"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

outubro 11, 2010

CAI A MÁSCARA E FICA À MOSTRA O QUE NÃO É BONITO DE SE VER.

O país assistiu na noite deste domingo ao primeiro debate real entre os dois postulantes à Presidência da República.

Ficaram claras de uma vez por todas, as diferenças entre José Serra e Dilma Rousseff.

Separa-os um abismo, que a estratégia petista tentou sistematicamente escamotear no decorrer do primeiro turno.

Felizes os brasileiros por termos a chance agora de cotejar nossas opções.

Franco, o debate realizado pela Band permitiu ao telespectador comparar duas posturas distintas. O que se viu foi uma brutal diferença de atributos, personalidades diametralmente opostas.

De um lado, a agressividade de uma neófita em disputas eleitorais que também debutava em confrontos televisivos diretos. "Exaltada, (Dilma) demonstrou nervosismo", resumiu a Folha de S. Paulo.

Do outro, a serenidade de quem tem propostas claras para o país, a segurança quanto ao que oferece aos brasileiros, a tranquilidade de quem está preparado para conduzir a nação a um patamar mais elevado.

José Serra pautou sua participação no debate da Band na diferenciação entre o projeto que defende e o que o PT propugna.

Dilma Rousseff destilou um rosário de mistificações nas duas horas de confronto. Brandiu obras que não realizou, imputou ao tucano medidas que ele nunca tomou, envolveu em falácias acusações totalmente infundadas.

Aconteceu, por exemplo, quando disse que Serra planeja privatizar a Petrobras, algo que jamais frequentou o receituário do tucano.

A petista escalou os mais altos degraus da invencionice quando "acusou" as privatizações feitas pelo governo de Fernando Henrique Cardoso, demonizando-as.

Não era a intenção dela, mas Dilma deixou claro o quanto o seu partido, o PT, se opôs a medidas que trouxeram conforto e emprego aos brasileiros: cada um que tem um telefone celular hoje, e são praticamente todos os brasileiros em idade adulta, sabe dos efeitos benéficos da abertura da telefonia, antes privilégio de pouquíssimos, para suas vidas.

Dilma assacou o vodu do medo ao dizer que Serra não dará continuidade a projetos, segundo ela, "exitosos" do atual governo, como o PAC e o Minha Casa Minha Vida.

Os fatos a desmentem, com sobra.

O PAC está longe de deixar de ser uma lista de boas intenções que, em sua imensa maioria, dormitam no papel. O programa habitacional é apenas uma pálida sombra daquilo que a promessa lulista acenou aos incautos.

(...)

Aos fatos, Dilma respondeu com arreganhos.

Tergiversou, para ficar num termo tão (mal) usado por ela ao longo do debate.

Coube ao próprio Serra a melhor definição para o comportamento da adversária na noite deste domingo:

"A Dilma foi a Dilma".

O desempenho da candidata do PT foi tão desastroso que, minutos depois do encerramento do encontro promovido pela Band, o comando da campanha dela anunciou que Dilma não irá mais a boa parte dos debates para os quais foi convidada.

Alega-se "problema de agenda".

Quem viu o confronto de ontem sabe que não é isso.

O que de fato ocorreu é que caiu a máscara de Dilma: a "mãe dos pobres" mostra-se agora como uma madrasta má, que não titubeia em apelar para mentiras para se fazer prevalecer.

A luz dos holofotes fez a maquiagem derreter - e o que revelou não é nada bonito de se ver.

Fonte/Original Íntegra : ITV/Caiu a máscara

O BRASIL DO PT QUE NÃO SE VÊ NOS PROGRAMAS DE TV : MEC GASTA R$ 2 BILHÕES E NÃO ALFABETIZA.

Foto: nayannesantana.blogspot.com

Em seu oitavo ano, o programa Brasil Alfabetizado já gastou R$ 2 bilhões, mas teve impacto pequeno na redução do analfabetismo, mas índice de iletrados caiu menos de 2%.

O índice de iletrados, na faixa de 15 anos ou mais, só caiu de 11,6%, em 2003, para 9,7%, em 2009.

O faxineiro Edvaldo Félix Bezerra limpa banheiros no setor de transporte e garagem da Câmara dos Deputados.

Entra às 7h e começa o dia sujando o polegar de tinta.
Aos 53 anos, Edvaldo é analfabeto e preenche a folha de ponto com a impressão digital.

Principal meta do Ministério da Educação (MEC) no início do governo Lula, a erradicação do analfabetismo está longe de virar realidade.

O programa Brasil Alfabetizado já gastou R$ 2 bilhões, em valores atualizados, e matriculou milhões de jovens e adultos.

Mas o índice de iletrados, na faixa de 15 anos ou mais, caiu menos de dois pontos percentuais: de 11,6%, em 2003, para 9,7%, em 2009, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do IBGE.

O número absoluto de analfabetos está na casa de 14 milhões desde 2006, segundo a Pnad.
No ano passado, eram 14,1 milhões.


Até o fim de 2010, o Brasil Alfabetizado deverá atingir a marca de 14 milhões de matrículas, considerando-se a quantidade de alunos atendidos a cada ano.

Coincidentemente, o total de vagas oferecidas pelo Brasil Alfabetizado (14 milhões) está perto de igualar o número absoluto de iletrados.

Os dados da Pnad sugerem, porém, que a iniciativa não surtiu o efeito desejado.

Teste para aferir aprendizado só foi criado em 2009.
Outro problema é que o MEC desconhece a eficácia do Brasil Alfabetizado.

No ano passado, ao renovar as parcerias, o MEC cobrou informações sobre o desempenho das turmas de 2007, quando ainda não havia um teste padronizado.

De 1,3 milhão de alunos supostamente atendidos naquele ano, pelo menos 927 mil teriam concluído o curso e 666 mil teriam sido alfabetizados, segundo as informações que chegaram ao MEC.

Como nem todos os parceiros continuaram no programa, os resultados desses alunos não foram enviados.

O secretário de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, André Lázaro, diz que a evasão no Brasil Alfabetizado gira em torno de 30%.

Embora a Pnad informe que a idade média do analfabeto brasileiro era de 54 anos, o país tinha 5,4 milhões de iletrados com menos de 50 anos, em 2009.

A maioria vivendo em áreas urbanas:

3,2 milhões nas cidades e 1,8 milhão no campo.

A pessoa que sabe ler conhece muita coisa e pode arrumar um serviço melhor diz Edvaldo, que recebe R$ 600 por mês, somando salário e benefícios.

Até no MEC há analfabetos.

Embora seja capaz de assinar o nome e, com algum esforço, ler até frases, Almir Alves Rodrigues, de 37 anos, está no limiar entre o analfabeto absoluto e o funcional, aquele que lê, mas não entende.

Almir é faxineiro terceirizado da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), agência do MEC responsável pela pósgraduação.

Nascido no Distrito Federal, ele diz que terminou a 4ªsérie do ensino fundamental, mas largou a escola para ajudar a mãe, trabalhando como vendedor de balas e engraxate.

Sei ler muito pouco.
O mais difícil são aquelas letras enganchadas diz Almir.

O Brasil Alfabetizado não apareceu na propaganda eleitoral da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff.

O motivo é simples: o programa, que já foi reformulado uma vez, ainda não consegue funcionar direito.

Até 2006, os convênios eram celebrados também com organizações não-governamentais.
O MEC acabou com a parceria com ONGs, passando a firmar convênios apenas com prefeituras e governos estaduais.

Um dos objetivos era atrair professores da rede pública para atuarem como alfabetizadores.

A meta era que, pelo menos 75% dos alfabetizadores fossem docentes.
Segundo André Lázaro, porém, o percentual de professores gira em torno de 15%.
Eles recebem R$ 250 por mês para dar quatro aulas por semana.

O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) foi ministro da Educação no primeiro ano do governo Lula e lançou o Brasil Alfabetizado.

Ele critica a mudança de prioridade no MEC.

No início de 2004, logo após a demissão de Cristovam, erradicar o analfabetismo deixou de ser meta do governo:
O nível de analfabetismo no Brasil é uma dívida que continua depois dos governos de Fernando Henrique, de Lula e de 25 anos de democracia.

Uma vergonha nacional diz.

Demétrio Weber/Globo

PARA QUÊ? PRESERVAÇÃO DO SISTEMA PLURAL DEMOCRÁTICO OU PROJETO DE PODER ?

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No mês de agosto, precisamente no Dia do Soldado, o governo alterou as condições de cumprimento da missão constitucional das Forças Armadas, modificando-a na sua essência.

Com a inserção de um político na cadeia de comando e a subordinação do emprego das forças a um oficial-general escolhido segundo critérios políticos, estão dadas as condições para o governo usar interna ou externamente os meios militares segundo a hipótese que bem lhe aprouver.

Assim, o aparato institucional das Forças Armadas passou a ficar legalmente sujeito a uma vontade política única centralizada na chefia do Executivo.

Logo depois da Segunda Guerra, os políticos brasileiros souberam usar para seus fins o prestígio das Forças Armadas.

Em meio à instabilidade política reinante, um jovem general proferiu em 1957 uma palestra em que concluía: Forças Armadas, para quê?

Profissional de carreira arraigadamente legalista, oficial de operações da Divisão de Infantaria da Força Expedicionária Brasileira, culto historiador militar, um ouvinte atento de Fernand Braudel, Castello Branco, como chefe do Estado-Maior, reiteraria no início dos anos 60 o alerta sobre a transformação do Exército em milícia.

Anos depois, como presidente num regime que ele via comprometido com a autoextinção, Castello Branco tomou medidas para afastar as Forças Armadas da política partidária, reforçando o papel dos altos comandos e limitando o tempo de serviço dos oficiais-generais com autoridade de comando.

Isso era coerente com a visão de uma revolução para acabar com todas as revoluções.

Ingênuo ou não, foi esse ideal que viabilizou um novo regime, de normalidade democrática, sem golpe de Estado, algo inédito na história da República.
Dividem-se hoje os analistas entre os que veem nos acontecimentos no Brasil um risco ao sistema democrático e os que enxergam apenas mais um capítulo da luta pelo poder.

Como ambos têm parte da razão, mais útil seria que os atores da cena política assumissem suas posições diante da velha dicotomia que nos assola há décadas: a preservação do sistema democrático plural ou a sua supressão em benefício de um projeto de poder.

Pela prática política em curso e manifestações dos dois candidatos à Presidência, anunciase a extinção do regime fundado em 1985/1988, do que estranhamente participam os próprios herdeiros da vontade política que o instituiu no caso o PMDB das lideranças históricas hoje desaparecidas.

Por mais que detestassem (ou detestem) os militares, elas tiveram (e têm) que lidar com a equação militar, porque não há como alijá-la do poder.

Se não o fizerem, alguém o fará (e já o fez).

A História não se repete, mas deixa lições.

O controle político ilimitado das Forças Armadas permite que um Rumsfeld emita ordens de mobilização e deslocamento a unidades militares para uma guerra a ser precipitada segundo as conveniências do poder e demita preventivamente quem dele discordar por dever funcional.

Da caixa de horrores da ascensão nazista nos anos 30 na Alemanha, pode-se tirar a vergonhosa omissão dos seus generais diante do assassinato de políticos e de alguns de seus próprios companheiros, que levou à supressão de toda e qualquer oposição.

Cada um deplore a tragédia que preferir, mas tratemos de evitar a nossa.

Diante de tantas mudanças, assumidas ou não, é sempre atual e prudente perguntar: para quê?

Estão dadas as condições para o governo usar os meios militares como lhe aprouver

Sérgio Paulo Muniz da Costa/O Globo

É historiador e foi delegado do Brasil na Junta Interamericana de Defesa, órgão de assessoria da OEA para assuntos de segurança hemisférica

"COM A FACA NA BOCA". QUE COISA! OU SERIA, A "COISA", O NEGÓCIO , TROÇO... ?

Delcídio Amaral/PT no twitter :"A Dilma estava com a faca na boca"


Tomar a iniciativa e partir para o ataque num debate eleitoral não é para amadores, ensinou outra vez o duelo transmitido pela Band. Candidata de primeira viagem, espantosamente desarticulada, desprovida de raciocínio ágil, sem vestígios de carisma, Dilma Rousseff desencadeou a ofensiva já na primeira pergunta a José Serra.

Levou o troco mas foi em frente.

Nas duas horas seguintes, sempre na fronteira do chilique, a veia da pálpebra esquerda latejante de cólera, sobrancelhas em arco de normalista contrariada, tentou combater simultaneamente o português, a lógica e os fatos — além do adversário experiente e tranquilo.

Fracassou espetacularmente.

Abalroada por contragolpes sucessivos, levada às cordas por alusões ao bando de Erenice Guerra e ao descompromisso com a coerência, Dilma voltou a “comprimentarmeio mundo, evocou duas vezes uma mesa atulhada de árabes e judeus, conjugou a cada dois minutos o verbo tergiversar, embaralhou temas distintos ao perguntar ou responder, frequentemente não conseguiu dizer coisa com coisa, declarou-se indignada com o que até agora não passava de “factoide”, injuriou a mulher do oponente, fez tudo o que não devia.

Depois de 120 minutos de agressividade e grosserias, queixou-se do baixo nível da campanha. Dilma não aprendeu a atacar nem sabe defender-se. Nitidamente superior em todos os quesitos, nem por isso Serra foi brilhante. Pode melhorar muito.

Pode ser bem mais contundente.
A arrogância da oponente o autoriza a ser menos gentil.

Deve expor com crueza alguns itens do vasto prontuário.
Precisa entender que os brasileiros desinformados estão prontos para aprender que as privatizações modernizaram o país.
Mas o essencial é que começou a percorrer o caminho correto.

Aparentemente, Serra preferiu transformar o primeiro debate do segundo turno como laboratório para aperfeiçoar a estratégia e a tática que adotará nos próximos.

Além de confirmar que Dilma é a adversária que todo candidato pede a Deus, o confronto na Band mostrou que o eleitorado terá de escolher entre um administrador competente e uma gerente debutante.

Em pouco tempo estará consolidada a certeza de que disputam o segundo turno um político com currículo respeitável e uma novata que oculta a folha corrida.

Cumpre a Serra deixar claro que, entre os dois candidatos à Presidência da República, só um pode garantir que não vai desonrar o cargo.

Via : Augusto Nunes