"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

setembro 30, 2010

A RECEITA ANTECIPADA DA VENDA DE PETRÓLEO.


A divulgação das necessidades de financiamento do setor público mostra que, sem a receita antecipada da venda de petróleo pelo governo federal, se registraria até o final do ano a pior situação das contas públicas.

De fato, nos oito primeiros meses do ano o superávit primário ficou em R$ 47,787 bilhões, equivalente a 2,07% do PIB.
No mesmo período de 2008 esse superávit foi de 5,22% do PIB, e em 2009 foi de 2,14%.

Admitindo um crescimento de 7,5% do PIB neste ano, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) prevê que o superávit primário deveria ser de 2,15%, com um valor de algo muito próximo de R$ 76 bilhões.

Para atingir esse resultado até o final do ano, seria necessário apresentar superávits mensais de R$ 7,2 bilhões, o que não se conseguiu até agora.

Com o aumento dos gastos em fim de ano, o superávit costuma diminuir: em 2008, de R$ 10 bilhões, em agosto, caiu para um déficit de R$ 20 bilhões, em dezembro; em 2009 o superávit de R$ 5 bilhões caiu para R$ 275 milhões.

Não se pode esperar, agora, uma grande modificação, mesmo admitindo que, passado o período das bondades eleitorais, as despesas sigam um rumo declinante.

Porém, como anunciou anteontem o secretário do Tesouro, o governo já resolvera a questão tendo preparado seu golpe fiscal há tempos, quando apresentou o esquema de capitalização da Petrobrás.

Na realidade, vai exibir o maior superávit primário nas contas públicas ao recorrer a um pagamento antecipado das receitas provenientes das reservas do petróleo, ainda no fundo dos poços, que vendeu à Petrobrás...

É um resultado que pode satisfazer os propósitos do presidente Lula, mas poderá custar caro à Nação.

De um lado, reduz as receitas da empresa estatal, que não poderá transferir dividendos tão generosos como agora, e, de outro, dará a impressão de que não é preciso se preocupar com o superávit primário.

Isso quando os juros pagos em agosto atingiram o maior valor desde que existe a série das necessidades do setor público.

Sendo o governo federal responsável por 80,2% desses juros, terá de aumentar sua dívida - interna ou externa -, isto é, pagará mais juros, que estão contribuindo para o aumento dela, porque o superávit primário não os cobre.

O crescimento da dívida será seguido por um aumento dos juros, num período em que a desvalorização do real irá contribuir para uma elevação de preços, assim como para um custo mais alto, em reais, dos empréstimos externos...

O Estado de S. Paulo

SUPERAVIT PRIMÁRIO CAI PELA 4ª VEZ.

Desempenho de 2,01% do PIB está abaixo inclusive dos 2,05% do PIB economizados em 2009, ano marcado pelos efeitos da crise global

Pelo quarto mês seguido, a economia para o pagamento de juros do setor público acumulada em 12 meses caiu, evidenciando o claro afrouxamento da política fiscal do governo neste ano.

Dados divulgados ontem pelo Banco Central mostram que a União, Estados, Municípios e empresas estatais juntas fizeram um superávit primário de 2,01% do Produto Interno Bruto (PIB) nos 12 meses encerrados em agosto.

Em abril, ponto mais alto antes que o saldo acumulado começasse a cair, o resultado em 12 meses era de 2,14% do PIB.

O desempenho está abaixo inclusive dos 2,05% do PIB economizados pelo setor público em 2009, ano marcado pelas políticas de enfrentamento da crise econômica.

Esse desempenho das contas do setor público ocorre a despeito de o governo federal já ter adotado algumas manobras para inflar suas receitas, como a antecipação de dividendos da Eletrobrás.

Só essa medida rendeu R$ 1,4 bilhão aos cofres do governo central (Tesouro Nacional, Previdência e Banco Central), cujo superávit primário em 12 meses está em 1,31% do PIB.

O comportamento da despesa do governo federal, que tem a responsabilidade maior pelo cumprimento da meta de superávit primário de 3,3% do PIB para o setor público, é a chave para entender o baixo esforço fiscal neste ano.

O governo tem mantido o pé no acelerador do gasto em 2010, com destaque para os investimentos, mas também nas despesas de custeio, como salário do funcionalismo público. Nos oito primeiros meses do ano, enquanto as receitas subiram 16,2%, as despesas aumentaram 17,2%.

(...)

Petrobrás.
De qualquer forma, o quadro em 12 meses deixa claro que o governo só vai conseguir cumprir sua meta fiscal de 3,3% de superávit para o setor público por conta da engenharia financeira envolvendo a capitalização da Petrobrás.

Essa operação deve engordar o caixa do governo federal em cerca de R$ 30 bilhões em setembro, elevando o superávit primário em 12 meses em quase 1 ponto porcentual do PIB.

Ou seja, o resultado fiscal que hoje está em 2% saltaria para em torno de 3% do PIB nos 12 meses encerrados em setembro.

Contribuições.
Considerando somente os números do mês de agosto divulgados ontem pelo Banco Central, o setor público registrou superávit primário de R$ 5,22 bilhões.
O governo central economizou R$ 3,46 bilhões, enquanto os governos regionais (estados e municípios) pouparam R$ 1,3 bilhão e o conjunto das empresas estatais, R$ 457 milhões.

"Foi um resultado fiscal bom. O importante é que ele teve contribuição de quase todas as esferas de governo", disse Altamir.

(...)

Para o fechamento do ano, o BC trabalha com a relação dívida/PIB de 39,6%, taxa que deve ser revista hoje, com a divulgação do relatório de inflação.

Fabio Graner, Fernando Nakagawa O Estado de S. Paulo

DESPESA COM JUROS VAI A R$15,69BI


Crescimento do valor nominal da dívida pública, inflação e maior parcela de títulos prefixados explicam alta, afirma BC

As despesas com juros do setor público em agosto atingiram a marca de R$ 15,69 bilhões, recorde para o mês desde o início da série divulgada pelo Banco Central, em 2001.
Também foram recordes os valores desembolsados aos credores da União, Estados, Municípios e empresas estatais no acumulado do ano (R$ 123,79 bilhões), e nos 12 meses encerrados em agosto (R$ 184,63 bilhões).


O chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, explicou que o pagamento de juros aumentou por uma série de fatores. Um deles é o próprio crescimento do valor nominal da dívida pública.

Como o conjunto dos governos no Brasil não consegue fazer economia fiscal suficiente para pagar toda sua despesa com juros, o setor público tem que fazer dívida para honrar seus compromissos.

Com dívida crescente, a tendência do gasto com juros é crescente, mesmo com o País operando com níveis historicamente mais baixos para a taxa básica de juros (Selic).

A inflação, que remunera parte relevante dos títulos públicos, é outro fator. Com índices de preços mais salgados, o custo para o governo em seus títulos atrelados à inflação aumenta.

Conta de juros.
Também pesa neste ano na conta de juros o fim da rentabilidade gerada pelos contratos de swap cambial (operações equivalentes a venda de dólar no mercado futuro) em 2009.


Com a valorização do real, essas operações que geravam receitas de juros para o governo não estão repetindo o desempenho em 2010.
De janeiro a agosto de 2009, os contratos de swap geraram receita de R$ 3,2 bilhões aos cofres do Tesouro Nacional.


Outro fator que sustenta uma alta carga de juros é a maior participação de títulos prefixados (cuja rentabilidade é definida na venda do título) no estoque da dívida. Esses papéis, como têm taxa fixa, fazem com que o volume de despesas com juros se mantenha em determinado patamar por mais tempo mesmo que a taxa Selic caia, como ocorreu no ano passado.

Recordes.
O setor público também teve recordes nos números do resultado fiscal nominal (receitas menos despesas incluindo juros).


O déficit nominal em agosto somou R$ 10,48 bilhões, o pior para o mês na série.
Em oito meses, o rombo soma R$ 76,01 bilhões e no acumulado em 12 meses, R$ 115,80 bilhões.
Nos dois casos, novos recordes históricos.


Mesmo porcentual
A dívida líquida do setor público fechou o mês de agosto correspondendo a 41,4% do PIB, segundo dados divulgados pelo Banco Central.
O porcentual é idêntico ao verificado em julho
.

Fabio Graner, Fernando Nakagawa O Estado de S. Paulo

DO SALTO ALTO

Em 2006 o presidente Luiz Inácio da Silva errou ao faltar ao debate da TV Globo. João Santana, o conselheiro de marketing presidencial, logo depois da reeleição atribuiu a isso - mais que ao escândalo dos aloprados - a insuficiência de votos para a vitória no primeiro turno.

Agora Lula errou ao ter pesado a mão além dos limites do aceitável até para personalidades que tradicionalmente estiveram ao lado dele e que estão acima de qualquer querela partidária. D. Paulo Evaristo Arns, por exemplo, o primeiro signatário do manifesto em defesa da democracia, simbolicamente lido no Largo de São Francisco (SP) por Hélio Bicudo.

Lula achou que era preciso uma reação forte para tentar neutralizar os possíveis efeitos das notícias sobre as negociatas de Erenice Guerra e companhia a partir da Casa Civil.

Acabou exagerando na visão do público que se sensibiliza com roubalheiras e dando a ele, o público, a impressão de que ele, Lula, estava se achando o dono do mundo e da vontade alheia.

Comprou uma briga inglória e deu margem à manifestação de contrariedade de muita gente que estava politicamente inerte. Por vários motivos, entre eles ausência de entusiasmo em relação à candidatura de José Serra.

O resultado apareceu nos índices da candidata Dilma Rousseff. Haveria outra forma de o presidente administrar o problema que surgiu a 15 dias da eleição?

Seria muito arriscado fazer como de outras vezes e ignorar a história cabeludíssima. Mas era preciso, ao mesmo tempo, construir alguma justificativa para se contrapor aos fatos tão eloquentes.

O presidente convocou a culpada de sempre, a imprensa, e caprichou no contra-ataque. Esperto, não deu nomes a esses nem àqueles. Protestou genericamente contra entidades conspiratórias (ao molde das "forças ocultas", de Jânio Quadros) e achou que assim apagaria as evidências.

Uma pessoa menos autoconfiante, ou em crise menos aguda de exacerbação da autoconfiança, teria tomado as providências, demissões, pedido de investigações, condenação dos atos e daria por entregues os "lamentáveis fatos à polícia".

Não teria achado que pode tudo contra todos e se arriscado a, de novo, produzir um indesejado segundo turno. Que, aliás, se acontecer, fará o PT encerrar a primeira etapa da eleição na condição de vencedor, mas com jeito de derrotado.

Parado no ar. Os argumentos dos ministros do Supremo fazem sentido. A exigência de dois documentos para votar restringe mesmo o acesso às urnas. Mas, como o Congresso aprova algo assim, como o PT apoia (depois alega inconstitucionalidade) e Lula sanciona?

Falta de atenção institucional. No caso do presidente, falta de Casa Civil profissional e competente.

Uma ou outra. Não dá para o PSDB ao mesmo tempo defender a liberdade de expressão e pedir censura para pesquisas de intenção de votos, como fez o tucano Beto Richa no Paraná com o Datafolha.

Há "democratas" - no sentido adjetivo, não de nome próprio do partido - que justificam o pedido de interdição de pesquisas dizendo que elas muitas vezes são usadas indevidamente e que influenciam o eleitor.

Pois é, a liberdade é assim, irrestrita: por isso também dá margem a deformações, causa desconforto e contraria.

Para resolução de insatisfações como essa da divulgação de pesquisas às vésperas das eleições e até mesmo da dupla jornada de alguns institutos que trabalham para campanhas, a solução é via Congresso.

Quem tiver força política e argumentos convincentes que tente aprovar alguma regulação legal.

Ocorre que políticos não fazem isso porque nem sempre é uma questão de princípio, mas de circunstância. Têm receio de que amanhã ou depois possam ser favorecidos por aquilo que criticam hoje.

Só não dá para querer resolver os problemas na base da censura. É mais fácil, mas custa caríssimo.

Dora Kramer /O Estado de S. Paulo,

setembro 29, 2010

NOTAS DE UM MARCIANO

Cheguei ontem à região tropical da Terra.

Curiosamente, o planeta é recortado num conjunto do que eles chamam de países: agrupamentos com histórias ridiculamente parecidas, encapsulados por territórios vistos como autônomos, dotados de leis próprias e norteados por um dogma chamado de soberania.

Diferentemente de nós que nos sabemos ligados a todos os seres vivos e a todo o universo, pois nele estamos e a ele retornamos depois dos nossos bem vividos 500 anos com vida sexual plena e ativa, eles têm uma aguda consciência do diferente.

Embora vizinhos e separados por marcos arbitrários, eles vivem como se fossem estrangeiros.
Estão convencidos que são compartimentos coletivos singulares, capazes de praticar e fazer o que quiserem, mas sabem que são parte de um conjunto maior, conforme é claro ao nosso olhar marcianamente distanciado.

O resultado desta concepção individualista é o constante confronto com o bem-estar geral e coletivo; e um conjunto de dualidades que tem sido a tônica de sua visão de mundo.

Pois, para eles, tudo se reduz a oposições do tipo real/ideal, nós/eles, humanidade/animalidade, vida/morte, pobres/ricos... quando - na verdade - sabemos que, quanto mais um lado engloba e recalca o outro, mais esse outro lado retorna assombrosamente fortalecido.

Engolfados nessas oposições, os terráqueos tudo pressentem, mas nada podem fazer porque não têm como desmontar o seu sistema e a si mesmos de um golpe.
É possível que venham a liquidar-se.
(...)
Ao chegar num país em forma de presunto, chamado Brasil, observo que estão em tempos eleitorais.

Curioso que nem o presidente desta república tenta agir como árbitro, muito pelo contrário, sua visão é primariamente partidária, apaixonada e totalmente centrada no desejo de vencer a eleição a qualquer preço.

O que ele aceita na vida (perder e ganhar) ele não aceita na Presidência. Li sua furiosa entrevista no meu computador telepático e fiquei estarrecido porque ele fala do papel dos jornais no Brasil, mas todo mundo sabe que ele próprio não lê.

Pior:
diz que tem azia quando lê algum jornal.

Dei um giro pelo país e constatei que, mesmo tendo proclamado uma república em 1889, os brasileiros ainda não têm noção do que seja uma sociedade democrática.

Pois confundem individualismo com egoísmo, e egoísmo com altruísmo.

Assim, fazem suas falcatruas em nome do que chamam de "povo"; e mesmo tendo uma visão partidária exclusiva e um tanto fascistoide, a faceta pessoal de suas vidas - seus laços com parentes e amigos - está sempre pronta a vir à tona nas situações nas quais bens coletivos estejam em jogo.

Por isso, os brasileiros adoram "coisas públicas", espaços públicos e, acima de tudo, dinheiro público, que para eles pode ser apropriado como se não fosse de ninguém.

Como tiveram escravos até um ano antes de proclamarem a república, tudo o que é público é da elite política.
O processo eleitoral mostra isso claramente, pois os candidatos não apresentam programas, mas rezam ladainhas e repetem fórmulas mágicas denominadas "promessas eleitorais".

Meros engodos para que o candidato seja eleito. Na realidade, hoje em dia eles não têm representantes, mas mediadores - ou padrinhos. Candidatos cuja distinção (como a dos santos) é o acesso que teriam ao presidente, tomado como um Deus nesta terra cheia de papagaios da espécie galvão.

Quando estava de partida, assisti a um evento notável.
Uma reunião de sua Corte Suprema discutindo um projeto de lei que existe em toda e qualquer sociedade civilizada.

Trata-se de uma regra que impediria ladrões e corruptos de serem candidatos a cargos públicos e usarem a legislação nacional que lhes permite escapar de tudo em nome de imunidade política definida com má-fé.

Fiquei alarmado porque, mesmo diante da obviedade da causa, os magistrados se dividiram.
Metade apoiava a lei; uma outra, arguia filigranas legais contra ela. Discutiram por mais de dez horas.

Não conseguiram decidir.
Repetiram, reiteraram e reafirmaram o que foi chamado de "dilema brasileiro" por um tal de DaMatta, dos mais medíocres estudiosos locais.

Aquela indecisão estrutural constitutiva do Brasil que até hoje o faz oscilar entre seguir o caminho da igualdade ou o da aristocracia e da desigualdade.

A via habitual que garante aos superiores não cumprir as leis.
Devo ainda chamar atenção para...

[A essa altura, leitor, eu perdi a comunicação mediúnica com o espírito desse marciano.

Sinto muito, mas aqui fico com a depressão e a indignação de um velho brasileiro.

Roberto DaMatta / O Globo

AQUI NUNCA ENGANARAM! SÓ TE COMPRA QUEM NÃO TE CONHECE : MANIPULAÇÃO E BOTOX NAS CONTAS PÚBLICAS.

A divulgação do resultado do Tesouro Nacional parece abrir um período de truques do governo para atingir a meta do superávit primário fixado na lei.

A análise se torna difícil diante dos meios empregados pelo Tesouro para dar a impressão de que a administração financeira do País é conduzida com a maior austeridade, dando alta prioridade aos investimentos.

O Tesouro apresentou em agosto superávit primário de R$ 4 bilhões, ante R$ 842,5 milhões no mês anterior - resultado alcançado, porém, com os dividendos das estatais, que passaram de R$ 934 milhões, em julho, para R$ 6,795 bilhões, em agosto.

Sem esses dividendos o Tesouro apresentaria déficit primário de R$ 2,7 bilhões.

Já no ano passado o Tesouro havia auferido um forte aumento dos dividendos.

Aliás, para este ano, o secretário do Tesouro anuncia que se estão prevendo recebimentos de R$ 19 bilhões.

Foram essencialmente os bancos públicos que até agora contribuíram para essa receita: o BNDES transferiu R$ 3 bilhões de dividendos para o Tesouro; a Caixa, R$ 1,1 bilhão; o Banco do Nordeste, R$ 454 milhões; e a Petrobrás, R$ 563 milhões.

Essas empresas não poderiam incluir no seu capital esses dividendos?

Mas, com isso, o Tesouro pode apresentar um aumento dos seus investimentos.

Suas receitas nos oito primeiros meses cresceram 17,8%, enquanto as despesas subiram 34%.

O secretário explica que o aumento se deve essencialmente aos investimentos, que atingiram R$ 28 bilhões, 62% a mais.

No entanto, são inferiores, em valor absoluto, às despesas de pessoal, de R$ 106,8 bilhões, com aumento de 9,1%, o dobro da taxa de inflação. Nas despesas de investimento, as do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) representam R$ 11,8 bilhões (alta de 54%), realizadas basicamente como "restos a pagar" e que poderiam ser deduzidas dos gastos no cálculo do superávit primário.

O secretário não pensa que essa faculdade será utilizada, pois está anunciando para setembro o maior superávit da História.

Será a consequência do adiantamento para a Petrobrás do valor do petróleo que pertence ao governo, em razão do complexo mecanismo que permitiu a capitalização da empresa estatal - um petróleo que ficará por muito tempo na jazida do pré-sal.

Em vista da manipulação das contas públicas pelo governo, a análise dos resultados implica maior ceticismo.

Podemos temer que daqui a alguns meses sobrevenham efeitos dolorosos para a economia, por causa dessa manipulação contábil.

O Estado de São Paulo

Mais :

Botox nas contas públicas

setembro 28, 2010

AS BOQUINHAS FECHADAS

O silêncio diante de perigosas propostas políticas

Estamos vivendo um momento grave de nossa História política, em que aparecem dois tumores gêmeos de nossa doença:
a união da direita do atraso com a esquerda do atraso.


O Brasil está entregue à manipulação pelo governo das denúncias, provas cabais, evidências solares, tudo diante dos olhos impotentes da opinião pública, tapando a verdade de qualquer jeito para uma espécie de tomada do poder.

Isso; porque não se trata de um nome por outro a ideia é mudar o Estado por dentro.

Tudo bem:
muitos intelectuais têm todo o direito de acreditar nisso.
Podem votar em quem quiserem.
Democracia é assim.


Mas e os intelectuais que discordam e estão calados?
Muitos que sempre idealizaram o PT e se decepcionaram estão quietinhos, com vergonha de falar.
Há o medo de serem chamados de reacionários ou caretas.

Há também a inércia dos latifúndios intelectuais.

Muitos acadêmicos se agarram em feudos teóricos e não ousam mudá-los.
Uns são benjaminianos, outros hegelianos, mestres que justificam seus salários e status e, por isso, não podem esquecer um pouco do que escreveram para agir.

Mudar é trair...
Também não há coragem de admitirem o óbvio:
o socialismo real fracassou.
Seria uma heresia, seriam chamados de revisionistas, como se tocassem na virgindade de Nossa Senhora.


O mito da revolução sagrada é muito grande entre nós, junto com o voluntarismo e o populismo antidemocrático.
E não abrem mão de utopias o presente é chato, preferem o futuro imaginário. Diante de Lula, o símbolo do povo que subiu na vida, eles capitulam.

Fácil era esculhambar FHC.
Mas, como espinafrar um exoperário?
É tabu. Tragicamente, nossos pobres são fracos, doentes, ignorantes e não são a força da natureza, como eles acham.

Precisam de ajuda, educação, crescimento para empregos, para além do Bolsa Família.
Quem tem peito de admitir isso?

É certo que já houve um manifesto de homens sérios outro dia; mas faltam muitos que sabem (mas não dizem) que reformas políticas e econômicas seriam muito mais progressistas do que velhas ideias generalistas, sobre o todo, a luta de classes, a História.

Mas, eles não abrem mão dessa elegância ridícula e antiga.
Não conseguem substituir um discurso épico por um mais realista.
Preferem a paz de suas apostilas encardidas.


Não conseguem pensar em Weber em vez de Marx, em Sergio Buarque em vez de Florestan Fernandes, em Tocqueville em vez de Gramsci.

A explicação desta afasia e desta fixação num marxismo-leninismo tardio é muito bem analisada em dois livros recentemente publicados:
Passado imperfeito, do Toni Judt (que acaba de morrer) e o livro de Jorge Caldeira História do Brasil com empreendedores (editoras Cia.da Letras e Mameluco).


Ali, vemos como a base de uma ideologia que persiste até hoje vem de ecos do Front Populaire da França nos anos 30, pautando as ideias de Caio Prado Jr e deflagrando o marxismo obrigatório na Europa de 45 até 56.

Os dois livros dialogam e mostram como persiste entre nós esse sarapatel de teses:
leninismo, getulismo desenvolvimentista e, agora, possível chavismo cordial.
A agenda óbvia para melhorar o Brasil é consenso entre grandes cientistas sociais.

Vários prêmios Nobel concordam com os pontos essenciais das reformas políticas e econômicas que fariam o Brasil decolar.

Mas, não; se o PT prevalecer com seu programa não declarado (o aparente engana...) não teremos nada do que a cultura moderna preconiza.

O que vai acontecer com esse populismovoluntaristaestatizante é previsível, é bêaacute;bá em ciência política.

O PT, que usou os bons resultados da economia do governo FHC para fingir que governou, ousa dizer que estabilizou a economia, quando o PT tudo fez para acabar com o Real, com a Lei de Responsabilidade Fiscal, com tudo que agora apregoa como atos seus. Fingem-se de democratas para apodrecer a democracia por dentro.

Lula topa tudo para eleger seu clone que guardará a cadeira até 2014.
Se eleito, as chamadas forças populares, que ocupam mais de 100 mil postos no

Estado aparelhado, vão permanecer nas boquinhas, através de providências burocráticas de legitimação.

Os sinais estão claros.

As Agências Reguladoras serão assassinadas.

O Banco Central poderá perder a mínima autonomia se dirigentes petistas (que já rosnam) conseguirem anular Antonio Palocci, um dos poucos homens cultos e sensatos do partido.


Qualquer privatização essencial, como a do IRB, por exemplo, ou dos Correios (a gruta da eterna depravação), será esquecida.


A reforma da Previdência não é necessária já dizem eles pois os neoliberais exageram muito sobre sua crise, não havendo nenhum rombo no orçamento.

A Lei de Responsabilidade Fiscal será desmoralizada.


Os gastos públicos aumentarão pois, como afirmam, as despesas de custeio não diminuirão para não prejudicar o funcionamento da máquina publica.

Portanto, nossa maior doença o Estado canceroso será ignorada.
Voltará a obsessão do controle sobre a mídia e a cultura, como já anunciam, nos obrigando a uma profecia autorrealizável.

Leis chatas serão ignoradas, como Lula já fez com seus desmandos de cabo eleitoral da Dilma ou com a Lei que proíbe reforma agrária em terras invadidas ilegalmente, esquecendoa de propósito.

Lula sempre se disse igual a nós ou ao povo, mas sempre do alto de uma superioridade mágica , como se ele estivesse fora da política, como se a origem e a ignorância lhe concedessem uma sabedoria maior.


Em um debate com Alckmin (lembram?), quando o tucano perguntou a Lula ao vivo de onde vinha o dinheiro dos aloprados, ouviu-se um ohhhh!.... escandalizado entre eleitores, como se fosse um sacrilégio contra a santidade do operário puro.

Vou guardar este artigo como um registro em cartório.
Não é uma profecia; é o óbvio.

Um dia, tirá-lo-ei do bolso e sofrerei a torta vingança de declarar: Agora não adianta chorar sobre o chopinho derramado!...


Arnaldo Jabor

CAPITALIZAÇÃO : PETROBRÁS APENAS RECUPERA O SEU VALOR.

Muito comemorado pelo governo, o aporte de R$ 120 bilhões na capitalização da Petrobrás foi suficiente apenas para que a companhia recuperasse a perda de valor de mercado acumulada desde o início do ano na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa).

Com a emissão de novas ações, a estatal espera atingir R$ 362,8 bilhões, ou somente R$ 15 bilhões a mais do que valia no fim de dezembro.

Em seis meses, desde então, o valor de mercado despencou 26%, até atingir os R$ 256,6 bilhões no fim de junho, segundo dados do balanço da empresa.

Foi a segunda maior queda no mercado global, atrás apenas da BP, que sofreu as consequências do vazamento de petróleo no Golfo do México.

Segundo analistas, o mau desempenho dos papéis da Petrobrás pode ser atribuído às incertezas que precederam a emissão de novas ações.

"O governo conduziu o processo (de capitalização) de maneira tão politizada que o mercado respondeu, vendendo ações da companhia", comentou o consultor Adriano Pires, do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE).

Uma grande baixa nesse período foi a decisão do megainvestidor George Soros, de se desfazer das ações da estatal, considerada uma de suas principais apostas.

O valor de mercado projetado pela Petrobrás após a capitalização é 20,6% inferior ao recorde atingido pela companhia, no fim de junho de 2008, de R$ 457,4 bilhões.

Naquela época, porém, o mercado vivia a euforia que culminou com a crise global. O preço do petróleo, por exemplo, superou os US$ 150 por barril.

Depois de colocar R$ 74 bilhões na capitalização, o governo sai com um patrimônio inferior ao que tinha naquele período, quando a fatia de 39% nas ações (incluindo o BNDES) valia R$ 178,3 bilhões.

Hoje, com 48%, tem R$ 173,7 bilhões. Na comparação com dezembro, a parcela da União na Petrobrás cresceu R$ 35 bilhões, menos da metade do aporte feito na capitalização.

Ontem, as ações da Petrobrás continuaram com forte volatilidade na Bovespa: terminaram a manhã em queda, mas se recuperaram à tarde.
No fim do pregão, os papéis preferenciais subiram 0,76% e os ordinários (com direito a voto), 2,02%.

Analistas do mercado financeiro consultados pelo Estado, porém, minimizaram a desvalorização dos papéis no último ano, afirmando que o cenário é pontual e influenciado diretamente pelo processo de capitalização.

Em média, o preço-alvo estimado para as ações da estatal até o fim do ano, segundo relatórios de bancos de investimento, supera os R$ 50, mesmo valor que a companhia atingiu pouco antes da crise internacional, em 2008.

Pires, do CBIE, porém, condiciona a recuperação das ações da empresa aos primeiros passos do próximo governo em relação à gestão do setor de petróleo.

Nicola Pamplona, Kelly Lima O Estado de S. Paulo

COLABOROU SUELI CAMPO

TESOURO E BNDES E O DESPREZO PELO RISCO DO PASSADO SE REPETIR NO FUTURO.

O governo optou por mais um empréstimo de RS 30 bilhões ao BNDES.

Há uma frase mágica utilizada por muitos para justificar esse novo empréstimo e os anteriores:
"Precisamos fortalecer o BNDES para aumentar o investimento e o crescimento do Brasil".

Antes desse novo empréstimo, o Tesouro deveria ter feito alguns esclarecimentos quanto ao custo e objetivo dessas operações.

Primeiro, essa nova operação mostra que não há limites para esse tipo de operação, que deverá continuar até que seu custo apareça de forma mais clara no crescimento da Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) e na classificação de risco da dívida pública.

Esse custo pode demorar a surgir, como demorou a opção feita nos anos 70 de sustentar o crescimento da economia com aumento da dívida após o primeiro choque do petróleo.

Vale lembrar que estratégia semelhante nos levou à década perdida.

Segundo, muitos acreditam que os empréstimos do Tesouro ao BNDES não têm custos, só benefícios.

No entanto, o Tesouro paga uma taxa de juros (Selic) para "conseguir dinheiro" muito maior do que a que recebe dos empréstimos ao BNDES (TJLP).


Essa diferença aumenta a DLSP e o custo de uma eventual política monetária restritiva.

Há quatro anos os empréstimos do Tesouro ao BNDES eram "zero" e hoje, com esse empréstimo, esse saldo já é de R$ 241,5 bilhões.

Terceiro, o BNDES é hoje um banco com capacidade de empréstimo anual não muito superior a R$ 70 bilhões, valor insuficiente ante a demanda imposta ao banco.

Na incapacidade de aumentar a poupança pública para financiar o investimento de forma clara no orçamento, as operações de empréstimos do Tesouro ao BNDES são uma forma de "esconder" a necessidade de aumentar a poupança para ampliar o investimento.

É difícil avaliar o mérito dessas operações do Tesouro com o BNDES quando não se tem claro o custo e de que forma esse dinheiro vem sendo e será utilizado.

O Tesouro Nacional tem uma das equipes técnicas mais competentes que conheço, que diariamente faz simulações dos custos dessas operações.

Assim, parece haver uma opção para que essas simulações não sejam explicitadas, algo semelhante ao que se faz na China, que não deve ser modelo para o Brasil.

Mansueto Almeida O Estado de S. Paulo
É TÉCNICO DE PLANEJAMENTO E PESQUISA DO INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA (IPEA)

A HORA E A VEZ DA JUSTIÇA E O VOTO CONSCIENTE.


É tempo de urgência!


Gostaría de escrever sobre amabilidades, amores que se completam...Gostaria!
Mas uma cortina de mentiras e de cinismo,há 8 anos escurece o país.

O negrume de nuvens apocalipticas, sombreia o palácio do planalto...Há crimes e cadáveres insepultos... Há, sobretudo, o deboche sobre a nossa história...

Lênin, embalsamado, é invocado por parasitas mentais!

Corporações financeiras, adulam os juros mais altos do planeta, enquanto, Lula, surfa na estabilidade formatada por Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso e proclama, megalômano, que ele, O Grande Timoneiro, praticamente, descobriu o Brasil!

O terceiro mandato, tenta realizar-se, com a eleição de uma pessoa despreparada, e que "interpreta" a mãe do país, mal sabendo, que seus olhos revelam sua verdadeira natureza!

Rezo por sua saúde, e oro por sua derrota politica, que sería a continuidade do assalto aos cofres públicos!

O segundo turno aproxima-se!
As gangues sindicais afiam sua garras!
Celso Daniel e Toninho de Campinas pedem JUSTIÇA!
A lei de causa e efeito é implacável;o próprio Universo, nela se apóia!

No Pasarán, pelos justos, pelos que tem sede de justiça.
No pasarán, pelos heróis que sacrificaram suas vidas pelo bem da nação!

Aos que me honraram até agora, meus amigos seguidores, continuemos juntos!
Repito:
não se trata apenas, de mais uma eleição; o que está em jogo é todo um projeto de poder pelo poder!

Agora, mais do que nunca: estamos juntos!
Assinem o Manifesto pela liberdade!!!

Nas Veredas do Vereza

setembro 27, 2010

LENINE/PT : TAXAI-OS(OS BURGUESES) DE TUDO O QUE SÃO(CRIMINOSOS) E ACUSAI-OS DE TUDO QUE VOCÊS FAZEM(CRIMES)

Estamos próximos de uma nova eleição no Brasil, que nos poderá levar para uma ditadura de esquerda disfarçada, ou mesmo ostensiva, como a de Hugo Chàvez, ou mesmo a de Fidel.

E estamos próximos do GRUPO GUARARAPES completar 19 anos de luta, faltando apenas 30 dias.

Um GRUPO de militares, logo seguido de civis, sentiu a necessidade de se criar uma organização para combater a desorganização e a corrupção que se implantavam no País, bem como o ressurgimento de uma esquerda, que querendo o Poder, usava do mais torpe instrumento: o fim justificava os meios.

Previmos a crise COLLOR, pois não acreditamos em salvador da pátria.

A arrogância, o dono da verdade e as demonstrações de super-homem indicavam que estávamos diante de um impostor.

Não deu outra, uma crise institucional violenta com roubos e a esquerda atacando com toda a virulência possível, para tirar vantagens.
Quanto pior melhor para ela.

Veio Itamar Franco que tentou colocar ordem na casa e moralizar os costumes políticos.
Sofreu uma campanha violenta da esquerda.
Criou a Comissão Especial de Investigação, mostrando sua vontade de combater a corrupção e logo todo trabalho jogado fora pelo governo FHC.

A esquerda votando contra tudo como sempre fez em toda parte do mundo, para criar o clima de desconfiança e assumir o Poder.

Se já tinha sido contra Sarney, Collor, Itamar e FHC taxando-os de todos adjetivos depreciativos, ia minando toda a sociedade brasileira, criando um clima de que só eles eram os democratas e honestos.

Quem conhece a esquerda sabe como ela é reacionária.
Só eles são os donos da verdade.
Quem era esquerda (LACERDA, OLAVO DE CARVALHO, FERREIRA GULLAR, TROTSKI etc) e passa a discordar de seus métodos são taxados de reacionários, de direitistas e quando ao contrário, como Helder Câmara, que era integralista e passou a ter idéias de esquerda é santo.

Quando Arthur Koesrler, que viveu dentro da cúpula comunista soviética, deixou o comunismo e escreveu O ZERO E O INFINITO sofreu todas as pressões do partido comunista francês para que não fosse publicado.

Quando Kruchov fez o célebre discurso no XX Congresso do Partido Comunista da URSS e colocou a nu toda a miséria praticada por Stalin passou a ser um traidor, pois contrariou as diretrizes do Partido.

E no Brasil o que acontece?
A mesma coisa.

A “SANTA ESQUERDA” chega o ao PODER.

Tudo pelo Partido, que é sagrado.
Denúncias graves de Paulo Venceslau de corrupção nas prefeituras do PT paulista e defesa do roubo.
A Comissão que chegou à verdade foi desmoralizada, pois contrariava o Partido.

Os casos de Santo André e Campinas foram blindados para salvar o Partido.

O escândalo do Mensalão é bem a obra prima da ação esquerdista para salvar o governo, que é sagrado para eles.
Qualquer escândalo (são dezenas no governo LULA) toda cúpula parte em defesa do Partido e dos ladrões, mentirosos etc. que praticaram os diversos crimes.

Para encobrir as suas safadezas jogam lama e muita lama nos escândalos praticados por canalhas que não sejam deles.

As prisões dos governadores de Brasília e Amapá são fatos claros de como procuram encobrir seus roubos mostrando em toda mídia estas bandalheiras.

Os seus ladrões não são presos.

Estamos na luta eleitoral.

Crimes praticados dentro da Casa Civil e na Receita Federal.
Ninguém preso e todos pulando dentro da arena para defender a corrupção e a candidata deles.

O Presidente é o primeiro a se expor.

Grita e vai aos comícios dizer que é a oposição que faz o jogo baixo. Eles roubam e os culpados são seus inimigos.

Atacam a IMPRENSA E PREGAM A CENSURA.
Assim vão fabricando a mentira, o engodo e a população acreditando que eles são os perseguidos.

A CANDIDATA OFICIAL JÁ FALA QUE NEM CRISTO LHE TIRA A VITÓRIA, MESMO QUERENDO.
MAIS SOBERBA E ARROGÂNCIA.

Na URSS matavam, prendiam e, aqui, já matam (prefeitos de Santo André e Campinas) e prendem quando interessa ao Partido, tentam matar a promotora do caso de Santo André, pois prejudica o Partido.

Os filhos queridos são defendidos.

Na URSS proibiam a publicação de livros que atacassem o sistema e aqui já fazem isso.
O livro O CHEFE – de IVO PATARRA – sofreu todas as pressões possíveis para não ser editado e não houve nem quem quisesse ser o apresentador.

ZÉ DIRCEU JÁ SINALIZA QUE A IMPRENSA TEM LIBERDADE DEMAIS.
O PNDH-3 é outro instrumento que bem mostra a vontade do atual governo de manter o controle da sociedade e do Estado.

ESTAMOS diante de uma nova escolha.
Cada cidadão irá exercer o direito do VOTO.
NÃO VOTE NA DILMA!
POIS É VOTAR NO MAL, CONTRA VOCÊ MESMO(A), E O BRASIL.

Não esqueçam o que disse Lenine: “taxai-os (os burgueses) de tudo o que vocês são (criminosos); acusai-os de tudo o que vocês fazem (crimes)”.

Estão aplicando muito bem no Brasil

VAMOS REPASSAR! A INTERNET É A NOSSA ARMA!

Publicada em: 27/09/2010 Estamos Vivos! Grupo Guararapes! Personalidade Jurídica sob reg. Nº 12 58 93, Cartório do 1º registro de títulos e documentos, em Fortaleza.

COMO FOI MESMO ESSE MAIOR NEGÓCIO DO MUNDO?


Tendo o presidente Lula proclamado que a capitalização da Petrobrás foi "o maior negócio da história do capitalismo mundial", é obrigatório que a gente se debruce sobre o assunto.

Ele deve saber o que diz, pois, como ex-sindicalista, conhece profundamente a história do capitalismo, apesar de sabermos da sua conhecida tendência de hiperdimensionar quase tudo o que ocorre no seu governo e subdimensionar quase tudo o que ocorreu nos governos dos outros - desde a invenção da República moderna.

É necessário, por isso, ir atrás de detalhes de acontecimento tão importante para a maioria dos brasileiros, principalmente para os que são, ou pretendem ser, acionistas da "segunda maior petroleira do mundo", conforme trombetearam jornais com base nos R$ 120 bilhões alegadamente arrecadados na oferta de ações da gigantesca financiadora da propaganda de si mesma e do governo nos canais de televisão, nas rádios e na imprensa em geral.
(...)
No momento o grande esforço de qualquer jornalista deve ser no sentido de explicar em linguagem inteligível a formidável capitalização da Petrobrás.

É o seguinte:
dos R$ 120 bilhões, um pouco mais de R$ 74 bilhões vieram, ou virão, do setor público (Tesouro, BNDES, Caixa, Banco do Brasil, fundos de pensão de funcionários, etc.).

O restante, que de fato representa dinheiro em caixa, sai do setor privado (nacional ou estrangeiro, bancos, fundos, empresas, pessoas físicas, etc.).

Aqueles R$ 74 bilhões do setor público equivalem à "cessão onerosa de 5 bilhões de barris de petróleo" que a União, maior acionista da Petrobrás, detém como dona de uma parcela do petróleo descoberto pela empresa, no pré-sal ou fora dele.

Então, a União como que empresta para a Petrobrás os 5 bilhões de barris da sua parte no petróleo, que passam a integrar o capital da Petrobrás.
(...)
Mas esse empréstimo virtual, de 5 bilhões de barris de petróleo que estão no fundo do poço, se materializa num empréstimo real de R$ 74 bilhões em títulos do governo, que a Petrobrás pagará ao longo dos anos, à medida que for vendendo os barris de petróleo ou apurando mais lucros do que hoje em dia.

Bom, essa é a operação em si, contada pelo governo e pelos jornais.

E, caros leitores, é uma história que decorei para contar aos leitores - repetindo o que diz meu colega Rolf Kuntz.

Mas ficarei embaraçado se me perguntarem se entendi.

Sim, porque há coisas que não estão explicadas direito ou só poderão ser explicadas quando forem desvendadas e exploradas as tais reservas do pré-sal.

Uma delas é como foi que se chegou à conclusão de que os 5 bilhões de barris da tal "cessão onerosa" valem R$ 74 bilhões.

Firmas de consultoria estimaram o preço dos barris entre US$ 5 e US$ 12, o que na média dá US$ 8,5 - que, multiplicado por 5 bilhões, dá US$ 42,5 bilhões ou mais ou menos os tais R$ 74 bilhões, com o dólar, digamos, a R$ 1,74.

Mas houve um outro cálculo que levou em conta a quantidade e os preços do petróleo que haveria em cada uma das seis áreas a serem exploradas e cuja média ponderada daria US$ 8,51 o barril, curiosamente, quase a mesma coisa da estimativa feita pela média aritmética simples.

Mas tanto num caso quanto no outro o preço é pura ficção.

É que nas sete áreas de reservas marítimas que justificaram a gigantesca engenharia financeira só foi feito um furo até agora, cabendo então perguntar: qual a garantia de que dali se poderá extrair os 5 bilhões de barris que a Petrobrás "comprou" da União na operação, mais os que serão propriedade dela?

Finalmente, há que mencionar as nebulosas condições de exploração do pré-sal: quem disse que tirar petróleo de 8 mil metros de profundidade terá custos suportáveis pelos preços por que se consegue vendê-lo?
Quem disse que os desafios tecnológicos já estão todos resolvidos, mesmo que a Petrobrás seja especialista em águas profundas?
Quem disse que os riscos do empreendimento são previsíveis, depois do que aconteceu no Golfo do México?

Quem disse que vai ser fácil e barato encontrar seguradoras para arcar com esses riscos?

Tantas incertezas deveriam afastar, e não atrair, investidores privados.
Mas é que não são investidores.
São jogadores do cassino financeiro moderno.
E, no momento, só estava aberta no salão a "mesa" Petrobrás.
Amanhã irão para outra.

Quanto ao maior negócio da história do capitalismo mundial, foi o dinheirinho de fretamento do Mayflower, o navio que levou um punhado de ingleses para a Nova Inglaterra, nos EUA, e que deu, de "lucro", a mais pujante economia do planeta.

Marco Antonio Rocha O Estado de S. Paulo

QUAL OPOSIÇÃO ?

Em recente evento no Secovi-SP, seu presidente, João Crestana, numa mesa-redonda, colocou a seguinte questão: "Qual o papel da oposição num mais que provável governo Dilma Rousseff?"

De minha parte, respondi: Qual oposição?

Não consigo bem entender a pergunta!

A questão provocou uma indagação relativa ao que tem sido o exercício das oposições e, mais particularmente, dos tucanos na campanha presidencial.

Com efeito, a oposição não agiu enquanto tal, salvo, agora, de forma atabalhoada, quando a derrota se vislumbra no horizonte imediato.

Uma oposição digna desse nome deveria ter apresentado propostas, mostrado o seu contraste com o governo, expondo o que fez no passado e sugerindo medidas alternativas.

Não deveria ter-se escondido enquanto oposição, fingindo ser uma outra forma da situação.

A oposição tucana alçou Lula a um pedestal, como se ele estivesse acima do bem e do mal.

Colocou-se, numa espécie de servidão voluntária, na posição de continuação do atual governo, interditando-se qualquer crítica ao atual mandatário.

A chiadeira atual de que ele está ameaçando as instituições nada mais é do que o resultado de sua incompetência, o fruto desse reconhecimento preliminar de que a condenação do atual governo não deveria fazer parte de sua agenda política.

É o estertor de uma política que não deu certo!

Nesse sentido, foi forjada a ideia de que Lula não é o PT.

Logo, se ele não é o PT, como sua criatura seria a representante mesma do partido? Ela deveria ser "lulista", e não "petista", se essa distinção fizesse sentido.

(...)

Não deveria, pois, surpreender a declaração do ex-ministro José Dirceu de que a diferença principal entre Lula e Dilma reside em que o primeiro é "duas vezes o tamanho do PT", enquanto a segunda é menor do que o partido.

O que disse foi simplesmente uma verdade.

A celeuma, nessa perspectiva, não tem nenhuma razão de ser, na medida em que pode ser constatada por qualquer pessoa preocupada em compreender a realidade tal como ela é.

Outra pessoa tivesse dito a mesma coisa, a controvérsia nem se teria estabelecido nem os juízos de valor sobre a pessoa que a enunciou.

A propaganda eleitoral tucana que trata o ex-ministro como um representante do "mal" é só uma forma de continuar preservando a figura de Lula como encarnando o "bem", procurando dessa maneira atingir a candidata Dilma.

Não dá para entender.

Fica-se com a impressão de que Dirceu é ainda ministro da Casa Civil, ou mesmo candidato, ou, ainda, que Dilma é sua criatura.

A confusão é total.

(...)

Criou-se, assim, a ficção de que Lula não é o PT e que as posições mais revolucionárias do partido estariam descartadas.

Não o foram, pois elas continuam animando boa parte de suas tendências.

(...)

O período que se abre num mais que provável governo Dilma é o de como o PT vai resolver suas contradições internas.

O que se convencionou chamar de "lulismo", e outros chamam de "pragmatismo" petista, expressa a predominância de correntes internas que optaram por abandonar a ruptura com o capitalismo, visando à instauração de uma sociedade socialista autoritária no Brasil.

(...)

O PMDB, não esqueçamos, faz parte da aliança governamental e pelas boas e más razões não embarcará numa aventura revolucionária.

Quanto mais não seja, para não perder os benefícios que extrai do status quo.

A atual situação é-lhe mais que favorável e tudo fará para que não se altere.

Ele continuará compartilhando o "pão", talvez com mais voracidade.

Há um novo jogo aqui, o das disputas internas do PT, que se tornará mais complexo com a atuação do PMDB, procurando ocupar os mesmos espaços.

As oposições, que sairão derrotadas deste pleito, serão, num primeiro momento, meras espectadoras.

Terão, preliminarmente, de responder à pergunta "qual oposição?", se pretenderem, num segundo momento, um papel de protagonismo.

Denis Lerrer Rosenfield - O Estado de S.Paulo

PROFESSOR DE FILOSOFIA NA UFRGS. E-MAIL: DENISROSENFIELD@TERRA.COM.BR