aceitaria ser afastado temporariamente:

- Não ACEITO ser afastado. Ou a presidente me exonera ou me mantém no cargo definitivamente - disse Pagot na reunião.
No entanto, ontem à noite, o Palácio do Planalto informou que Pagot combinou com a Casa Civil deixar o cargo assim que voltar de férias.
Não está acertado se ele pedirá exoneração ou deixará o cargo.

A alegação do governo é que Pagot estava com férias programadas a partir do último dia 4 e não poderia ser afastado nessa condição.
Pagot diz estar à disposição para dar explicações


Mas Blairo pressiona para Pagot voltar a chefiar o Dnit.

- O Pagot está de férias, já tinha pedido antes de sexta-feira. Quando voltar das férias, eu espero que retorne ao cargo - disse Blairo.

Confiante no poder do padrinho político, Pagot enviou ofício ao presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), e outros líderes na Casa se colocando à disposição para dar explicações.

"Reitero que continuo à disposição para o atendimento das demandas concernentes ao cargo que ocupo com toda dedicação e compromisso", informou Pagot.

Apesar de Pagot estar de férias, o Ministério dos Transportes anunciou que o secretário-executivo do Dnit, José Enrique Sadok de Sá, comandará o órgão.

Pagot tem boas relações no Congresso.
Quando foi submetido à sabatina e aprovação dos senadores, teve o apoio de integrantes do DEM e até do PSDB.

Agência o globo/Chico de Gois, Maria Lima e Cristiane Jungblut

E O BRASIL CONTINUA "MUDANDO" : BRASIL MAIS VULNERÁVEL A CHOQUES EXTERNOS.

Santander (Espanha) —

Contrariamente ao discurso oficial, diversas vezes reiterado pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, o Brasil está mais vulnerável a choques externos hoje do que antes da crise global iniciada em 2008.

A principal causa é o rombo nas contas externas por causa do fortalecimento do real diante do dólar, que estimula as importações e os gastos em viagens ao exterior.

A advertência é da economista Liliana Rojas-Suárez, do Center for Global Development, que desenvolveu um índice para medir a fraqueza dos países latino-americanos.

"Hoje, as contas externas são a grande fragilidade do Brasil, porque a política fiscal não ajuda no combate à valorização cambial. O Banco Central está fazendo tudo o que pode para evitar o grande fluxo de capital externo, o fortalecimento do real e as pressões inflacionárias, mas o governo deveria reforçar o ajuste fiscal para ajudar a política monetária a reduzir o superaquecimento do consumo", disse ontem Liliana no último dia do 10º Encontro Santander — América Latina, realizado pela instituição financeira espanhola.

Poupança

Além dos resultados nas contas externas, o índice leva em conta a dívida do país e a poupança nacional, todos em relação ao Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas geradas num ano).

No cômputo geral, o Brasil passou de -0,78 ponto para 0,85, caindo da 13ª posição no ranking de vulnerabilidade para a 8ª.

"A América Latina ficou mais exposta depois da crise. O Brasil sofreria com uma rápida saída dos capitais externos, que pode ocorrer quando os Estados Unidos voltarem a subir os juros, por exemplo", disse Liliana.

FRENÉTICA E EXTRAORDINARIAMENTE PETROBRAS VALE SÓ QUANTO PESA.

O valor de mercado da Petrobras está, pela primeira vez desde 1999, abaixo do patrimônio líquido da empresa.

O indicador é uma maneira de medir o que o mercado coloca de expectativa em uma ação. Quanto maior a diferença, mais se espera da empresa no futuro.

Ontem, o preço sobre o valor patrimonial da ação preferencial da Petrobras fechou em 0,98 vez, ou seja, o papel vale menos na bolsa do que nos livros.
Para a ação ordinária, a relação era de 1,08 vez.

O valor de mercado da Petrobras está, pela primeira vez desde 1999, abaixo do patrimônio líquido da empresa.

O preço da ação, formado diariamente nas negociações em bolsa, é a base para o cálculo do valor de mercado.
Já o valor patrimonial, o que sobra para os acionistas subtraindo-se as dívidas dos ativos, é calculado pela empresa e divulgado trimestralmente nos balanços.

Existem várias maneiras de se medir o "prêmio" que investidores pagam por uma empresa. O preço sobre valor patrimonial dá uma ideia do "intangível" de uma companhia, o ágio que o mercado está disposto a pagar por ela além do preço contábil, notoriamente conservador - mesmo com os recentes avanços da chamada contabilidade do "valor justo".

Um valor de mercado constantemente abaixo do valor dos livros sugere, no mínimo, que não há ganho para os investidores até onde o mercado pode ver.

Entre as empresas do Índice Bovespa, a principal referência do mercado de ações, o maior P/VPA ontem era da Cielo, 23,91 vezes.
O menor, da Eletrobras, a holding estatal do setor elétrico: 0,36 vez para a ordinária e 0,45 vez para a preferencial.

No caso da Petrobras, uma das maiores petrolíferas do mundo por valor de mercado, as ações, preferenciais ou ordinárias, eram negociadas desde 1999 com um ágio - substancial, em alguns momentos -, segundo dados da consultoria Economática.

Essa situação parece contraditória, dado o portfólio de descobertas, notadamente as do pré-sal - mas não só ali -, que a coloca em um patamar único entre seus pares.

Com um plano de investimentos em marcha de US$ 224 bilhões, um dos maiores do mundo, a Petrobras tem presença dominante em um dos mercados que mais crescem no globo, o brasileiro, e é uma das poucas que pretendem dobrar a produção na próxima década.
(...)
Para Emerson Leite, analista de petróleo do Credit Suisse, não há surpresa.
"Como o retorno sobre o capital [lucro líquido sobre o patrimônio, ou retorno patrimonial] está próximo do custo de capital, não surpreende que o valor de mercado da Petrobras esteja próximo do valor patrimonial", afirma.

"Para essa dinâmica mudar, o retorno para o acionista tem que ser gradualmente maior que o custo de capital. À medida que isso acontecer, se acontecer, a ação deve reagir."

Comparada com seus principais pares nas Américas (a base de dados da Economática não tem europeias), a Petrobras tem hoje a pior relação valor de mercado/patrimônio.
Na maior empresa do setor, a Exxon Mobil, a relação estava ontem acima de 2,5 vezes.


Numa lista de 56 ações compilada pelo Valor, os papéis da estatal brasileira só ganham de quatro:
entre eles, os da Petrobras Argentina e os da americana Dynegy, em negociação com credores para evitar a recuperação judicial.

A melhor relação preço/patrimônio nesse grupo é da americana Continental Resources, acima de 6 vezes.

A estatal, que chegou a estar entre as cinco empresas de maior valor de mercado do mundo, marcava posição ontem, com US$ 209,38 bilhões, no décimo primeiro lugar, segundo levantamento da Bloomberg.

A Exxon segue inabalada na liderança, valendo US$ 420,51 bilhões, seguida não muito de perto pela Apple e pela Petrochina.
Outra rival da Petrobras, a Royal Dutch Shell, estava em sétimo lugar.

Nelson Niero e Cláudia Schüffner | De São Paulo e do Rio Valor Econômico

A FARRA DO PORCO OU DOS "PORCOS"? NÃO! É DOS PODEROSOS, REGADA A MUITA BEBIDA E FOGOS. E MELHOR : COM DESRESPEITO À LEI.

Um rega-bofe movido a porco no rolete, muita bebida, fogos de artifício e música sertaneja animou o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB-SP), e o presidente da Câmara dos deputados, Marco Maia (PT-RS), mas desrespeitou a lei do silêncio e tirou o sono dos moradores da 202 norte, apesar dos cuidados do deputado Paulinho da Força (PDT-SP), organizador da festa "Chamamos todos os vizinhos para ninguém jogar pedra", alegou.

Organizada para receber sindicalistas que farão protesto hoje em Brasília, festa ao ar livre na 202 Norte reúne integrantes do governo Dilma, incluindo o vice Michel Temer e os ministros do Trabalho e da Previdência, além do presidente da Câmara dos Deputados

Embalados ao som de música sertaneja e com direito a uma leitoa assada em rolete, deputados federais, ministros e até mesmo o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB-SP), participaram uma festa julina na 202 Norte para recepcionar sindicalistas que chegaram ontem a Brasília para uma manifestação na Esplanada dos Ministérios, prevista para começar às 14h30 de hoje.

Regado a muita cerveja, vinho e barulho, o evento, que ocorreu à noite, irritou os moradores da quadra. O som só foi desligado as 23h06.

Cerca de 200 pessoas dançaram e festejaram entre os blocos I e J da 202 Norte, uma quadra que abriga alguns prédios funcionais da Câmara dos Deputados. Representantes da Força Sindical não perderam a oportunidade de comer os pratos típicos de cada região.

Os sindicalistas do Rio Grande do Sul, por exemplo, assaram uma costela no bafo.
Morador do 6º andar do Bloco I, o deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), mais conhecido como Paulinho da Força, foi saudado com fogos de artifício quando chegou à comemoração e discursou para os presentes.

Líderes partidários também compareceram à festa julina, decorada com bandeirinhas coloridas. Entre eles, estavam os deputados Giovanni Queiroz (PA), líder do PDT, Lincoln Portela (MG), do PR, e Ana Arraes (PE), do PSB.

"Esse evento é importante para mobilizar o Congresso Nacional para as nossas reivindicações. Queremos aprovar a jornada semanal de 40 horas, resolver o fator previdenciário e a questão da terceirização", finalizou Paulinho.

Temer chegou às 21h, após os discursos.
Também foi recepcionado por fogos de artifício que duraram cerca de três minutos. O vice-presidente deixou de lado a formalidade habitual e se mostrou à vontade na presença dos sindicalistas.

"Me sinto em casa porque estou entre o Legislativo e os trabalhadores. Não é preciso muita cerimônia porque sou mais um na festa", brincou.

Quem também participou da farra do porco foi o presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS). Ele afirmou no palanque improvisado que o Legislativo está conectado com a pauta da Força Sindical.

"O Michel (Temer) já tinha tocado nesse assunto quando foi presidente e vamos dar sequência ao trabalho iniciado. Comemorem muito porque vamos ter muitas conquistas nos próximos dois anos", disse.

Os ministros do Trabalho, Carlos Lupi (PDT-SP), e da Previdência, Garibaldi Alves (PMDB-RN), também foram ao evento. Lupi subiu no palco e cantou a música Marina, de Dorival Caymmi.

Incômodo
Vários moradores da quadra foram atraídos pelo barulho e ficaram curiosos com uma festa que ocorreu entre dois blocos funcionais na noite de ontem. O servidor público Sérgio Cunha, 43 anos, estranhou um churrasco em área pública.

Em sua avaliação, outro local deveria ter sido escolhido para os festejos.
"Não é apropriado e seguro fazer esse tipo de evento em uma área residencial", reclamou.


O editor de vídeo Guilherme Pastana, 37 anos, morador da quadra, também protestou.

"Esses dois prédios estão sempre vazios e, por isso, chamou a atenção (o evento). Se isso virar rotina, será um problema", comentou.